Capítulo XII

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Boa leitura!

Eu não conseguia esquecer a sensação de beijá-lo, a maciez dos lábios dele, dos puxões nos cabelos da minha nuca. Enzo consegue ser inesquecível! Gostaria de ter tido muito mais, ter continuado com ele ali comigo, o beijado mais. Entretanto, se eu continuasse me entregando dessa forma, eu sei bem onde iríamos parar e não é a hora. Quer dizer, nenhuma hora vai ser a hora para isso!

Quando eu me afastei dele após o beijo, caminhei para o quarto cambaleando, minhas minhas pernas tremiam e pareciam gelatinas de tão moles, Fran Romero dormia tranquilamente e surtaria se soubesse o que acabou de acontecer. Porém, eu não o acordaria apenas para contar isso, ainda mais agora que ele se acalmou.

Deitei ao lado dele, mas seria impossível dormir, meus pensamentos ainda estavam naquele homem que tem uma pegada indescritível. Quem diria que beijar o homem que eu costumava xingar seria tão proveitoso, não é? Aquele moreno é tudo de bom que alguém possa ter, ele me hipnotiza, o cheiro dele me deixa louco, agora tem aquela boca, que boca…

Pelo visto, essa será uma noite em claro, eu poderia aproveitá-la e deixá-la um pouco mais longa ao lado de Enzo, mas não vou ter autocontrole se ele me beijar novamente. Não será uma noite acordado apenas por isso, mas também porque desde o momento em que eu deitei o Fran não parou de se mexer, ele é assim desde criança.

Decido levantar e deitar na sala, com toda certeza o Vogrincic já deve ter saído e ido para o próprio quarto. Chegando na sala me deparo com o moreno dormindo todo folgado, hoje o sofá não será meu, vou ter que aguentar aquele garoto rolando na cama. Fiquei por um tempo observando-o antes de voltar para o quarto, as orelhas grandes, o nariz maior ainda, a boca bonita, os braços fortes, o cabelo impecável e eu nem preciso falar do seu tom de pele pelo qual eu tenho um fraco.

O moreno dormia bonito, mas parecia desconfortável naquele sofá, os pés para fora do móvel e as costas meio tortas indicavam isso. Fiquei entre acordá-lo e não acordá-lo, não sei se estou preparado para falar com ele logo após o beijo, mas eu tenho que tomar coragem porque em algumas horas o sol vai nascer e eu não posso me comportar como uma criança e ficar sem conversar com ele. Olhei-o por mais alguns minutos apenas o observando, ele é muito bonito, não posso negar.

Tomei coragem e cheguei mais perto, cutuquei seu braço e chamei pelo seu nome, repeti o ato diversas vezes, mas ele não acordava por nada no mundo. Continuei chamando e quando estava quase desistindo, o moreno resmungou para deixá-lo dormir mais.

- Enzo, vai para o quarto você vai acordar todo dolorido.

Ele resmungou novamente que era para deixá-lo dormir e se encolheu virando o rosto para o lado contrário ao meu.

- Vogrincic, eu não quero escutar as suas reclamações amanhã sobre como você está com dor, então levanta desse sofá e vai para o seu quarto.

Ele não ia levantar nem tão cedo, resolvi apenas deixá-lo deitado ali, porém, quando fui saindo de perto dele, ele puxou o meu braço me fazendo cair sentado no sofá. Meu coração estava acelerado demais e eu não entendia a atitude dele. O escutei murmurar um “fica aqui comigo” e eu pensei seriamente em tudo que poderia acontecer naquele sofá e nada parecia tão ruim.

Deitei ao lado dele, o rosto dele de frente para o meu, eu não repeti que ele é bonito, eu me recuso. Agora ele estava de barriga para baixo e passou um de seus braços por cima do meu corpo, eu fiquei bem quieto, nem respirava. Essa será uma longa noite onde eu possivelmente não vou conseguir pregar os olhos.

{...}

Eu dormi por volta das cinco horas da manhã e acordei quase três horas depois com o meu celular vibrando e a claridade entrando pela janela, tirei o braço de Enzo que ainda permanecia em mim e peguei o meu celular para checar o que estava acontecendo, era simplesmente Fran Romero me enchendo de mensagens como se não estivesse na mesma casa que eu. Pensei em ignorar e tentar dormir mais um pouco, porém, meu olhos arregalaram quando vi a foto que havia tirado do Enzo e eu dormindo juntos, ele iria me chantagear com essa foto para sempre.

same wall | Enzo Vogrincic e Matías Recalt Onde histórias criam vida. Descubra agora