Três

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Quando estava no palácio me sentia em casa

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Quando estava no palácio me sentia em casa. Talvez pelo fato de que praticamente cresci nele. Eu e minha mãe passávamos mais tempo no palácio do que na nossa própria casa. Por isso me sentia bem a vontade.

Por incrível que pareça, sempre pude ficar perambulando pelo palácio livremente. Só não tinha permissão para ir até o terceiro andar e em alguns cômodos que só a família real tinha acesso. Por exemplo, o salão das mulheres.

A rainha Clair Schreave, passava a maior parte do seu dia no salão das mulheres junto com as suas damas de companhias. E quando o palácio recebia a visita de algum casal importante, enquanto o marido tratava de assuntos importantes com o rei, a rainha convidava a esposa para tomar um chá no salão.

Sempre tive a curiosidade de entrar para ver como era e o que realmente faziam lá dentro. Imaginava que, além de tomarem chá, elas aproveitavam aquele momento para colocarem as fofocas em dia e falarem mau de seus maridos. Parecia divertido!

Tinha uma grande expectativa de que quando o concurso começasse na próxima semana, as selecionadas teriam permissão para passarem tempo no salão das mulheres.

Estava na escada, com os braços escorados no corrimão, bisbilhotando. O palácio estava recebendo a visita do barão e da baronesa.  O rei Rubens e a rainha Clair, atravessaram o salão principal até onde o casal estava esperando ser recebidos. O rei cumprimentou o barão com um aperto de mão e um tapinha nas costas. Depois, chamou aquele homem  para irem conversar em seu gabinete. A rainha sorriu para a baronesa e a conduziu até o salão das mulheres como sempre.

Nesse momento, o príncipe veio descendo as escadas com passos rápidos, e eu não saberia dizer quem estava mais distraído. Eu ou ele.  Joshua, trombou em meu braço e não fez a menor questão de se desculpar. Ainda por cima, quando me virei, me lançou um olhar ríspido. Grosseiro. Como se eu tivesse culpa por ele não ter olhado para frente enquanto andava.

_ Mau criado _ Resmunguei baixo, mas acho que foi o suficiente para o príncipe ouvir. Porém, ele só seguiu andando sem preocupação alguma.

Me perguntava como seria quando a seleção do príncipe Joshua Schreave, começasse. Já não nos dávamos bem. Algo me dizia que a pressão do concurso só deixaria o clima entre nós dois ainda mais tenso. Mesmo assim não tinha a menor intenção de desistir. Não daria esse gostinho ao príncipe. Também gostava de um desafio.

_ Preciso que veja os meus novos modelos e me diga o que acha! _ Minha amiga Natalié, exclamou, assim que adentrei o quarto, onde ela estava espanando a poeira dos móveis, antes que eu fechasse a porta atrás de mim.

Arqueei as sobrancelhas e abri a boca antes de dizer alguma coisa

_ É isso que eu gosto de ouvir! _ Dei uma mordida na maçã e atravessei o quarto. Natalié, deu uma olhadinha para mim  e sorriu.

Natalié, tinha dom para desenhar vestidos. Tinha uma criatividade incrível para criar novos modelos. Entretanto, de tempos em tempos, Natalié desistia dos seus desenhos e guardava todos os seus esboços na gaveta, jurando que nunca mais iria desenhar nem sequer uma peça de roupa. Por que segundo ela, seus modelos nunca saíram do papel e a sua única função na vida, seria trocar lençóis de camas e tirar poeira de móveis.

Me sentei na escrivaninha, colocando o meu livro de lado, e os desenhos de Natalié estavam na cadeira. Peguei os papéis e comecei a analisar cada um. Todos me deixaram boquiaberta e impressionada.

_ O que achou?

_ Eles são um pouco diferente do que você costumava desenhar. Parecem mais ... _ Dei uma pausa, tentando encontrar a palavra certa, mas não conseguia pensar na definição correta _ Não sei bem, eles tem mais cara de realeza.

Natalié, veio até mim e parou na minha frente com um sorriso de satisfação

_ É isso mesmo!

Franzi as sobrancelhas _ Por que resolveu mudar o estilo dos seus desenhos?

Natalié, respirou fundo antes de falar, transparecendo ansiosa. Pelo seu sorriso nos olhos, era uma ansiedade boa.

_ Fui designada para auxiliar uma das selecionadas durante o concurso. O quê significa que vou poder costurar para ela!

Fiquei paralisada por alguns instantes. Pasma e também muito orgulhosa da minha melhor amiga

_ Natalié, isso é incrível! _ Dei um salto da cadeira e a abracei com força. Ela começou a rir.

_ E se eu tiver um pouco de sorte, talvez ela goste dos meus desenhos! _ Natalié, disse, segurando as minhas mão, quando nos afastamos.

_ Tenho certeza que ela irá gostar. Não tem como não se encantar com eles. Você é a melhor estilista de todos os tempos!

Ela segurou ainda mais forte as minhas mãos e os seus olhos ficaram molhados de emoção.

_ Você já sabe qual é a garota? _ Quis saber

_ Ainda não, vamos descobrir esta tarde. Imagina se fosse você?

Meus olhos brilharam só de imaginar a possibilidade. Imagine só, se Natalié fosse a minha criada, poderíamos passar ainda mais tempo juntinhas!

_ Eu vou torcer muito por isso!

Natalié, fez positivo com a cabeça e disse que teria que voltar ao trabalho. Me ofereci para ajudar, mas ela não deixou. Senti que estaria incomodando se continuasse no quarto então saí.

_ Eu não quero essa cor de vestido! _ O berro da pequena princesa Charlotte, me paralisou no corredor, por alguns instantes. Dava para ouvir a birra do seu quarto. Mesmo com a porta fechada. Podia até imaginar as criadas, desesperadas, ao tentar atender aos seus caprichos.

Charlotte, tinha aparência de boneca. Tinha certeza que se tornaria uma mulher muito bonita. Seu cabelo era bem preto, igual ao do irmão, com alguns ondulados na ponta. Seu olhos eram claros. Um tipo de azul acinzentado. Acho que ela puxou os olhos do avô.

Porém, não era muito fácil lidar com a personalidade mandona e exigente da princesa de doze anos. Várias vezes ao dia, todos podiam ouvir os seus gritos. Tinha pena das criadas que ficavam a sua disposição. Charlotte, as tratava apenas como pessoas que eram obrigadas a fazer tudo o que ela queria e do seu jeito. Nada nunca estava bom o suficiente para ela!

O príncipe Joshua Schreave, não tratava mau os seus empregados. Embora as vezes, ele também fosse bem exigente. Na verdade, eu diria que os dois filhos do rei Rubens e da rainha Clair, eram um tanto mimados.  Isso sim!

Tudo bem, que até tinham esse direito. Afinal, eles eram membros da família real de Illéa. Moravam em um palácio lindo, tinham praticamente tudo aos seus pés. Se tivesse nascido princesa, também gostaria de ser mimada e paparicada. Contudo, não achava certo desprezar o trabalho dos empregados. Isso não faria nunca.

A princesa Charlotte, continuou gritando e faltou muito pouco, para eu dar umas duas batidinhas na porta e pergunta- lá qual era a necessidade de fazer todo aquele escândalo. As pobres criadas deveriam estar apavoradas lá dentro. Mas aquilo não era da minha conta. Por isso, apenas prossegui andando pelo corredor.

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Hey! Capítulo novo chegando. Espero que tenham gostado!

Um beijo real e até o próximo domingo!

Trinta e cinco garotas para o príncipe Onde histórias criam vida. Descubra agora