uma parceira

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— É sério que você aceitou fazer um vídeoclipe com o Jão? — Maisa falou comigo.

Ela estava na minha casa depois que resolvemos gravar um vídeo para o YouTube dela e me falar sobre os próximos planos para o filme que ela estava fazendo.

— É  — eu respondi sem tirar os olhos do celular.

Maisa Silva estava se olhando no espelho enquanto eu estava deitado na mimha cama.

— Por quê?  — resolvo perguntar.

Maisa faz pose no espelho, não sei qual era a dela, mas estava bem engraçada.

— Não vai parecer meio...gay. Não estou dizendo isso como uma forma de preconceito, é só que...as pessoas falam muito de você, esqueceu? E principalmente da sua sexualidade.

— E eu obviamente, não me importo — respondo — Ah qual é, o Jão é bissexual e isso não significa que eu seja também. Afinal, é trabalho e mesmo sendo algo polêmico vai me dar mais dinhero.

Maisa virou-se para mim fazendo seus cabelos dançar.

— Quanto ele te ofereceu para esse clipe?

— Não sei ainda.

Quando o empresário dele me comunicou disse que essa parte do dinheiro seria tratado pessoalmente.

— Vai ser a onde o clipe.

— Aqui mesmo nessa cidade.

Ela não falou mais nada, ainda assim senti como se a maisa estivesse levemente incomodada com algo.

— Qual é a sua? — perguntei.

Geralmente eu tratava a maisa assim, eu não curtia muito essa parada de ser fofinho ou "Aaah maisa isso" ou "Aaah maisa aquilo", a nossa amizade era flexível graças a nossa toxicidade explícita um com outro.

— Nada. Só...me liga quando esse negócio de clipe acabar, quero você nos bastidores da gravação para fofocarmos um pouco, e você com o Jão, não vai ter tempo para me ver. Todos que se misturam com você acabam te amando.

— Ah Cala essa boca, maisa.

Então ela pegou o celular e começou a se olhar por ele, como se não tivesse acabado de virar as costas para o meu espelho. A maisa era tão estranha.

— Você viu o que falaram daquele tiktok? — disse maisa ela adorava falar sobre outros famosos.

— Quem?

— Aquele que dança. — muito convicente a descrição dela.

— Ah...vi.

Maisa tirou o celular do rosto e jogou uma mecha de cabelo para trás.

— O que você acha?

Eu não respondi, ainda nem conhecia ele.

Maisa foi embora depois que um carro veio buscá-la, sai descalço até  a rua com pouco movimento e nobre da cidade onde eu morava.

Estava esperando o Jão me dar sinal verde. Eu estava interessado em saber o que poderia acontecer nesse clipe.

Quando o meu celular tocou eu achei que se tratava da Maisa pois ela resolveu esquecer o casaco dela em cima do sofa.

— Você pediu pizza?

— Quê?

— Eu vim trazer doze caixas de pizza que você encomendou para a Pizzaria Bom Sabor.

Eu não me lembro de ter pedido pizza. Minha mente da um bug enquanto eu quase me esqueço que comi pizza ontem e não quero ver pizza tão cedo.

— Claro que não — respondo.

— Desculpe, mas estávamos na porta do seu apartamento com as caixas de pizzas.

Reviro os olhos, enquanto vou a porta de entrada. Tenho quase certeza que o Filipe o meu irmão,  tinha alguma coisa com isso.  Da última vez ele fez uma entrega de vinte hambúrguer aqui e eu tive que pagar todos. Passei mal tentando acabar com a impestasão de hambúrguer na minha geladeira.

Abri a porta para atender o entregador.

Mas era o Jão que estava ali, com o celular no ouvido e rindo.

— Na moral, cara. Isso não teve graça.

A gente da uma risada antes de dar um abraço forte. Nossa, não costumo abraçar as pessoas com muita força pois acho isso meio estranho, mas o abraço do Jão foi tipo assim, um abraço que eu daria se estivesse afim de fuder.

— Tudo bem? — ele pergunta.

— Tudo ótimo! — respondo — achei que ia me ligar ou mem mandar mensagem para podermos nos encontrar.

— Acredito que como o negócio é sério, acho que seria mais legal fazer pessoalmente. Vamos ficar uns 10 ou mais dias gravando alguns vídeos e então você está dispensando.

— Onde vai ser?

— Vai ser em um lugar a quase duas horas daqui.  — ele disse. — e é por isso que estou aqui pessoalmente para te convidar a ficar no meu apartamento que fica bem próximo do local das gravações.

— Pode ser — respondo.

Nossos olhos se encontravam enquanto conversamos, se não estivéssemos falando de algo sério ou de algo que não envolvesse o nosso trabalho, acho que eu diria que estarimos os dois flertantando um com o outro.

Pessoalmente, o Jão era...tudo bem, isso não vai me fazer menos homem se eu falar, mas ele era bem bonito. Acho que o sorriso dele era bem atraente e o cabelo parecia ser grosso visto de longe como se não tivesse visto um creme de pentear, mas se você colocasse a mão descobriria que é macio e sedoso.

Não que eu tenha pego eu seu cabelo, mas olhando de perto havia um brilho e o vento batia nele fazendo o voar.

— Você vai se arrumar, para irmos juntos...ou vai querer vim sozinho. Se quiser eu deixo você quando voltarmos, não tenho problema.

— Pode ser, então você me espera eu me trocar e colocar algumas roupas na bolsa.

— Beleza.

— Pode entrar e ficar a vontade.

Foi o que ele fez, eu fechei a porta. E subi as escadas que davam para o segundo andar e encontrava o meu quarto.

— Pode vim para cá se quiser. — Eu gritei depois de achar que seria muito feio da minha parte não ficar comigo.

Jão apareceu sorrateiramente olhando para as portas do segundo andar e me ver colocando roupas aleatórias e atraentes na bolsa.

— Vai ter figurinos? — perguntei.

— Vai, inclusive você precisa ir tirar suas medidas para ficar legal.

Ele entrou no meu quarto de um jeito meio desengonçado. O Jão parecia aquelas pessoas desastradas que podem derrubar um vaso até mesmo se prestasse bastante atenção.

Ele ficou até tímido ali dentro.

Sem pensar, eu fico de cueca na frente dele enquanto jogo as roupas que estaca sobre uma cadeira e visto o que iria com o Jão.

— Não vai banhar, eu espero se quiser, não é algo que precisa ser apressado.— ele pergunta.

— Não, eu estou de boa.

Foda-se, tanto faz se meu pau estava sujo ou se eu estava suado, eu passei o dia interio mexendo no celular postando coisas no Instagram e conversando com a Maisa, eu banho na casa do Jão.

— Vamos? — eu falo para ele.

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