Chapter four.

338 24 29
                                    



Olívia 2 meses.

Naquele dia a mãe da garotinha mais bonita do Rio de Janeiro, estava beirando exaustão. Parecia que havia sido amassada por um rolo compressor, Olívia estava completando seus dois primeiros meses de vida e a mãe seus dois primeiros meses de sobrevivência. Vivia pela casa com a pequena no sling, entre mamadas e trocas de fraldas. Por sorte a pequena era tranquila, quase não chorava, mas aquela sorte estava caindo por terra. Olívia chorava ininterruptamente naquele momento, e Ísis já não sabia mais o que fazer, por pouco chorava junto com a filha.

— Amor, meu neném, filha a mamãe te ama, se acalma, por favor. — Vociferou e novamente checou se a fralda estava suja, se ela estava com cólica, se era dor de ouvido. — Cadê seu pai que não chega também? Meu Deus.

Giovanni havia ido para a Heláne, teria uma reunião com os novos companheiros de campanha naquela manhã.

— Isso, meu amor. Conversa com a mamãe sem chorar tá? Senão eu vou chorar junto, a mamãe tá exausta filha. — Falou com a menina que tinha se acalmando no instante em que a mãe voltou a embalá-la nos braços.

Olívia não curtia muito ficar no colo de quem quer que fosse, se essa pessoa estivesse sentada, e foi só a mãe recostar no sofá para a pequena acionar seu alarme novamente. Ísis prontamente lhe ofereceu o seio, com certeza aquilo deveria ser fome, mas principalmente sono, estavam as duas acordadas desde bem cedo, antes mesmo de Giovanni sair para ir à Heláne. A menina enrolou e brigou com o sono por mais uma hora, e de fato a mãe agoniada começou a chorar em desespero. Definitivamente parecia que a menina não gostava dela, não era possível.

Algumas boas horas mais tarde quando Giovanni chegou, a cena era no mínimo hilariante. Ísis estava deitada na cama do casal, com a filha no sling, sacudindo seu corpo de um lado para o outro, tal qual aqueles bonecos de posto de gasolina, enquanto cantava uma canção do clássico palavra cantada. Enquanto algumas lágrimas caíam de seus olhos, e graças a Deus a menina ressonava tranquilamente.

— O que aconteceu aqui? — Perguntou depois de ter ido higienizar as mãos para tirar a filha do sling.

— O que sempre acontece quando ela fica sozinha comigo: baile. — Suspirou e se levantou com cuidado para não acordar Olívia. — Eu acho que ela não gosta de mim. — Deu de ombros e secou uma lágrima que ainda insistia em cair de seus olhos.

Giovanni tirou a filha da proteção do tecido e lhe aconchegou em seus braços a embalando um pouco mais, ele estava com saudades da cria.

— Deixa disso! — Deu um selinho nela e a abraçou com o braço esquerdo que agora estava livre. — Vê como ela é linda, ela ama você amor, você é a mãe dela.

— E daí Giovanni? Pelo amor de Deus! Ela só chora, eu dou o peito ela para, eu tiro ela volta, ela não gosta que eu fique sentada, quando eu danço com ela, ela reclama. Eu não sirvo pra ser mãe. — Escondeu o rosto na curva do pescoço dele e após um longo tempo de suspiro, voltou a olhá-lo no fundo dos seus olhos. — Nós vamos dar conta, não é? Você me prometeu.

— Amor, ela já tem dois meses, nós estamos dando conta. Somos ótimos pais, confia mais em você. — Beijou os cabelos revoltos dela e foram caminhando juntos até o quarto da pequena.

Os dois colocaram a filha em seu berço, e ficaram analisando cada detalhe dela, seu rosto muito similar ao do pai, as mãos, os pézinhos parecendo uma bisnaguinha, Olívia era a cara do pai de fato, mas os olhos de tons de mel eram da mãe. Eles poderiam ficar ali um bom tempo admirando a cria, se não existisse uma mãe faminta e exausta, louca por um banho.

Eles deixaram o quarto, com a porta entreaberta como o de sempre e voltaram para o seu. Ísis retirou a camisa vermelha que usava, o sutiã junto com os protetores de amamentação e caminhou somente de calcinha para o banheiro. Sendo seguida por ele, tomaram um banho rápido e juntos, para não deixar a menina muito tempo sozinha, sim eles pareceriam dois guardas em volta da filha, e saíram do banheiro vestindo roupas folgadas, pelo que sabiam ela ainda dormiria por umas boas horas e seria a deixa para os pais comerem e conversarem sobre o dia seguinte, que estavam planejando sair com a pequena. E aquele planejamento precisava ser de fato conversado, uma vez que eles quase não tinham saído com ela desde que ela nasceu, algumas idas à casa de Adriana e Jonas, e outras ao médico e somente.

Daughter.Onde histórias criam vida. Descubra agora