Chapter two.

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Olá pessoas! Espero que vocês gostem, boa leitura. ☺️

Muitos meses se passaram e Ísis estava completando oito meses e meio da gestação de Olívia. Sim, o bebê que ela esperava era uma menina e de acordo com todos os exames, a pequena estava forte e saudável esperando a hora de deixar o aconchego do ventre da mãe para vir ao mundo. Ísis com a ajuda das amigas e da mãe tinha separado essas últimas semanas para deixar o quartinho da filha em ordem para quando ela chegasse.

A decoração era toda em tons de branco apenas a parede central do cômodo era da cor amarela bem clarinha, assim como o mobiliário montessoriano de berço-cama que também levava o mesmo tom. Nas paredes ao redor haviam várias molduras ilustrando os meses da gravidez da veterinária até o oitavo mês.

Vocês devem estar se perguntando cadê o Giovanni o meio disso tudo, certo? Pois bem, ele estava mais babão impossível. No dia em que descobriram que iam ter uma menina, ele surtou, de felicidade, é claro, mas teve que ser amparado por alguns enfermeiros do hospital, tamanho entusiasmo.

Sim, eles haviam assumido o pseudo-casamento, mas nada oficial não era nem preciso, todos à volta deles percebiam o amor, o carinho que tinham um pelo outro e a cumplicidade, sem falar na alegria pela chegada da filha. O único lado não tão bom nisso tudo, era o fato de serem pessoas não tão queridas por Helena, e tudo que podia vir nesse pacote. Que a matriarca da família Aranha recebeu a notícia da gravidez com surpresa, foi verdade, mas com extremo desleixo também principalmente ao ver a felicidade estampada na cara dos dois. E mesmo com intenção de não se deixar levar por isso, esse fato ainda pesava e os incomodava de alguma forma.

Sempre era possível ver os dois juntos na praia, ou no shopping olhando lojas infantis e saindo delas cheios de sacolas e sorrisos enormes. A partir do sétimo mês Giovanni que já praticamente vivia no apartamento de Ísis, resolveu se mudar para lá de vez, até que a filha completasse seus seis meses de vida e Ísis tivesse mais segurança e autonomia para cuidar de um bebê "sozinha".

— Ísis! — Giovanni chamou por ela assim que entrou no apartamento. Logo ela apareceu sorridente como sempre, vestida com um short jeans e uma bata preta, que realçava a gravidez avançada.

— O que foi, meu Deus? Que desespero todo é esse? — Perguntou vendo que ele estava cheio de sacolas nas mãos.

— Comprei alguns presentes para a Lili e outros o meu pai mandou. — Respondeu largando as sacolas para ir até o sofá que ela havia sentado. Pousou a mão direita na barriga protuberante dela e sorriu. — Filha, eu trouxe mais vestidos para você e o vovô mandou uns sapatinhos também.

A menina pareceu reconhecer a voz do pai e se mexeu lá dentro. O que fez com que Ísis fizesse uma careta. Aquilo doía.

— Pega leve meu amor, eu sei que está apertado pra você aí dentro, mas falta só mais um pouquinho. — Ela disse enquanto acariciava a barriga tentando acalmar a filha.

— Verdade filha, falta tão pouquinho agora, que parece que foi ontem que você mexeu para o papai pela primeira vez. — Giovanni conversava com a barriga animadamente. — Nós te amamos, viu? Espero que goste do seu quartinho. Depois o papai vai fazer um para você lá na casa dele também, eu prometo. Prometo mais ainda, que sua mãe vai deixar de teimosia para morar lá comigo! — Depositou um beijo ali e foi o suficiente para a menina voltar a se agitar.

— Estamos muito ansiosos para a sua chegada, filha. — Ísis falou ainda fazendo carinho em sua barriga. — Seu pai então, toda vez que eu resmungo um A, ele já acha que é você querendo nascer neném. — Comentou entre uma gargalhada típica dela.

— Culpa da sua mãe exagerada, minha linda. Que não sabe se virar sem resmungar qualquer coisa, eu fico assustado. Eu tenho um coração. — Disse e deu um beijo na barriga para se pôr de pé novamente.

— Acho que ela se acalmou. É alegria com esse pai, que ela tem. Você chega e a minha barriga parece que vira uma festa. — Indagou e se levantou do sofá. — E aí o que vamos comer? Estou morrendo de fome hoje!

— E quando você não está morrendo de fome, Ísis Ferraz?

— Calúnia! Viu Lili, como o seu pai nos trata? Sabendo que eu como por mim e por você!

— Não é nada com você filha, mas a sua mãe só por Deus! Olívia, se você for tão esfomeada quanto a sua mãe, estou lascado. — Falou e deu uma risada quando sentiu a mão pesada dela lhe acertar o braço.

Entre conversas e mais conversas, eles prepararam juntos o jantar optaram por uma comida leve. Após a refeição pronta eles comeram com vontade, até não poder mais e se deliciaram da torta de morango que Giovanni havia comprado. Depois de satisfeitos, ele ficou na cozinha lavando a louça e ela foi se preparar para dormir. Naquele dia em especial Olívia estava inquieta demais e a mamãe já não sabia mais o que fazer para acalmar a menina. Já estava a ponto de chorar de desespero e desconforto.

Quando Giovanni chegou ao quarto também já pronto para dormir, viu que ela chorava de forma contida. E se deitou ao seu lado a fim de saber o motivo da tristeza. Ele tocou o ombro dela que soluçava.

— Que foi, meu amor? — Perguntou compassivo.

— Ela não para de se mexer, está doendo e eu não sei o que fazer. — Disse entre os soluços. — Eu preciso dormir.

— A doutora, não nos avisou que ela já ia começar a se encaixar para o parto? — Ela assentiu. — Então deve ser isso que está acontecendo. — Fez um carinho nos cabelos dela e a deitou em seu peito.

— Deve né? — Foi a vez dele assentir. — Então ta. – Começou um carinho lento na barriga e ele sorriu com a forma com que ela tratava a filha que ainda nem tinha nascido. Era bonito demais. — Conversa, ela sempre se acalma quando você fala com ela.

— Então eu vou contar uma história pra você, minha linda. Fica calminha pra sua mamãe conseguir dormir... — Ele disse para depois dar um beijo na barriga e voltar a deitar envolvendo a mamãe chorona em um abraço e começando um carinho na barriga arredondada ao mesmo tempo em que começava a contar sua história. – Sabe Olívia, quando eu conheci a sua mãe nós éramos jovens desconhecidos, bem mais jovens que hoje, nos trombamos em uma invasão, é filha, sua mãe gosta dessas coisas acredita? Ela não quis saber de mim, vivia me chamando de playboy e de sapatênis e teve um tempo que nós achamos que éramos irmãos... juro filha, parece coisa de novela, ela está linda hoje filha, mas lá atrás, ela ficava deslumbrante, perfeita filha, igual a você quando nascer. — Ela sorriu com os olhos fechados e ele continuou. — Lili, quando sua mãe descobriu que te esperava eu fiquei tão feliz, eu parecia um bobo, mas eu estava tão feliz que tive medo de explodir e agora já está quase na hora de você nascer e eu to quase explodindo mesmo, de alegria e felicidade. Eu te amo minha filha, pode vir que o nosso mundo está todo preparado para te receber, seus avô e avó e até a sua bisa, seus tios e esses são muitos, estão todos ansiosos pela sua chegada. Nós te amamos muito Olívia... — Ele falava calmamente quase sussurrante e quando percebeu a filha já havia se acalmado e a mamãe já tinha até dormido.

Giovanni ficou por velar o sono da mamãe insegura e continuou os carinhos na filha, ali vendo o quanto aquela mulher era e estava mais linda, apesar do cansaço aparente, e ainda assim ela reluzia felicidade, paz e alegria. Ele teve certeza de que mesmo que de maneira indireta havia escolhido a melhor mãe do mundo para a sua filha, Olívia ia nascer em um ambiente harmonioso, cheio de amor e de muita alegria. Ele se permitiu imaginar como seria a filha daqui a alguns anos e ela era linda, uma cópia da mãe, os mesmos cabelos, os mesmos olhos e o mesmo sorriso. E sinceramente, era tudo o que ele queria. Ter uma cópia daquela mulher que o trouxe tudo de mais bonito e especial na vida pra si, era maravilhoso.

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Quero agradecer a companhia por aqui.
Curtam esse capítulo, deem uma estrelinha aí po, até quinta.
🤍

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