Capítulo XV- Os Montmorency's

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     Emilye apertou a carta com força, os olhos ardendo de raiva.

- Maldito Robespierre!- exclamou ela, com a voz trêmula. O nome do líder revolucionário era como um veneno para os jovens monarquistas.

Isack completou, a expressão sombria.

- O Comitê não vai parar até calar todos os seus opositores.

Albert consentiu com a cabeça, preocupado.

- Mas o que faremos? Precisamos de um plano.

Emilye se levantou, determinada.

- Vamos para a França!

Albert ficou perplexo.

- Para a França? Emilye, precisamos pensar com cuidado...

Mas Isack sorriu, o olhar cheio de confiança.

- No caminho, pensamos em algo. Vamos enfrentar isso juntos.

E assim, com o destino incerto e o peso das revelações sobre seus ombros, Emilye, Albert e Isack partiram de Viena em direção a Paris. O futuro estava repleto de perigos, mas eles estavam dispostos a lutar pelo que acreditavam.

(...)
         Enquanto isso, na mansão dos Rutherford, Lourenço e sua filha Elize compartilhavam o café da manhã. Lourenço estava absorto em suas anotações, enquanto Elize parecia distante, com um semblante triste. Ela apoiou a cabeça na mão, o cotovelo apoiado na mesa, e mastigava um pedaço de pão sem entusiasmo. O alimento parecia insípido, e ela o deixou na mesa antes de se jogar para trás na cadeira.

Lourenço percebeu a expressão abatida de Elize e tirou sua atenção das anotações, ele observou Elize com curiosidade enquanto ela parecia mergulhar em seus próprios pensamentos. A expressão dela era sombria, e ele se perguntou o que poderia estar incomodando sua filha.

-Elize- disse ele -o que está acontecendo? Você parece preocupada.

Elize hesitou, debatendo internamente se deveria revelar o que descobrira. Finalmente, ela decidiu abordar o assunto de uma maneira indireta.

- Imagine, pai - começou ela - se você fosse apaixonado por alguém. Alguém que você admirasse e respeitasse. Mas depois descobrisse que essa pessoa é, na verdade, alguém que você não gosta e do mesmo sexo que você. O que você faria?

Lourenço franziu a testa, sem entender.

- Como? O que isso significa, Elize?

Ela olhou para ele, os olhos cheios de tristeza.

-Nada, esqueça!

Mas as palavras pairaram no ar, e Lourenço sentiu que havia algo mais. O segredo de Elize estava ali, e ela não sabia como lidar com isso.

(...)

         ~ Paris, 10 de julho de 1793~

As ruas de Paris estavam silenciosas, envoltas em um manto noturno. A carruagem de Emilye, Albert e Isack deslizava pelas vias tranquilas, guiada pelas luzes tênues que delineavam os contornos da cidade.

No entanto, a calmaria foi interrompida quando um guarda parou a carruagem. Albert, sempre prevenido, entregou documentos falsos com destreza. O guarda examinou-os superficialmente e, sem suspeitas, liberou-os. Emilye, Isack e Albert trocaram olhares cúmplices e não puderam conter as risadas.

- Como esses guardas são burros-  comentou Isack, divertido.

Emilye concordou. Eles estavam em Paris, à noite, com um propósito urgente: resolver o problema de Cristhoven. A casa de Leon, seu amigo, seria o ponto de partida para desvendar os segredos que os aguardavam.

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