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Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender,
viver ultrapassa qualquer entendimento.
— Clarice Lispector”

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o pequeno príncipe descansava em seus aposentos quando fora acordado de forma brusca após, novamente, baterem a porta contra a parede, ele não conseguia entender exatamente qual era o fascínio em quererem quebrar a porta sempre que entravam. ele suspirou desgostado, o que não passou despercebido por Haelyz. ela se aproximou com um sorriso beirando seus lábios perversos, e então, pulou sobre o corpo do príncipe que arfou quando seu ar fora tirado de seus pulmões. ela não era pesada, pela falta de nutrientes fortes em seu corpo jovem e esguio, porém, ela pesava o suficiente para tomá-lo o ar.

Aemond descobriu pela convivência que tiverem durantes os meses anteriores que a menina tinha entre seis a sete anos, Haelyz nasceu no sul do norte da grande muralha, sendo uma bastarda de uma casa bastante prestigiada no reino, seu pai era desconhecido pela mesma, pois, segundo sua mãe, o homem a atraiu com belas mentiras sobre a tornar uma senhora na sociedade. a curiosidade quase o consumiu quando ela falou que era tudo que ouviu de sua mãe.

Assim que seus olhos se abriram há um mês atrás, ele pode confirmar suas suspeitas, Haelyz era uma criança, batendo em seu peitoral, um pouco maior que as crianças de Rhaenyra. seus cabelos amarrados pela gola da roupa serviçal, ele pode observar uma pequena mecha marrom avermelhado em um pequeno cacho escapando. seu rosto continha pequenas sardas, seus olhos eram em um escuro intenso, pele pálida e desidratada. ela era simples, como qualquer criança, mas olha-lá… dava um sentimento estranho no peito do príncipe, ele não saberia explicar mesmo se tentasse.

-meu príncipe, está na hora de acordar  - disse enquanto se levantava de cima dele, o sorriso nunca deixando seus lábios. - não finja que está dormindo, eu o ouvi suspirar.

Aemond abriu seus olhos contra sua vontade, tendo a visão de um sorriso travesso em Haelyz, novamente ele suspirou. ela se aproximou ficando na altura de seus olhos - agora eu vou deixá-lo sentado para conseguir pentear seus cabelos, tudo bem? - Aemond apenas revirou seus olhos, ela sorriu pelo ato infantil de seu superior. Haelyz fez um pequeno esforço para conseguir erguer o príncipe até que ficasse sentado, ela colocou travesseiros em suas costas e o escorou neles.  Aemond cansou de se perguntar o por que que ela consegue ter forças o suficiente para erguê-lo sendo mais nova e desnutrida que ele. ela era forte demais para seu próprio corpo.

ela começou a pentear seus cabelos assim que confirmou que ele estava bem seguro, passou-se o tempo enquanto ela penteava e falava sobre as pequenas fofocas que reunia dos outros servos no castelo, Aemond ouviu atentamente sem dizer uma palavra, já que, sua voz não havia retornado mesmo depois de meses, o meistre lhe deu falsas esperanças de que logo ele estaria falando como antigamente, que seu processo aumentou durante os dias e as chances de sucesso eram grandes. mas Aemond viu seu olhar recuar dos olhos atentos da rainha, provando que ele não tinha certeza de suas próprias palavras, então ele sorriu para o meistre, fingindo que acreditava em suas palavras. Alicent estava chorosa e feliz em ouvir tais pronúncias, talvez desesperada em se agarrar em uma meia verdade.

ele sentiu por sua mãe.       

o tempo passou e a tarde veio, junto com sua preciosa irmã, ela se juntou a eles falando sobre seu novo inseto que encontrou nas redondezas do castelo enquanto passeava, Aemond olhou aterrorizado para o inseto pernudo e com asas, mas acostumado, não seria a primeira e muito menos a última vez que ele veria esses bichento nas mãos da irmã, Haelyz por outro lado ficou encantada pelo inseto, logo se juntando com Helaena para acariciá-lo.

SANGUE E FOGOOnde histórias criam vida. Descubra agora