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o som da porta rangendo o alertou.
-Aemond…? - a doce voz soou como sinfonias, despertando-o por completo. seus sentidos alertaram com a presença que se locomovia pelo quarto em passos leves, quase imperceptíveis.mesmo sem poder enxergar, ele poderia visualizar a imagem perfeita, esquecida após séculos, de sua preciosa irmã. era-se tão perfeita que poderia ser confundida com a verdadeira visão sobre suas pálpebras, Helaena, querida Helaena.
morreu pelos erros dos outros enquanto seu único desejo era proteger quem amava da fria crueldade que abraçava a todos.
-Aemond, estar acordado? - a figura se aproximou da cama, se sentando na ponta do meio, ela curvou seu corpo em busca de alcançar seu irmão, onde deitou a cabeça em seu peito, ouvindo-o respirar. - mamãe me falou para não perturbá-lo, deixá-lo descansar até que os deuses o tenham curado por completo, mas eu não tinha ninguém para conversar sobre a nova espécie de besouro que encontramos ao caçamos juntos an-antes qu-que…- sua voz falhou, levou alguns segundos para que ela pudesse se recuperar. - enfim, o processo foi lento e cansativo pois eu estava sozinha… mas eu juro que avistei muitos sobrevoando as flores do poço dos dragões, eu estava indo até eles quando fui parado por um dos guardiões dos dragões!
-o pior de tudo foi que ele contou à mãe! Ela me deu uma bronca enorme sobre o quão perigoso foi minha atitude - ela estava chateada e isso o divertia. Aemond sorria por dentro, contente por poder imaginar. Ele respirou vagarosamente, sentindo o aroma doce adentrar suas narinas, tão diferente do cheiro de vinho mixuruca que acompanhava seu irmão. Helaena levantou sua cabeça do peito do irmão, ela o observou em silêncio, seus dedos gentis passearam pelos fios, os penteando para trás e tirando-os do rosto dele. - seu cabelo cresceu. - Aemond franziu seu rosto em confusão.
-Antes… - ele a ouviu fazer uma leve pausa, enquanto seu ar era puxado com força para dentro de suas narinas. - me lembro dele no seu pescoço. agora, ele passa da altura de seus ombros, quase cobrindo seu peitoral.Era pequeno, nada comparado com seu antigo cabelo que chegava na altura de seu traseiro.
-me pergunto, deixara-me fazer tranças? - ela pegou uma pequena mecha, envolvendo-a em seus finos dedos - Sei que a resposta será não, pois: um montador de dragões jamais iria fazer tranças para ir a uma guerra!
“Um montador de dragões jamais iria fazer tranças para ir a uma guerra!”-mas sabemos que a rainha nunca iria concordar, e depois desses últimos meses, está mais claro que ela preferiria ver o templo dos sete arder em chamas do que mandá-lo para guerra, e eu apoio esse pensamento, mesmo sabendo o quão cabeça dura pode ser. - um sorriso leve suavizou sua mente pensativa - certamente iria escondido e nos mataria de preocupação.
ela estava certa. seu antigo eu veria essa situação como um desafio, pronto para ser quebrado e explorado.
eles passaram o resto do entardecer com Helaena contando sobre suas aventuras a procura de insetos desconhecidos enquanto seu irmão ouvia cada palavra atentamente, temendo que aquela fosse a última vez que poderia ouvir o som doce de sua preciosa irmã, Aemond estava com medo, medo que tudo fosse uma ilusão, uma brincadeira de mal gosto.
fazer ele sentir essas sensações para no fim jogá-lo no mar…
ele iria se afogar.
novamente.
A porta bateu contra a parede de forma sutil, mas acabou assustando os irmãos, a voz fraca soou em seu ouvido, um tanto familiar que o levou até a serva de antes. Helaena se remexeu inquieta, com a intrusa.
A menina se aproximou em passos cuidadosos ficando de frente com a princesa - peço perdão, meu príncipe e minha princesa , por entrar de forma inapropriada nos aposentos do príncipe - ela fez uma pequena pausa, e se curvou em respeito, ela era jovem, bem mais jovem que eles. Helaena observou-a em silêncio. - a rainha clama por vossa alteza, princesa Helaena, como também me enviou para atender as necessidades do príncipe Aemond em sua ausência.
-Poderia me dizer o motivo pelo qual a rainha clama por minha presença, por favor? - ela pediu gentilmente, e pela demora em responder, Aemond deduziu que a serva não estava esperando gentileza, ela levantou seu rosto e olhou a princesa estupefata, mas logo recompôs a postura quando a outra devolveu o olhar cheio de dúvidas.
-hum, bem, a rainha não foi específica… - a dúvida preencheu sua voz - mas, ela estava a caminho do alto septão com sor criston. - declarou por fim desviando do olhar intenso da princesa.
-ah, entendo… - Helaena soou triste, preocupando Aemond. Ela pegou em sua mão com carinho. - Mond, eu prometo que rezarei para os deuses para que sua recuperação seja rápida e eficiente, eu e a mamãe.
Ela selou sua testa e caminhou até a porta logo atravessando, deixando seu irmão nas mãos da pequena serva. O silêncio após sua saída era inevitável, a menina ficou calada por um tempo, e depois se aproximou da cama em passos lentos. - a rainha me enviou para cuidar de vossa alteza… - um suspiro longo saiu de seus lábios - mas… eu não sei por onde começar. Quando meu príncipe acordou, havia mais uma serva trabalhando e ela era a responsável por me orientar, porém não consigo a encontrar - Aemond sentiu o corpo dela se aproximando cada vez mais. - odeio ter que admitir, mas sou péssima sem um tutor, então… o meu príncipe poderia me orientar enquanto ainda não posso percorrer esse castelo de cima a baixo atrás dela?
Após terminar ela envolveu suas mãos em um aperto fraco. - poderemos fazer como antes? A cada pergunta poderá apertar minha mão, e se a resposta for sim, aperte duas vezes e se for não, aperte uma vez. Okay? - Aemond pensou, não havia mais nada para fazer além de ficar acamado, como também ajudá-la poderia fazê-lo esquecer sobre Balerion e sua traição… ele apertou a mão dela duas vezes. - Vossa alteza tem minha gratidão eterna, espero lhe ser útil quando conseguir voltar ao seu normal.
Mesmo sem enxergar, poderia visualizar o sorriso de orelha a orelha da serva.
-aliás… - o som atraiu sua atenção para a realidade. - Meu nome é Haelys, vossa alteza.
Haelys…
onde ele ouviu esse nome?
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SANGUE E FOGO
Romance" O Rei Jaehaerys disse-me um dia que a loucura e a grandeza eram dois lados da mesma moeda. "Sempre que um novo Targaryen nasce" disse ele, "os deuses atiram uma moeda ao ar e o mundo segura a respiração para ver de que lado cairá. mas... O que ac...