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Estacionei o carro e, antes de sair, me encarei nos espelhos

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Estacionei o carro e, antes de sair, me encarei nos espelhos. Para esconder as olheiras, tive que aplicar várias camadas de maquiagem. Na verdade, esta manhã eu me arrumei três vezes mais do que o habitual numa tentativa exagerada de aparentar que superei o término do meu relacionamento.

A família e os amigos do Nate, bom, eles são um tanto problemáticos e um pouco tóxicos. Sempre se consideraram superiores. No dia do casamento de Nate e Lucrécia, ela ouviu da própria sogra que não aprovava a união, que preferia uma mulher que estivesse à altura da família. Eles criticam tudo o que Lucrécia faz. Se fazem isso com alguém da família, imagina o que farão comigo.

Pego a mala no carro e me encaminho para a casa de praia. A última vez que estive aqui foi na festa de noivado dos dois, cerca de sete anos atrás. Acho que foi a última vez que fomos jovens irresponsáveis. Depois, mudei-me para Seattle com o Richard, só voltei anos depois e foi a vez de Esther se mudar. Apesar das mudanças, Esther, Lucrécia e eu nunca perdemos o contato.

É estranho estar aqui porque o lugar é o mesmo de sete anos atrás, nada mudou e tudo me lembra os momentos que passei aqui com... meu... ex marido.

Não, não, não, não, não!

Assim que acordei hoje, prometi a mim mesma que não pensaria naquele ser. Ou na dor que ele me causou. Prometi que tentaria me divertir.

Pelo menos por um final de semana, preciso esquecer essa dor, preciso sentir alguma alegria, felicidade, alguma coisa que não seja tristeza. Mesmo que seja uma alegria passageira, uma falsa felicidade. Mesmo que segunda-feira eu retorne para o fundo do meu poço. Porém, hoje e amanhã, eu vou encher a cara e dançar como uma louca, como eu fazia antigamente.

— Penny! Não acredito! — Lu grita assim que me vê. Segundos depois, Raul e Esther surgem correndo na minha direção.

— Feliz aniversário, Lucrécia. — A abraço primeiro.

— Que saudade — murmura, me abraçando com força. — Como você está?

— Bem — respondo imediatamente.

Nos separamos e abraço Esther e Raul.

— Eu senti tanto a sua falta. — Raul diz apertando as minhas bochechas.

— Eu também. — Tento dizer.

— O quarteto casca dura está de volta! — Lucrécia exclama aos berros e damos um abraço em grupo.
Uma risada escapa dos meus lábios, mas logo o abraço é desfeito.

— Eu sei que estamos matando a saudade, mas — Raul dá uma pausa dramática. — Lucrécia, você precisa ir se embelezar.

Uma risada escapa dos meus lábios, mas logo o abraço é desfeito.

Concordamos com a cabeça. Raul pega a minha mala e seguimos para a casa. Passo pela área externa e fico deslumbrada com a decoração. As cores numa mistura de branco e lavanda, várias lamparinas espalhadas e acima de nós fios com pequenas luzes de LED.

Contra Todas As PossibilidadesOnde histórias criam vida. Descubra agora