Após perder o emprego, Taylor se viu sem opções a não ser voltar para a casa dos pais no interior, pais esses que lhe expulsaram quando era uma adolescente grávida. Como se não bastasse isso descobriu que o pai de sua filha está morando ao lado de s...
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Naquela manhã ela se encontraria com Travis para ele a levar no tal lugar que havia comentado no dia anterior.
Antes de sair cedo ela deu um beijo em Cece, que dormia plenamente como um anjo. Desceu as escadas devagar com medo da madeira ranger.
Ao sair, Travis já se encontrava em frente à sua porta, ele segurava uma cesta.
"Bom dia. Trouxe o café da manhã." ele levantou a cesta.
"Bom dia, Travis." Taylor desceu as escadinhas.
"Dormiu bem?" ele perguntou enquanto eles começaram a andar.
"Dormi e você?" Taylor torceu a boca, sem jeito, com suas mãos enfiadas no bolso do moletom.
"Não muito, eu passei a noite pensando no dia de hoje."
Taylor o encara em silêncio.
"Como está a Cece?"
"Dormindo..." sorriu minimamente.
Eles começaram a subir alguns picos, então Taylor parou e olhou em volta, já sabendo aonde iriam. Ela sorriu fraco antes de voltar a subir o morro vasto de grama.
Quando chegaram no topo do morro mais alto da cidade, Taylor respirou fundo, fechando os olhos.
"O nascer do sol é lindo de se ver daqui, pena que está nublado e frio." Travis diz atrás de si, mas Taylor nega com a cabeça e com um sorriso fino nos lábios.
"Eu prefiro assim." disse deslumbrada com a vista.
"Vamos comer?"
Taylor se virou e viu Travis sentado, encostado no tronco da árvore mais antiga da cidade. Ele puxou dois pães da cesta e uma garrafa térmica com café, Taylor sentou-se ao seu lado, pegando um pão. Eles comeram em silêncio, era a forma mais sincera de conversa que eles tinham. Até Taylor suspirar cansada.
"Achei que vindo até aqui eu o encontraria." bufou sarcasticamente. "Que idiota, eu sei...mas uma parte de mim ainda o espera." sorriu fraco. "O que mais me dói...é saber que ele nunca fez nada para que eu pudesse odiá-lo, talvez fosse mais fácil, talvez não doesse tanto...mas ele...ele era incrível. Nunca brigamos, nunca tivemos problema em dividir nossas coisas, sempre ríamos de tudo e quase pulamos vários muros atrás de uma boa fofoca...ele era meu melhor amigo mas também..." suspirou. "Ele era meu responsável, ele que me buscava na escola no fundamental, ele que cuidava de mim quando nossos pais saíam e...ele era o meu exemplo de pessoa. Como ele era tão gentil com todos, sempre disposto a ajudar...eu queria ser assim também." riu entre uma lágrima que caiu.
Travis apenas a ouvia atenciosamente.
"Quando o perdi eu...fiquei com tanta raiva. Deveria ter sido eu, o mundo poderia me perder mas ele? Ele era bom demais para ir embora quando sua vida estava apenas começando. Ele estava iniciando sua vida independente, ele estava sendo o adulto que merecia e...então sua vida é encerrada no início de seu auge." o encarou. "Eu conseguia imaginar a gente no funeral de outras pessoas queridas da família, mas eu nunca...nunca me vi em nenhum lugar sem ele." engoliu em seco. "Eu parei no tempo, Travis. Toda essa dor que sinto é uma dor antiga que nunca foi embora." limpou as lágrimas. "Então me desculpa...me desculpa por te tratar daquele jeito, desculpa por todas as coisas horríveis que disse...você foi um anjo pra mim e pra Cece, acredite." sorriu triste.
