Após perder o emprego, Taylor se viu sem opções a não ser voltar para a casa dos pais no interior, pais esses que lhe expulsaram quando era uma adolescente grávida. Como se não bastasse isso descobriu que o pai de sua filha está morando ao lado de s...
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"Bom dia querida, o café está na mesa..." sua mãe disse enquanto Taylor corria apressada para seu quarto.
Encontrou Cece dormindo calmamente, isso amoleceu seu coração de uma forma reconfortante. Então sem se importar se estava suada, se deitou ao lado da filha na cama, a abraçando.
Na casa ao lado, Travis entrava como um foguete, encontrando Lydia com as malas prontas.
"O vídeo ficou incrível, obrigada! Vou postar sobre o nosso término daqui alguns meses, dois tá bom?" ela dizia enquanto bebia uma xícara de café expresso.
"Por mim tudo bem, o carro já chegou?"
"Sim, estava só te esperando para me despedir." se levantou. "Se cuida, tá?" ela o abraçou.
"Você também." respondeu beijando o topo de sua cabeça.
"E Travis..."
"Hm?"
"Vê se não desiste tão fácil dessa vez." ela piscou, acenando antes de sair.
Engolindo em seco, ele observou da janela da cozinha a casa ao lado.
Ele havia sido tão duro com as palavras. Taylor acabou de voltar para a cidade e ele já foi um babaca, como isso era possível? Lydia foi sua namorada por alguns meses, até ambos aceitarem que eram melhores como amigos e agora ele estava sozinho naquela casa. Cece havia o visitado ali uma vez, e pela reação de Taylor ao vê-lo pela primeira vez depois de muito tempo, ela não sabia que ele estava morando ali. Sua filha é sua prioridade, embora não tenham passado tantos anos juntos, ele sempre se mostrava presente online, ligando o tempo todo e enviando presentes todo mês. Pelo menos agora eles não estavam mais distantes e poderiam se ver sempre.
As crianças estavam de férias da escola, então não havia muito o que Taylor poderia fazer na cidade além de seu trabalho. Era esquisito ter sua mãe tão feliz perto dela, sua filha então não havia se acostumado. Cece havia carregado toda a doçura de Travis mas também tinha pavio curto, Taylor se orgulhava da menina embora reconheça que já a decepcionou muitas vezes.
"Está tudo bem, mãe?"
"Sim...eu só...estava pensando em fazer um bolo para esta tarde."
"Quer ajuda?"
"Seria incrível filha mas você deveria explorar a cidade sozinha, eu já conheço mas você não."
"Na verdade..."
"O que o neto da Marilyn está fazendo na nossa porta?" Andrea pergunta.
Taylor olha para a filha com as sobrancelhas arqueadas, caminha até a porta e vê a figura em pé segurando uma cesta de piquenique.
"Mãe então..."
"Posso ajudar, querido?" Taylor pigarreia interrompendo a filha.
"Bom dia senhora, eu me chamo Darren, eu sou amigo da Cece e soube que ela veio morar na cidade..."
"Cece? Que íntimos!" estala a língua no céu da boca.
"Mãe, ele é meu amigo. Nos conhecemos na minha última visita no papai."
"Seu pai conhece ele?"
"O pai dele é amigo do papai então sim, eles se conhecem." murmurou.
"Certo, e o que você quer Darren?" Taylor volta a encarar o menino com os braços cruzados.
"Eu vim convidá-la para um piquenique, se não tiver nenhum problema, é claro." o menino adiantou.
Taylor analisou, olhou para a expressão esperançosa da filha e depois voltou a encarar o menino. Até que suspirou e assentiu.
"Esteja de volta até às três e tome cuidado...e você mocinho...cuide bem da minha menina ou eu arranco teu pescoço como fazem com as galinhas." apontou para o garoto e acenou após beijar a testa da filha. "Qualquer coisa me liga."
"Tá bom mãe."
"Se divirta, eu te amo!"
"Também te amo." Cece acenou enquanto ia saía com Darren.
"Tome cuidado ou a história irá se repetir mais cedo do que imaginávamos." sua mãe surgiu como um fantasma ao seu lado.
"A Cece só tem quinze anos mãe, e fique tranquila que ela não é como eu." bufou irritada, fugindo para a cozinha.
"Mesmo assim, é bom ficar de olho."
"Olha a senhora pode ficar tranquila que da minha filha cuido eu." retrucou irritada.
"Foi só um conselho." disse com um sorriso.
Taylor pensou em revidar mas queria poupar mais aborrecimentos, então apenas permaneceu calada depois de um longo suspiro.
"Mãe por que me aceitou de volta?" Taylor perguntou com a voz quebrada. "Foi por arrependimento ou somente saudade de controlar a minha vida?"
"Taylor eu nunca..."
"Pode ter conseguido me controlar por um tempo, mas não vou deixar fazer o mesmo com a Cece." suspirou. "Ela queria muito conhecer os avós mas estava com medo de não gostarem dela. Durante anos ela perguntou de vocês e agora ela só não sabe como se aproximar das pessoas que a renegaram. Então por favor...me digam agora mesmo se há algum motivo além de tentar consertar as coisas com essa recepção aqui." apontou para ela e sua mãe. "Por que eu não vou deixar magoarem a minha filha."
"Eu sinto muito, Taylor. Você é minha filha e não me orgulho da forma como te tratei." suspirou. "Eu pensei muitas vezes em te visitar na maternidade mas simplesmente não tive coragem o suficiente. Quero me aproximar de vocês antes que seja tarde, eu juro que é só isso. Não vou tentar mandar na vida de vocês, eu só quero a presença de vocês."
Taylor assentiu ainda desconfiada, subiu as escadas e parou no seu quarto.
Que porra era aquela?
Samara estava praticamente pendurada na sua janela, até aí tudo bem, mas aquela janela dava a perfeita visão da janela do quarto de Travis. E ele estava lá, vestindo uma camisa com os cabelos molhados denunciando que havia tomado banho.
Taylor pigarreou alto a fazendo cair na cama.
"O que está fazendo?"
"Eu...eu estava apenas batendo algumas roupas na janela, o sol é mais forte do seu quarto." ela riu nervosa se levantando.
"Que roupas? Você não está segurando nada..."
Antes que pudesse continuar, Samara já havia sumido do quarto.
Estaria mesmo sua irmã espiando Travis pela janela do seu quarto? Balançando sua cabeça em negação foi até a janela e fechou a cortina com força.
