I.

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a ellie linda da minha vida (❤️) tweetou: "quem é que vai escrever uma fic kelmiro com uma energia bem hannigram onde o ramiro é um assassino e GOSTA de ser, até a paixão confusa do kelvin por ele fazer ele perceber q na vdd essa tb é a natureza dele?", e eu peguei a ideia e corri com ela 👀

é uma história mais dark, com mortes, assassinatos, sangue, um pouco de gore, e gays que sentem tesão nisso :)

se não for algo que te interessa, não leia, beleza?

mas se resolverem ler, espero que gostem!

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Às vezes Ramiro se perguntava se realmente tinha algo errado com ele. Porque não deveria ser normal, se sentir tão... extasiado - e levemente excitado - estando de pé ao lado de um corpo que ele mesmo havia acabado de botar no chão.

Mas com o sangue ainda quente escorrendo em suas mãos, a respiração ainda um pouco pesada pelo esforço das facadas, Ramiro nem tinha energia o suficiente para deixar esses pensamentos irem longe demais. Ele deu de ombros mentalmente, e limpou a faca num paninho que tirou do bolso, e logo em seguida a jogou no banco da frente da caminhonete.

— Heh, falei que eu ia ti levá pra durmi né? Nunca disse que ocê ia acordá di novo... - Ramiro disse para o cadáver, dando uma risadinha baixa.

Ramiro conhecia as matas por volta de Nova Primavera como a palma da sua mão, e ele tinha alguns cantos espalhados para esconder os corpos que podiam ser ligados à ele. Cantos que eram pra uso dele, não do patrão. As pessoas que ele matava que podiam ser ligados ao patrão... não eram bem problema dele.

De vez em quando ele dava uma olhada nas covas, alguns dos corpos que já estavam mais decompostos e difíceis de reconhecer, ele mudava para outro lugar, onde poderiam ser descobertos com facilidade. Ele conhecia a polícia dessa cidadezinha, sabia que não iam se interessar o suficiente para identificar os corpos se tivesse algum empecilho.

Mais cedo, esse homem havia se engraçado pras meninas do bar, de um jeito que elas não haviam gostado nem um pouco. Zeza foi quem o ameaçou com uma panela cheia de óleo fervendo, antes que Ramiro sequer tivesse se movido de onde ele estava, escorado na parede perto da saída do bar.

Ninguém deu atenção depois que o bêbado saiu cambaleando do bar, confuso sobre onde ir. Ninguém reparou quando Ramiro saiu de fininho atrás dele, se aproximando do homem o direcionando para seu próprio carro, dizendo que o levaria para algum lugar onde ele pudesse dormir. Ninguém viu os dois entrando na caminhonete de Ramiro juntos. Ninguém além de Kelvin, que Ramiro avistou enquanto arrancava com o carro de onde estava estacionado.

Mas Ramiro sabia que ele não precisava se preocupar com o seu Kevín.

E falando em Kevín... Ramiro já estava com saudades dele. Com a adrenalina correndo pelo corpo desse jeito, era mais fácil admitir que o que ele estava sentindo era saudades mesmo. Ele tava cansado de tentar se convencer que aquele sentimento todo era de amigo, que Kelvin não iluminava seus dias, que só de olhar pra ele, com aquelas roupinhas brilhosas e apertadas, não já o fazia sorrir mais que qualquer coisa.

Sem nem dar mais uma olhada para o corpo jogado no chão, sangue ainda escorrendo pelo buracos Ramiro havia feito no abdômen e no peito, Ramiro subiu na caminhonete. O corpo ficaria ali mesmo, nessa estradinha de terra que tinha uma entrada escondida e quase ninguém sabia que existia, a casa da fazendo mais próxima era a quilômetros de distância, e Ramiro sabia que assim que saísse dali, praticamente não pensaria mais no homem - mas sempre lembraria de como se sentiu ao matá-lo. Ele sempre lembra.

Dentro do carro, Ramiro tira o celular do bolso e abre as mensagens com Kelvin. Desde que ele havia começado aprender a ler, Kelvin o fazia praticar mandando mensagens escritas ao invés de áudio, e Ramiro não ia dar o braço a torcer e admitir em voz alta, mas eles conversavam tanto que estava ajudando mais do que ele imaginou.

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