capítulo vinte e dois

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Maratona 9/10💌

Flashback, um ano atrás...

Ao acordar sonolenta, tropeçou em um de seus saltos, o qual havia jogado na noite anterior ao atirar-se no sofá.
Taylor cambaleou até a cozinha, pegando um copo d'água e indo preparar seu café, que enquanto não ficava pronto, decidiu-se adiantar um pouco de trabalho. Abriu seu notebook na pequena ilha da cozinha, abriu seu e-mail profissional e começou a digitar uma mensagem automática programada para segunda-feira enviar aos alunos durante o horário das aulas.

O barulho da cafeteira indicando que seu café estava pronto a fez sorrir animada, enchendo a caneca e bebendo ansiosamente, o que lhe resultou em uma língua queimada.

Seu celular tocou mas estava tão longe que Taylor gastou alguns minutos para encontrá-lo, estava embaixo do sofá. O número desconhecido a fez franzir o venho mas atendeu mesmo assim.

"Professora Swift, alô?" disse voltando a olhar os e-mails.

"Abra seu e-mail se quiser uma surpresinha." a voz rouca murmurou, desligando em seguida.

Taylor fez uma careta, murmurando o quão ridículo era darem trote àquela hora da manhã.

Entretanto, ao barulho de notificação de seu notebook apitar e seus olhos correrem para a notificação avisando que havia recebido um novo arquivo anexado, seu coração disparou do nada.
Colocou a caneca com força na ilha, clicando no anexo. Suas mãos rapidamente cobriram sua boca de tamanho horror.
Era um vídeo dela deitada no sofá na noite anterior, não bastando isso era um vídeo onde um cara com uma roupa toda preta a tocava intimamente, passando a mão pelo seu corpo e retirando até mesmo seu sutiã.

Nauseada, fechou o notebook com força. Taylor correu para o banheiro e acabou vomitando na privada, sentindo aquela sensação ruim tomar conta de seu corpo. Alguém tinha invadido a sua casa e assediado mas seu pensamento logo foi em sua filha.

E se Cece estivesse em casa?

Seus olhos se arregalaram espantados pela pergunta que passou pela sua mente, uma nova ânsia de vômito surgiu e com ela as milhares de lágrimas.

Somente uma coisa assim poderia fazê-la deixar sua dor e orgulho de lado. Nunca deixariam que machuquem a sua filha.

Atordoada com a possibilidade de estar sendo vigiada, saiu de casa com a mesma roupa da noite anterior, indo até um telefone público para ligar para sua mãe.
Deixando todo o passado se desfazer junto do vento, afinal, ela precisava ser forte para fazer isso. Precisava proteger Cece, não sabia do que Frank era capaz, o que tornava as coisas mais piores ainda.

"Alô?" a voz atendeu com rapidez.

Taylor não esperava que ela atendesse tão rápido o telefone. Um barulho alto podia ser escutado através da ligação, havia música e gritaria, então Taylor lembrou que era aniversário de Samara.

"É...mãe..." sua voz tremia.

"Taylor?" era um tom de surpresa.

"Mãe me desculpa." Taylor se permitiu chorar, olhando em volta com medo de encontrar alguém a observando. "Olha...eu preciso de um favor seu."

Sua mãe fez um barulho com a boca mas nada disse.

"Poderia esquecer tudo do passado e me aceitar de novo? Aceitar eu e minha filha?"

"Você quer voltar para a cidade?" a voz de Andrea aumentou com descrença.

"Não conte para ninguém nem pro papai nem pra Sam, mas eu não posso ficar mais em Nova York." mordeu os lábios sentindo as lágrimas descerem.

"O que aconteceu? Precisa de dinheiro?"

"Não. Eu preciso de um lugar seguro. Um lugar que ninguém se lembre ou conheça."

"Taylor está me assustando...você some e depois de anos me liga querendo refúgio como uma criminosa se escondendo da polícia, o que está acontecendo?"

"Só finja que quer fazer as pazes, okay? Diga que quer conhecer minha filha e ser a avó que nunca quis ser. Por favor, eu imploro, o resto eu resolvo num pulo."

Sua mãe pareceu avaliar a situação em silêncio, sabia que sua filha nunca cederia se não fosse algo realmente grave.

"Certo. Venha pra casa, filha. Mamãe quer conhecer a linda Cece." disse contragosto.

"Eu vou precisar fazer um teatro e peço que me ajude. Ninguém pode saber o porquê estou voltando pra casa."

Sua mãe faz um som com a boca e suspira.

"Tá bom. E quando vão vir?"

"Eu acho que daqui dois meses mas preciso averiguar."

"Certo, me mantenha informada."

Sua mãe desligou na sua cara. Com a face transtornada e os cabelos bagunçados, Taylor voltou para casa perambulando pela rua como uma sem teto. Ela estava sem chão, seu peito não tinha deixado de se apertar e aquela maldita sensação a consumia.
Sua filha estava em perigo...
Ao tentar se lembrar de detalhes do vídeo sua cabeça doeu, tinha suspeitas de que era Frank mas notou que o homem tinha uma tatuagem na nuca conhecida por todos das proximidades, era de uma gangue do Queens, então tudo ficou claro.

Frank estava a intimidando.

Ela conseguiu segurar as pontas pelos dois meses que disse à mãe e pediu as contas após receber um e-mail de contratação para trabalhar como professora na cidade local. Então chegou a hora de contar para Cece, que não ligou muito. Taylor disse que sua avó estava louca para fazer as pazes, o que não colou muito mas a garota acatou.

Mais dois meses se passaram e finalmente entregaram a casa, que era alugada. Taylor estava desesperada para sair dali. Pegaram estrada e partiram para a cidade natal de Taylor. Em um interior que nem Frank nem mesmo a gangue as encontraria.
Taylor havia avisado à Travis que se mudaria mas não sabia que o mesmo estava morando ao lado de seu destino.
E confessa, a atuação de sua mãe foi tão boa que por míseros segundos ela acreditou. E após aquela bronca na cozinha nos primeiros dias de estadia, sua mãe confessou que estava realmente disposta à aceita-las, o que foi um baque para Taylor.
Mas no fim sentiu-se aliviada porque não teria mais que fingir. As coisas se desenrolaram e ela acabou se reconciliando com Travis.

O que estava fora de seus planos.

Agora, naquele sofá e chorando feito uma criancinha, Taylor contara toda a verdade enquanto Cece dormia plenamente no quarto em cima.

Quando Arde o Coração • TayvisOnde histórias criam vida. Descubra agora