Penélope Clarke acreditava ter o casamento perfeito, até ser abandonada pelo marido sem qualquer explicação. Tentando fugir do desespero que ameaçava consumi-la por completo, ela esbarra em Brian Scott, que a faz esquecer seus problemas por uma noit...
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Sinto a respiração dela em meu rosto
O corpo dela junto ao meu
Não consigo olhar em seus olhos
Ela está fora do meu alcance
She's Like The Wind — Patrick Swayze
PENÉLOPE CLARKE
Chego no quiosque completamente encharcada. Por sorte, era uma chuva de vento que já cessou. Me sento no banquinho do quiosque e observo as pessoas ao meu redor, divididos em pequenos grupos. Algumas pessoas estão conversando, outras bebendo e há duas pessoas dançando.
Meu corpo inteiro estremece quando o vento forte me atinge. Esfrego as mãos nos meus braços para tentar afastar o frio, mas para a minha surpresa, Brian tira o casaco, deixando os braços musculosos descobertos, e o coloca sobre os meus ombros.
— Obrigada — murmuro.
Visto o casaco e o perfume impregnado nele invade minhas narinas. O cheiro me remete a madeira e noz-moscada. Cheiro de perfume caro.
— Deseja beber qual bebida, senhorita? — pergunta, do outro lado, forçando uma voz mais aveludada. — Só temos tequila.
— Tequila então — falo no mesmo tom brincalhão.
Brian sorri animado e pega a garrafa de tequila, enche dois copos caballito e me entrega um deles. Brindo com ele e em seguida sinto o calor agudo e reconfortante descer pela garganta. Espero não ter feito uma careta.
— Mais uma dose? — Ele pergunta erguendo o copo.
— Não, não, não — respondo de imediato e solto, sem querer, uma leve risada.
— Tá bom. — Diz antes de dar a volta e se sentar no banquinho ao meu lado. — Me conta mais sobre você.
Encaro-o em silêncio, pensando no que responder.
— Não há muito o que dizer sobre mim. — Encolho os ombros. — Nada que desperte interesse.
— Eu duvido! — Ele abre um sorriso. — Você parece ser muito interessante.
Balanço a cabeça de um lado para o outro.
— Por que não falamos de você?
— De mim? — Questiona um pouco surpreso. — O que você quer saber?
— Ah, não sei. — Mexo os ombros. — Você trabalha? O que gosta de fazer?
Coço a nuca. Esse é um dos motivos do porquê não gosto de conhecer novas pessoas. Não gosto, não sei puxar assunto.
— Sou um dos melhores pilotos do aeroporto de Belmont — diz desviando o olhar. — O que eu mais gosto de fazer na vida é... voar.
