Oie!
Nesse capítulo nós vamos começar a voltar um pouco no passado, mas especificamente o passado de Kelvin, até chegar onde ele se encontrou com Ramiro no capítulo passado.
Espero que gostem! :)
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Quando ele tinha 16 anos, Kelvin foi expulso de casa. Ele ainda conseguia ouvir os gritos da sua mãe enquanto andava na calçada da direção contraria de casa, ainda via seu pai sentado no sofá e se recusando a sequer olhar para ele. Naquela noite ele dormiu na igrejinha da cidade, que sempre deixava as portas abertas para quem precisasse, e na manhã seguinte conseguiu uma carona sem nem se preocupar com a direção que estava indo.
Quando ele completou 17 anos, Kelvin estava trabalhando em uma pousada numa cidadezinha pequena no interior de Minas Gerais, umas 3 ou 4 cidades de distância do lugar onde veio. A dona Miriam, que era dona da pousada gostava dele, achava um "menininho de ouro" e o deixava dormir em um dos menores quartinhos no primeiro andar.
De vez em quando alguns turistas olhavam para Kelvin por um tempo mais do que o que seria considerado normal, e ele se pegou gostando, e retornando os olhares. Foi com um desses turistas que Kelvin perdeu a virgindade uma noite. E enquanto ele ouvia a cama do seu quartinho na pousada batendo contra a parede, Kelvin se pegou pensando que sempre achou que sexo seria.... Mais que aquilo.
O dinheiro que o turista deixou na mesinha de cabeceira, porém, foi uma surpresa agradável. Kelvin estava mesmo de olho em um short novo que ele viu na vitrine.
Foi ali que ele aprendeu que seu corpo tinha um uso além de limpar os quartos da pousada.
Estava tudo indo bem, Kelvin até achou que poderia se acostumar ali, mas último turista com quem teve um encontro na pousada mudou tudo.
Kelvin ainda tinha porra escorrendo nas pernas quando o homem - que disse se chamar Joaquim - jogou suas roupas na sua cara e disse para se vestir e sair. Kelvin imediatamente se irritou, mas começou a se levantar. O tempo que ele levou para limpar entre suas pernas aparentemente foi tempo demais, e Joaquim segurou seu braço com força, o puxando em direção a porta.
— Me solta, por favor? Eu já to indo, não precisa me empurrar.
— Você não me diz o que fazer, viadinho de merda. Eu já tive o que queria de você, então sai daqui. Vamo! Agora!
— Você tá me machucando, me solta. - Kelvin pediu outra vez.
— Machucando? Você não viu nada ainda, mas eu posso te machucar sim, se você quiser.
Tudo aconteceu muito rápido depois disso. Joaquim apertou seu braço ainda mais e o chacoalhou, e Kelvin deixou as roupas que estava segurando caírem no chão. Ele odiava se sentir vulnerável - e não havia situação que ele se sentia mais vulnerável de que quando estava nu. Mas Kelvin sempre foi rápido, e escorregadio, e aprendeu a brigar sujo nos meses que dormiu na rua antes de achar a pousada.
Kelvin mordeu o braço que o segurava, e Joaquim soltou enquanto xingava alto. Kelvin tomou um passo para trás, mas a cama estava mais perto do que ele imaginava e quando seu joelho bateu no colchão, o resto do seu corpo seguiu e ele se viu deitado de costas novamente. Joaquim se moveu muito mais rápido que Kelvin imaginou que o homem conseguiria, montando nele e segurando seu pescoço com uma velocidade assustadora.
Não demorou muito para Kelvin sentir o pânico aumentando a medida que lhe faltava o ar, e ele batia nos braços de Joaquim mas o homem se recusava a parar. Kelvin, desesperado, tateou ao seu redor, derrubando o celular do outro da mesinha de cabeceira, assim como um copo de vidro que estatelou quando encontrou o chão. Kelvin continuou procurando, até que sua mão finalmente encontrou o que estava atrás: a base de madeira do abajur que todos os quartos tinham.
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CONTROL
FanfictionRamiro despacha as pessoas que o patrão dele manda. Isso a cidade inteira sabe e não é novidade. O que eles não sabem é que Ramiro não reclama nem um pouquinho. E que as encomendas do patrão às vezes nem são suficientes para saciar a certa... vontad...