🔞Cap. 32 - Rin

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Eu desci a os últimos quatro degraus que dava direto para o saguão dos fundos, encontrando ele em um banco de madeira encostado na parede. Meu homem estava de braços cruzados encarando o chão, sentado de qualquer jeito.

Meu peito apertou ao vê-lo em tal situação, as palavras de dúvidas dele ecoaram mais uma vez na minha mente, mas pela última vez antes de eu me aproximar em silêncio. Não pude deixar de me perguntar mais uma vez o que eu havia feito para que ele duvidasse tanto do meu amor como duvidou hoje.

- Rin. - Eu o chamei, ele teimou e continuou em silêncio, Rin já havia notado minha presença assim que desci a pequena escada. Eu parei na frente dele, fazendo-o encarar minhas pernas agora. - Você não quer conversar?

Escutei ele respirar fundo, balançou a cabeça negando. Eu sorri pela infantilidade, ele estava parecendo uma verdadeira criança mimada, o tipo de criança que ficava com a cara fechada ao escutar a mãe falar "Na volta a gente compra." E nunca voltar. Por outro lado, eu o faria voltar pra mim, de um jeito ou de outro.

- Vamos, olha pra mim. - Eu aproximei minha mão de seu rosto para fazer com que ele erguesse o olhar, mas parei no meio do caminho quando ele apenas obedeceu e me olhou. Fiquei surpresa, mas aliviada. - Eu já sei o que você vai falar.

- O que? Eu não disse nada. - Ele franziu a testa e descruzou os braços, se ajeitou no banco e seu rosto ficou mais próximo da minha barriga.

- Mas posso deduzir que você iria perguntar sobre o Sae. Eu não sei onde ele está. - Ele abaixou o olhar e ficou quieto, toquei seu queixo com a ponta dos dedos e o fiz me encarar. - Me conte.

- Não tenho nada para contar. - Ele deixou que eu segurasse seu rosto, mas virou o olho para o lado.

- Tem sim, você sabe. - Respondi e toquei em sua bochecha para que voltasse a me encarar. - Me conta, por que ficou assim de repente? Estávamos bem. - Eu insisti. O homem colocou suas mãos na lateral das minhas coxas e apertou levemente.

- Importa? - Perguntou, dando sempre respostas tão curtas e vazias.

- Pra mim, sim. - Eu me aproximei mais quando ele me puxou, tentando parecer discreto.

- Vai importar. Mas apenas se você me perdoar. - Ele encostou a testa na minha barriga e fechou os olhos. - É vergonhoso admitir que foi o Shidou quem colocou besteiras na minha cabeça. - Ele continuou, me pegando de surpresa, mas não completamente, levando em consideração a ótima relação que eles tinham.

- Não vou passar pano. É vergonhoso mesmo. - Eu ri, acariciando seus cabelos, percebendo que ele já estava mais calmo. - Sae se culpou. Disse que você tinha medo de perder o que ama para ele.

- E é verdade... Quero dizer, meia verdade. Eu tenho medo, mas antes do Shidou falar aquilo, eu não duvidava do seu amor. - Afastou a cabeça e levantou o olhar até mim.

- E agora dúvida. - Completei sua própria frase. Mesmo que hesitante, ele assentiu com a cabeça, algo que já esperava. - Eu amo você, Rin, você está duvidando disso apenas porque um cara que sempre implicou com você, implicou de novo. Faz sentido?

- Não, eu sei que não faz sentido. Mas não me culpe por isso. - Ele negou com a cabeça e falou baixo. - Eu fiquei com medo. O Sae sempre conseguiu tudo o que sempre quis primeiro que eu, por um momento, pensei na possibilidade do Shidou estar certo.

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⏰ Última atualização: Mar 31 ⏰

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