1: A Verdade

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Camila POV

— O que foi, senhor Williams? – Eu rapidamente olhei para o estranho alto, cerca de um metro e noventa, com olhos azuis exasperados.

Eu podia sentir a testosterona lúpus saindo dele em ondas e não havia como negar. Ele tinha a mesma aura excêntrica e dominante dos nascidos lúpus.

— Venha comigo, senhorita Cabello. – Senhor Williams apontou para o corredor e meu corpo foi tomado por calafrios e minhas entranhas se reviraram em estarrecimento e estremecimento. – Preciso falar urgentemente com você. – Abracei meu corpo tentando retomar o controle e assenti passivamente.

O tempo inteiro senti os pêlos da minha nuca se arrepiarem como se alguém estivesse me observando.

Deus! Remexi-me desconfortável, apertando a alça da bolsa que tinha nas mãos, quase ao ponto de dor e respirei fundo quando o senhor Williams girou as maçanetas e abriu as portas duplas para me dar passagem.

— Sente-se, senhorita, por favor. – Uma vez na sala do diretor, ele gesticulou para os assentos almofadados e aconchegantes.

Eu assenti, acomodando-me, enquanto o estranho alto, permanecia de pé, ao lado da porta de madeira envernizada, impaciente, de um pé, para o outro.

Eu acompanhei aquele gesto, quase que entrando em pânico.

— Camila, eu entendo que você tem dezoito anos, correto? – Senhor Williams me olhou, sua expressão dura, quase suavizando, quando viu o pânico retratado na minha face desvanecida.

Eu balancei a cabeça negando rapidamente.

— Eu vou fazer dezoito em uma semana, senhor. – Encontrei forçar para dizer e senhor Williams me olhou surpreso.

Ele puxou um arquivo de sua mesa para mais perto dele.

Depois de examiná-lo por um minuto, sua testa franziu e ele largou seus óculos de leitura na mesa.

Ele desviou o olhar negro para mim e então tive a certeza de que havia algo muito, muito errado nisso.

— Certo.

Senhor Williams pegou o telefone e começou a discar um número no papel na frente dele. Os olhos escuros dele queimando os meus, com algo que eu conhecia bem: receio.

— Terei que entrar em contato com seus pais então.

Um estrondo vindo de trás, me fez pular da cadeira e encarar a fonte do som.

O estranho alto estava praticamente vermelho como um tomate, os olhos azuis mostrando um encarniçamento sem fim e senhor Williams praticamente contraiu o maxilar visivelmente amedrontado, mas recusou-se a mostrar-se intimidado.

— Pare com essa merda, velho humano! Eles já sabem! Eles estão empacotando as coisas dela nesse exato momento! – Suas palavras duras e frias me deixam tensa e alarmante com isso. Medo e pavor me inundam com o conhecimento de suas palavras duras, me fazendo se contorcer no assento almofadado da sala do diretor.

O medo deve ter transparecido em meu rosto também, porque o senhor Williams lentamente largou o telefone e ajeitou seu paletó impecável, tentando mascarar o olhar irritado do lyko impaciente na porta. Mas nem isso fez com que minhas pernas bambas parassem de tremer.

— Como você sabe, senhorita Cabello. – Indagou senhor Williams, com evidente descaso em seu tom de voz. – Existe seres sobrenaturais neste mundo. Um deles sendo licantropos. Ou melhor dizendo... – Vejo o esforço que está fazendo para não deixar transparecer a repulsa e a antipatia em seu tom de voz. – Lobos, lobisomens...

— Chega de aula de história, velho! – Grunhiu o estranho alto tão forte, que quase fiquei sem ar. – Ou você cuspa de uma vez, ou eu... – Ele brada, mas há uma emoção queimando no fundo dos seus olhos que contradiz com a agressividade de suas palavras.

— Quem é você? – Eu interrompi o estranho alto com pressa, odiando-me por me sentir fraca e impotente daquela maneira.

Talvez porque eu estivesse pensando em uma fuga o tempo todo, mesmo me achando completamente insuficiente para isso. Instinto de sobrevivência humana, eu acho.

— Eu? – Ele zomba, fazendo um gesto com as mãos e, de repente, tudo em mim se agita com a iminência de que algo estava preste a acontecer e não gostei disso. – Eu sou a sua maldita escolta, princesinha.

— O quê? – Balbuciei, sem poder acreditar naquilo.

Eu ainda estava zonza e confusa, quase que sem forçar para me manter sentada, quando senhor Williams, começou a falar novamente:

— Camila... – Senhor Williams me chamou com cautela. Me remexi na cadeira, sentindo um frio estranho e desconfortante na espinha. Não! Não! E não! Isso não! – Há especulações de que você é a companheira das supremas. – Oh! Deus! Minha expressão congelou. E meu corpo tremeu. – E elas pediu para conhecê-la formalmente. – Meu coração quase saiu pela boca e minhas mãos começaram a suar absurdamente. Oh, Deus... Não... Não... Isso não podia estar acontecendo!

Minha cabeça começou a latejar e fechei os olhos com força.

Não posso ser!

Claro que não!

Quase gemi de pânico, pronta para correr, mas era tarde demais para isso, pois os dois viraram a cabeça em minha direção.

Puta que pariu!

Eu estou tão fodida! 

Polyamory ( Camren/You G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora