Após perder o emprego, Taylor se viu sem opções a não ser voltar para a casa dos pais no interior, pais esses que lhe expulsaram quando era uma adolescente grávida. Como se não bastasse isso descobriu que o pai de sua filha está morando ao lado de s...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
🌌
No fim da inauguração da cafeteria, a noite já caía e Selena fechava o estabelecimento satisfeita com o resultado da abertura. Mas uma pessoa correndo em passos largos a fez se virar, só podendo ver quem era quando estava próximo dela.
Ele suava e bufava, com sua câmera fotográfica pendurada ao corpo e um quadro em suas mãos.
"Dexter..." Selena murmurou em surpresa.
"Desculpa não ter conseguido vir mais cedo, eu tive um ensaio marcado em outra cidade e..." ele falava rápido sem pausas, então Selena se aproximou com um fino sorriso.
"Está tudo bem, pode respirar fundo agora." ela o segurou pelos ombros.
Dexter se perdeu no meio daquele doce olhar, não conseguindo falar mais nada, apenas erguer o quadro que trazia consigo com a foto que havia tirado dela no primeiro encontro na cafeteria.
"Dexter...você emoldurou mesmo!" ela abriu a boca em choque, a tapando com as mãos. "Você leva mesmo jeito pra coisa, isso está incrível!" ela disse rindo com os olhos brilhantes.
Naquele momento Dexter sentiu seu coração acelerar, era a mesma sensação do ensino médio, nada mudou. Selena continuava radiante, aquela mulher emanava a mesma luz daquela época, e isso era uma flecha para o coração de Dexter.
"É um presente, espero que tenha gostado." disse coçando a nuca timidamente.
"Eu amei! Vou pendurar na parede da cafeteria, obrigada Dex!" ela sorriu grande pra ele, ainda encantada pelo presente.
Suas sobrancelhas se ergueram pelo apelido, "Dex", sorrindo por fim.
"Eu posso te oferecer um café? Poxa, você correu bastante até aqui."
"Ah...se não for incômodo..."
"Nunca será, ainda mais para a pessoa que me deu um presente tão lindo!" sorriu com doçura, se virando para abrir a porta.
Em algum momento daquela noite estrelada algo se formava entre os dois, que passaram horas na cafeteria vazia contando histórias sobre suas épocas na vida, rindo e tomando café.
"Sabe...nunca esperei muito da vida pra mim, sempre achei que ficaria bem vivendo na sombra de alguém mas...foi quando me libertei que percebi que está tudo bem desejar mais. Eu posso fazer o que eu quiser, não quero mais viver na caixinha que eu costumava achar que era o meu lar. Eu gosto do mundo, Dex, e eu tenho direito de viver nele." Selena sorriu fraco e tomou mais um gole de café.
"Isso me espanta, saber que em algum momento você pensou merecer menos." Dexter solta sem perceber.
Selena o encara com um sorriso fraco, os lábios finos e as bochechas cheias de ar.
"Pois é. Alguns caras pegam uma menina bonita e a escondem do resto do mundo. Eu só fui azarada de cair na teia de um deles...sabe, você é um cara legal, provavelmente não passaria por tudo que passei se tivesse caído na teia de alguém como você...mas também não seria a pessoa que sou hoje, então não fico remoendo isso todos os dias." suspirou. "Voltar para o início não é tão ruim." sorriu minimamente.
"O início pode te dar um final diferente das outras vezes, então também não acho que é uma coisa ruim." ele a encarou, engolindo em seco.
Selena assentiu satisfeita pela conversa.
"Você não tem ninguém?" Selena perguntou com curiosidade.
"Está me perguntando se...se eu tenho namorada?"
"Pode-se dizer que sim." riu fino.
"Não, eu não tenho ninguém." ele gaguejou, sentindo um bolo na garganta.
"Eu também não tenho ninguém." deu de ombros. "Você vai no festival de inverno deste ano?"
"Vou, provavelmente para tirar mais fotos. O prefeito me pediu para fazer um álbum de fotos com todos os festivais de inverno até agora.''
"Isso deve dar trabalho.''
"Sim, mas pagando bem que mal tem, não é?" disse descontraído e Selena gargalhou.
"É verdade!''
"Mas eu não vou com ninguém todo ano, é horrível acompanhar um cara que fica tirando fotos toda hora."
"Eu posso...eu posso te acompanhar se você quiser." Selena deu de ombros.
"Eu não quero fazer da sua noite uma chatice."
"Com você lá como poderia ser chato?" sorriu fraco.
"Tudo bem...nossa, de repente fiquei animado para o festival de inverno pela primeira vez." Dexter disse rindo e Selena o acompanhou.
A cidade estava em silêncio, era uma madrugada fria de inverno e os postes de luz iluminavam as ruas.
"Ei, Dex..." Selena murmurou olhando por cima de seu ombro.
"O que foi?" ele a encarou com preocupação pelo seu tom baixo.
"Está...está nevando." ela olhava encantada para a janela.
Ele se virou e viu a neve caindo lentamente.
"É tão...bonito." ela estava quase chorando.
"Quer tocar?" ele perguntou, a fazendo o encarar com um sorriso grande, assentindo logo em seguida.
Eles vestiram seus casacos e foram para fora. Selena estendeu a mão sentindo os pequenos flocos caírem, Dexter a observava com um sorriso de canto.
"Deus, como eu amo a neve!" Selena murmurou animada, rodando enquanto sentia a neve cair.
Ele sabia que ela amava neve desde quando havia entrado no ensino médio.
Não muito longe dali, Taylor dormia com Cece a abraçando forte. Ela encara as estrelas pela janela e quando percebeu a neve se desvencilhou da garota com cuidado, se levantando para se agasalhar. Correndo pelo corredor silenciosamente, destrancou a porta e correu para a varanda.
"É...está nevando!" riu fraco, mordendo os lábios em animação.
Uma tosse alta a tirou do seu mundo de alegria pela neve e ela se virou, encontrando Travis enrolado no cobertor na varanda observando a neve.
"Veio ver a neve também?" murmurou consigo mesma.
Ele se virou para entrar mas a viu.
"Taylor..." ele parecia surpreso.
"Não percebeu que somos vizinhos até agora?" Taylor o encarou com humor.
"Entre ou vai ficar doente.'' ele disse alto.
"Você é meu pai?" ergueu as sobrancelhas ao ouvir ele tossir mais uma vez. "E não sou eu que estou doente aqui, você está resfriado?"
"Não é nada...entre logo, está frio." ele aperta mais o cobertor e Taylor bufa com julgamento.
"Estou indo aí, cala a boca e me deixe fazer o trabalho." ela descia as escadas com suas pantufas e agasalhada com determinação, cruzando o quintal. "Entra você, mocinho!" ela apontou para dentro de sua casa já em sua varanda.
"Não precisa, é sério...''
"Shhh, vou fazer um chá e te dar um remédio, olha esse nariz vermelho.'' ela o empurrou para dentro com o pé, fechando a porta após entrar.
"Você está de pantufas." ele a encarou dos pés à cabeça. "E pijamas."
Taylor colocou as mãos na cintura e o encarou com autoridade.
"Pra cama, Travis!" ela apontou e foi pra cozinha.
