Para compreendermos de maneira mais clara e direta as Escrituras, é essencial reconhecermos os equívocos que cometemos ao lê-las. Precisamos entender qual é a mensagem que elas transmitiam originalmente e para quem eram destinadas.
Uma das abordagens mais equivocadas na interpretação das Escrituras é a abordagem ocidental, que não captura adequadamente a realidade dos eventos. As Escrituras descrevem um grupo específico de pessoas, de uma região específica e de uma cultura específica: os israelitas. Quando menciono os israelitas, não estou me referindo ao moderno Estado de Israel, onde vive a comunidade judaica, mas sim ao povo de Israel original, que é composto pelas 12 tribos de Israel (hoje espalhadas por todo mundo). Essas tribos descendem dos filhos de Jacó, que por sua vez era filho de Isaque, que, por sua vez, era filho de Abraão, considerado nosso primeiro patriarca pelas instituições religiosas.
Outro erro comum na interpretação das Escrituras é acreditar que o idioma português é uma representação 100% precisa do original. Isso não é verdade. Existem traduções que incluem mais de 400.000 palavras traduzidas de maneira a alterar significativamente a compreensão dos versículos e do contexto geral da mensagem. O Apóstolo Paulo é especialmente controverso e mal compreendido, em grande parte devido a essas traduções, as traduções das traduções e, é claro, às adulterações ao longo do tempo.
É importante lembrar que a cada vez que as Escrituras são traduzidas para o português, carregamos também os dogmas, tradições e a perspectiva pessoal de cada tradutor. Geralmente, essa perspectiva está enraizada no que o tradutor aprendeu na teologia ocidental. Um dos principais pontos que distorcem o entendimento das Escrituras é a chamada "teologia da substituição", que está diretamente ligada à afiliação religiosa do tradutor. Isso, por sua vez, contribui para a perda da verdadeira mensagem contida nas Escrituras.
Apenas considerando esses dois fatores, já temos uma grande distorção do que as Escrituras realmente nos transmitem. Essa distorção persiste por gerações, e a compreensão das Escrituras fica cada vez mais prejudicada pelas instituições religiosas ocidentais. Isso é aplicável a todas elas, independentemente da instituição ou denominação religiosa, seja judaica ou cristã. Todas têm suas falhas, em grande parte devido à falta de compreensão do que está escrito e à aderência a conceitos, dogmas, ideologias e tradições.
Para compreendermos melhor as Escrituras, é fundamental reconhecer que elas foram originalmente escritas em idiomas diferentes do português e destinadas a um povo com uma cultura profundamente distinta da nossa cultura ocidental. Essa consciência nos coloca no caminho certo para a interpretação adequada.
As Sagradas Escrituras foram originalmente escritas em proto-cananita, hebraico, aramaico e grego. No entanto, isso não invalida as traduções para o português. Apesar de conterem mais de 400.000 palavras mal traduzidas ou distorcidas, as Escrituras em português ainda têm seu valor. Para uma compreensão completa das Escrituras, não devemos nos apegar apenas a uma única tradução, mas sim examinar e estudar várias delas em português. E, se persistirem dúvidas em relação ao que está escrito, é válido recorrer às línguas originais, como o aramaico, o grego e o hebraico e ainda ao proto-cananita, para obter um entendimento mais profundo.
As Escrituras Sagradas têm o poder de nos esclarecer, proporcionando uma compreensão profunda. Qualquer dúvida ou falta de entendimento que possamos experimentar surge principalmente devido aos pontos mencionados anteriormente.
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