— O que fariam se eu me casasse com uma mestiça? — perguntei durante o jantar e meus pais pararam de comer na mesma hora em que perguntei.
— Mestiça?
— Bom, isso acabaria com a linhagem pura da família, meus netos, seus filhos, seriam mestiços... — Minha mãe diz e fica pensativa — quer nos contar alguma coisa, querido?
— Draco, está querendo se envolver com uma sangue ruim?
— Foi uma pergunta, eu queria saber a reação de vocês, e mestiços não são sangue ruim.
Eles voltaram a comer em silêncio, meu pai as vezes resmungava algumas coisas como "onde já se viu, meu filho quer acabar com a família dele". Minha mãe apenas lhe lançava um olhar de repreensão.
Meu pai levantou quando terminou de comer e foi o primeiro a sair da mesa.
— Quero conhecê-la. — minha mãe fala assim que meu pai se afasta.
— O que?
— Você não perguntaria isso do nada, quero saber quem é a garota que fez você amá-la tanto para que pudesse cogitar a ideia de se casar com uma mestiça.
— Certo. No próximo fim de semana, eu iria encontrá-la em Hogsmeade antes de voltarmos para Hogwarts. Pode ir se quiser.
— Ok, querido. Então no fim de semana eu a conheço. — Ela terminou de comer e se levantou.
Terminei meu jantar minutos depois, subi para o meu quarto e escrevi uma carta para S/n.
Nos conhecemos no primeiro ano, ela sempre tentou se aproximar de mim e eu nunca dei espaço já que sempre fui ensinado que mestiços tambem nao deveriam ter os mesmos direitos de um bruxo sangue puro. Mas um dia caímos no mesmo trabalho de Herbologia, ela era boa com plantas e nos saímos muito bem. Foi legal, achei estranho ter achado ela tão legal e então somos amigos desde os 14 anos.
Ano passado, com 16, a pedi em namoro, ela aceitou, mas mantemos segredo até agora. Eu pretendia a pedir em casamento quando sairmos de Hogwarts, mas não podia fazer isso sem antes falar com meus pais. Mesmo que eles não aceitassem, eu precisava da opinião deles.
S/N Grant
Desde que recebi a carta de Draco fiquei nervosa.
Hoje era o nosso encontro e eu estava quase tendo um treco, não estava preparada para conhecer a mãe dele, mas se ela queria me conhecer era porque ele falou de mim.
Troquei de roupas inúmeras vezes, será que ela me acharia desleixada? Não queria dar mais motivos para ela me odiar, já bastava não ser sangue puro.
Meu relógio tocou, hora de encontrar com eles...
Viajei com pó de flu, cheguei andei um pouco e fiquei em frente a dedos de mel que foi onde marquei de encontrar o Draco. Assim que o vi sorri, ele me deixa tranquila.
Ele sorriu quando me viu e correu até mim.
— Senti saudades. — ele diz me abraçando.
— Também. — ele se afasta apenas para me dar um pequeno beijo e quando se afasta vejo sua mãe na nossa frente. — Oi, senhora Malfoy.
— Me chame de Narcisa. Então você é a garota que roubou o coração do meu filho? — ela diz e fico envergonhada.
— Mãe, por favor — Draco percebe, ele sabe como sou tímida.
No começo apenas ficamos passeando e conversando, ela me fazia várias perguntas e por sorte eu tinha a resposta certa para todas. Draco sempre me dava um olhar acolhedor o que me ajudava com o nervosismo.
Ele sussurrou no meu ouvido o quanto ela parecia estar gostando de mim, fiquei confiante depois dessa, sua mãe era legal e parecia entender bem o Draco.
Fomos ao 3 vassouras para tomar uma cerveja amanteigada e nos sentamos em uma mesa, sua mãe foi ao banheiro me deixando sozinha com o Draco.
— Ela me disse que quando for embora vai falar com meu pai, mas saiba que se ele aceitar ou não, eu ainda quero me casar com você! — ele me diz e o abraço com força. — eu amo você.
— Eu também amo você. — vi que a Narcisa estava voltando e então lhe dei apenas um pequeno beijo.
Durante o tempo que ficando no 3 Vassouras foi tranquilo também, ela só perguntou sobre como estávamos em Hogwarts e essas coisas da escola.
Decidimos ir embora e ela falou para o Draco que queria falar comigo sozinha, precisava de uma conversa só de garotas e ele estava atrapalhando isso.
Ele saiu bufando e fiquei sozinha com ela, eu não estava mais nervosa, a conversa estava fluindo bem.
Até esse momento.
— Sabe S/n, eu gostei de você, você parece uma garota boa, mas... você sabe que se você se casar com o Draco os filhos dele seram mestiços, isso é óbvio, e eu não sei se seria bom para o sobrenome Malfoy que do nada o sangue mestiço entrasse na família. Não seria bom. Eu amo meu filho e realmente gostei de você, mas vamos combinar, meu filho ficaria muito melhor com alguém que seja puro igual a ele.
Meus olhos começaram a lacrimejar. Eu era sensível demais e ouvir essas palavras foi pior do que levar um soco no estômago.
— Eu... eu pensei que estava tudo bem.
— E está, não tenho nada contra você.
— Você acabou de falar que...
— Eu sei o que eu disse, e eu gosto mesmo de você, mas eu quero o melhor para o meu filho, e o melhor para ele é alguém que não tenha sangue mestiço. — Agora eu desabei. Ela me abraçou, tentei me afastar, mas não tinha forças pra' isso. — não chore, você é uma boa pessoa, mas não posso deixar meu filho acabar com a nossa família desse jeito.
Ela falava como se estivesse tudo bem em acabar com a vida de alguém que acabou de conhecer e do próprio filho.
Ela me afastou e limpou meu rosto.
— Ajeite essa cara quando encontrarmos o Draco. — Ela secou minhas lágrimas — escute, quando voltarem para Hogwarts, você irá se afastar aos poucos e depois terminará tudo o que tem com ele. Ele vai superar, isso é um namoro adolescente.
— E se eu não fizer isso?
— Você tem sorte que fui eu quem vim aqui e conversei com você, se fosse o Lucius acho que nem viva você estaria. Então faça o que pedi para não ser pior.
Sequei minhas lágrimas por completo e tentei arrumar minha cara, não queria que o Draco me visse desse jeito, mas só de lembrar que fui ameaçada e tenho que terminar com ele sentia as lágrimas querendo sair de novo.
O resto do encontro Draco perguntava o motivo para eu ter ficado tão quieta, eu apenas mentia dizendo que já estava cansada.
Fomos para Hogwarts, as férias tinham acabado e agora era o final do último ano, eu iria terminar com ele e nunca mais nos veríamos, mas eu com certeza iria ver nos jornais que ele se casou uma garota sangue puro e de família rica.
No vagão do trem fingi que estava dormindo o tempo todo, não queria conversar, eu iria desabar no choro e provavelmente terminaria tudo agora. Eu não iria contar para ele que fui ameaçada por sua mãe, ela era mãe dele e ele nunca acreditaria em mim, eu não queria terminar brigando e nem queria que ele ficasse com raiva de mim, então apenas guardei tudo e não falei nada para ele...
𓆙
——— vai ter parte 2.