pizza? - cap. 5

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Francis subiu as escadas encharcadas de chuva do seu prédio. Cada passo era uma batalha contra a exaustão, as roupas encharcadas grudadas no corpo cansado. Ao chegar ao patamar do terceiro andar, ele fez uma pausa para recuperar o fôlego, o peito subindo e descendo com o esforço.

O som das gotas de chuva batendo nas janelas do corredor mal iluminado continuou a ecoar. Ele podia sentir uma infiltração em seus ossos, uma lembrança constante do tempo sombrio lá fora. Com um suspiro resignado, ele procurou as chaves, com os dedos dormentes de frio. Finalmente, chegando à porta de seu apartamento. O familiar número de latão brilhou fracamente na penumbra quando ele inseriu a chave na fechadura, e a porta se abriu com um rangido, revelando o interior mal iluminado.

Quando Francis entrou, um alívio cansado tomou conta dele. Ele tirou os sapatos encharcados e pendurou o casaco encharcado no cabide perto da porta. Uma mão passando pelos cabelos desgrenhados para tirar a água. O pequeno e aconchegante apartamento foi mobiliado com peças desencontradas coletadas ao longo dos anos. O ar cheirava a livros velhos e café velho. Ele foi até a cozinha, com o chão de linóleo fresco sob os pés descalços.

Procurando nos armários uma caneca para aquecer as mãos geladas, Francis ouviu um som fraco vindo da sala de estar. Ele congelou por um minuto, seu coração batendo mais forte do que antes, antes de perceber que era apenas o rangido das tábuas do piso se movendo sob os pés; paranóico. Rindo cansado, ele encontrou uma caneca de cerâmica lascada escondida atrás de pratos empoeirados. Ao enchê-lo com água fumegante da chaleira, ele não conseguiu se livrar da sensação de estar sendo observado. Olhando ao redor da sala, ele viu apenas o brilho fraco das luzes da rua filtrando-se pelas cortinas.

Ignorando seu desconforto, Francis foi até a poltrona de couro desgastada no canto da sala; Sentado e afundando em seu abraço familiar. Mas quando ele se acomodou, ouviu uma leve batida na porta.

— Hmm..- ele murmurou, relutantemente indo em direção ao barulho; deixando a porta se abrir com um rangido.

— Olá? -  a voz dele estava tensa.

— E ai, gostoso? - Você diz. — To entregando pizza, mlk. Mas acho que eu errei o prédio..

— Desde quando você trabalha entregando pizza? - Ele levanta uma de suas sobrancelhas.

— Desde agora. Mas errei o prédio, desculpa por incomodar ai. - Você diz, olhando para o papel.

Ele olha pra você segurando o papel, meio que confuso sobre esse novo trabalho.

— Ah, to vendo que você errou mesmo. - Tentando olhar o papel em suas mãos, ele diz-; — Oque que tem ai?

— Papel escrito; nunca viu não, fi? Ta passando necessidade, é? - você franze a testa. — Quer comprar uma pizza não? É gostosa, pô..

A menção de comprar pizza trouxe um sorriso nos lábios do garoto — Caralho! É óbvio que eu quero. A entregadora vem de brinde? - Ele perguntou, o cansaço dele indo embora.

— Vem não, vem não.. Tá, mas tu vai comprar ou não vai, cacete?

— Você se importa.. Você já tá aqui de qualquer jeito, então fodase. Tá tarde, né? - ele diz. — Seria rude se eu pedir uma pizza agora?

— 70 reais.

Ele franze a testa quando ouve o valor.

— setenta reais a porra de uma pizza pequena, é?

— Tu vai pedir a pizza ou vai reclamar? - Você diz, julgando ele silenciosamente.

Uma pequena risada escapa dele. " — 70 reais para uma pizza pequena? Quanto que custa a pizza grande então?

— Estou surpreso que essa pizzaria ainda funciona com esse preço. - Ele diz.

— Reclama com a pizzaria então, não comigo.

Ele revira os olhos em frustação, e da um suspiro. " — Eu quero uma pizza de cogumelo e cebola.

— Então é 80 reais. Você não quer pedir uma pizza larga não? É 130 reais.

Ele quase se engasga quando escuta o preço da pizza larga. " — Porra, tem oque na pizza? Pedaço de ouro? - ele levanta uma sobrancelha. " — E uma pizza extra larga, qual é o preço?

— 310 reais.

— É sério isso? - Ele solta uma risada. " — Quem diabos vai pagar 310 reais em uma pizza?

— Alguém que realmente tem muito dinheiro..

— Alguém que realmente tenha muito dinheiro, é? Huh. - " — Tabom, eu vou querer uma pizza então. 70 reais, né? você aceita cartão?

— Que tipo de cartão?

Depois de ouvir essa pergunta, ele fica com a dúvida se você quiser dizer, visa, cartão de crédito, débito ou MasterCard, ou alguma coisa parecida também.

— Eh.. Visa? - ele diz, com medo de não aceitar esse tipo.

Você franze a testa. " — Aceitamos sim..

Ele da um longo suspiro. " — 70 reais então..

— $80.

— Mas.. Eu-.. Você disse 70.. - ele ergue uma sombrancelha.

— Você quer uma bebida e pizza?

A ideia de beber algo enquanto come uma pizza é uma boa ideia. Mas a carteira dele nao ficaria tão feliz com essa ideia. " — Eu.. Você tem alguma coisa.. Barata?

— Coisa de pobre? - Você da uma risada.

Quando você diz isso, ele ri de volta. Você provavelmente percebeu pelo cansaço dele que ele não tem muito dinheiro na carteira agora. " — eu acho que essa foi uma pergunta idiota.

Ele levou um momento pra pensar. " — Você tem água?

— 30 reais.

— Oxi, 30 reais por uma garrafa de água? É água de Marte essa porra?

— Você vai querer uma pizza e água? 100 reais então.

Ouvindo o preço, ele até ficou tonto. " — 100 reais pra uma pizza pequena?!

— Você não tem 100 reais?

— Bem.. Na verdade.. Não. - Ele olha para os seus olhos.

— Ta pobre hein, gostoso. Quantos reais tu tem?

— Eu acho que.. 30 reais.

— Tabom.. 10 reais então.

— 10 reais para uma pizza? É sério?

— Sim, é.

— Você realmente abaixaria o preço por mim?

— Eu sou sua namorada, porra! - " — De graça, então?

Ouvindo isso, ele fica constrangido e as bochechas dele ficam rosadas. " — De graça..? É.. porque de graça?

— Porque você é bonito, ué.

— Eu já sabia disso; não precisava ter falado, né? - ele diz, com um tom meio narcisista.

— Tu tem uma namorada?

— Porra.. Tu é minha namorada, cacete.

— credo, nunca te vi xingando tanto assim não, achei que você era da Igreja.

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⏰ Última atualização: Apr 06 ⏰

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