Chapter 25

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Adora pov's

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Meus olhos se viram rapidamente para Scorpia, eu imploro a ela com um olhar que grita ' Cale a boca, cale a boca'.

Por favor, não estrague tudo.

Eu forço um sorriso para Catra. Agora, mais que nunca, quero voltar para a casa do lago e esquecer que eu existo. Quero rastejar sob a cama de Catra, sentir a brisa da janela aberta e sentir o cheiro das árvores enquanto me enterro dentro dos limites seguros de seus braços.

— Você não perdeu muito - Eu limpo a garganta

A expressão de Scorpia é inexpressiva.

Catra remove um dos copos de expresso e o entrega para mim, repetindo o processo com Scorpia em seguida. Ela coloca a sacola na mesa de centro e se senta na poltrona, não me deixando escolha a não ser sentar ao lado de Scorpia.

Scorpia não se arrasta um centímetro se quer para longe de mim. Então me encolho. Dada a bomba que ela acabou de jogar em minhas mãos, ela deveria ter no mínimo um pouco de consideração em me dar espaço.

Catra se inclina para frente e remove três recipientes das sacolas

— Ovos, bacon, batatas.

Posso sentir o cheiro do bacon e meu estômago revira, ainda não sei se é pela ressaca ou pelo acontecimento de minutos atrás.

Catra continua removendo os itens da sacola, guardanapos, garfos e entrega para nós duas

— Quem precisa de pratos, olhe só esse bacon. Está nadando em óleo. Você vai melhorar rapidamente dessa ressaca, princesa - Ela aponta para o recipiente

— Estão tão quietas - Catra leva o garfo até a boca — Está tudo bem? Vocês queriam outra coisa?

— Desculpe, mas sinto como se estivesse ressuscitado dos mortos - Digo

— Justo, você realmente estava pedindo doses fortes ontem - ela riu — Agora coma

— Obrigada pelo café - Scorpia diz

— Não se preocupe

Encher minha boca de comida é minha única opção para fugir deste momento. Eu não quero dizer mais uma única palavra.

Meia hora depois, a única coisa que resta do café é o óleo. Scorpia finalmente me deu mais espaço, se levantando para levar os recipientes no lixo da cozinha. Eu olho na direção de Catra

— Ei

— Sim?

— Podemos ir agora?

— Claro, princesa - Ela se levanta — Você quer que eu chame um táxi?

— Vamos andando.

— Eu posso levar vocês - Scopia oferece

— Claro - Catra diz no exato momento em que eu digo não.

— Você não quer carona? - Minha melhor amiga parece confusa

Balanço a cabeça negativamente

— Eu acho que andando um pouco posso melhorar mais rápido.

Catra levanta a cabeça, ela não se convenceu com as minhas desculpas, mas mesmo assim andou até a porta

— Bem, então vamos lá. Obrigada por cuidar dela, Scorp.

— Sim, não há problema. - Ela acena

Eu olho para Scorpia e sinto que vou vomitar novamente.

— Tchau, Scorp. Obrigada por ficar comigo.

Scorpia dá vários passos ousados até estar bem na minha frente.

Seus olhos estão vidrados com uma tristeza assustadora.

— De nada - Ela alcança seu telefone e finge olhar para algo, mas posso ver seus dedos deslizando pela tela. Meu telefone vibra em meu bolso — Falo com você em breve, loira

— Sim - concordo.

Me viro rapidamente e alcanço as mãos de Catra, enlaçando nossos dedos e sentindo um alívio significativo me atingir.

— Catra.

— Sim, anjo?

— Sinto muito por ser uma idiota.

— Pare de se preocupar com isso, Adora. Está tudo bem - Ela pousa a mão em meu ombro

— Eu fui terrível com você.

— Você estava bêbada e agressiva. Isso não faz de você uma pessoa terrível.

— Por que você me perdoa tão rápido? Você deveria estar brava comigo. Eu fui uma vadia.

— Por que eu não perdoaria você?

Catra sobe a manga de sua camiseta, apontando para um de seus relógios

— 13:42?

— 13:42. - Repete — Decidi que nunca ficaria brava com você por muito tempo

— Por que?

Ela balança a cabeça, como se estivesse tentando desalojar a memória

— Nossa primeira briga. Foi estúpida. A raiva consome você, se você permitir. Não há razão para isso. Por que ficar brava? Isso inflama como uma doença, princesa - Catra para de falar abruptamente, como se quisesse dizer outra coisa... mais importante

Há mais nesta história. Há mais em sua declaração do que ela está deixando transparecer. Posso sentir isso.

— Catra, o que é?

— O que é o que?

— Há algo que você não está me dizendo.

— Não é verdade - diz ela — Estou simplesmente dizendo que não acredito em rancores. Grandes, menores, mínimos. A vida é muito curta.

— Por que você diz isso o tempo todo?

— Porque é a verdade, Adora. Num minuto você pensa que tem absolutamente tudo e que é invencível. No minuto seguinte tudo se vai e você não pode fazer nada.

— Por que pensa assim?

— Eu apenas penso. Sempre é assim.

— Tem certeza disso? Não há mais nada?

— Claro, babe. Tenho certeza. Então, como está se sentindo?

— Eu me sinto ótima. Não tente mudar de assunto, Catra Melog.

— Tudo ótimo ou bem? - Ela evita o assunto

— Tudo ótimo. Catra, estou falando sério.

— Sei que está - Ela sorri

— Você está me assustando.

— Não tenha medo, Adora. Por Deus, não é nada. - O sorriso em seu rosto desaparece

— Conte-me.

— Tudo bem, o que você quer saber?

— Sinto que você está escondendo algo. Você não enrola sobre nada e quando o faz é porque está mentindo.

Catra pega minhas duas mãos nas suas, antes de levar cada uma à boca para um beijo

— Vou te contar muitas coisas, Adora. Mas não há nada com o que se preocupar.

— Nada de ruim acontece, certo? Nada de ruim acontece com a nossa história? - Sinto meu estômago revirar violentamente

— Adora. Pare de se preocupar. Algo tão incrível nunca poderia ser ruim.

— Eu não posso deixar de me preocupar - Eu sinto lágrimas em meus olhos e tento lutar contra elas

O rosto de Catra vacila em uma expressão triste. Ela envolve seus braços em volta de mim e me puxa para perto de seu peito

— Por favor - Ela sussurra — Nossa história não acabou, Adora. Bem aqui, agora, comigo. Ela está apenas começando. Eu prometo.

Turn Back Time - CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora