Depois de nos divertirmos pedalando por mais um tempo, nós decidimos devolver as bicicletas em um dos locais de devolução para que pudéssemos andar pelo local calmamente enquanto conversávamos. Nosso passeio estava longe de acabar, mas não tínhamos nenhuma pressa. Toda aquela imensidão de verde aos arredores tranquilizava ambos nós dois. Haviam vários caminhos que levavam a vários lugares diferentes; uma placa sinalizava a trajetória para uma área de piquenique, e nós, nos dirigimos até lá. Era um espaço bem grande, gramados muito bem cuidados encobriam grandes partes de solo, enriquecendo o verde que tanto se fazia presente naquele magnífico parque. Um pouco distante de onde estávamos, crianças soltavam suas pipas, famílias passeavam com seus entes queridos e animais de estimação, tudo muito sossegado. Tudo aquilo me alegrava. Ver a felicidade das pessoas umas com as outras fazia-me muito bem, tudo era muito harmonioso aos arredores, irradiava-me ânimo estar ali, ainda mais, com a interminável leveza que Yamasy proporcionava-me em sua gentil companhia. Nos sentamos novamente na grama, à beira de um enorme lago, evitando o excesso de calor, sob o aconchego da sobra de uma grande árvore próximo ao lago, abundante de folhas em seus mais belos tons de verde. Sentados ambos em direção à água, divaguei por instantes, tentando lembrar de alguns momentos em específico de nosso dia, coisas pareciam desencaixadas, como se eu não estivesse conseguindo me recordar de algo. Me coloquei pensar e acabei por perceber que só comecei a ser contagiado por suas boas energias depois de passear e me descontrair com ela ao sairmos do bosque, mas, ela parecia satisfeita com tudo, antes mesmo de ter entrado neste parque. Perguntei-lhe curioso:
— O que te faz tão feliz mesmo fora de seu planeta? As vezes perece não ter nada a se preocupar.
— O que me faz feliz? — disse sorrindo como quem realmente não tem nada a se preocupar — sei que está pensativo sobre o motivo de minha felicidade e tranquilidade continuarem facilmente visíveis em minha forma de me expressar, desde quando nos vimos na floresta. Todo o combustível dessas emoções pode ser encontrado em coisas que vemos, ouvimos, sentimos; coisas que ocasionam tais sentimentos. Porém, minha fonte não se limita ao exterior. Minha felicidade e gratidão possuem um combustível interno, que é o conhecimento das Leis Divinas. Quando alguém as conhece, olha para tudo amorosamente, repleto de gratidão e vontade de fazer o bem a quem quer que seja. É um tesouro que nem o tempo, nem a traça corroem. Um tesouro que ninguém lhe pode roubar, pois não conseguem tocá-lo, pois nada do que é real pode ser destruído.
— Leis Divinas?
— São as leis que te fazem entender definitivamente o quanto O Criador é justo, amoroso e de misericórdia infinita! Sem esse conhecimento, você não enxerga harmonia em nada, nem justiça, quanto menos lhe parece compensar fazer o bem. Assim só tem a ingratidão a retribuir ao Criador e retribuí-lo com ingratidão é uma das coisas que mais causam os sofrimento dos seres pensantes, pois se afastam do Divino voluntariamente, plantam voluntariamente os maus frutos quando decidem detestar tudo o que lhes vêm pela frente, pois quanto mais grato você é, mais motivos para ser grato o Divino lhe dá.- Mas, e se por exemplo, um ente querido se vai? Como poderíamos ser gratos nessa situação?
— Seu ente é real, nada pode mudar este fato, nem mesmo o fim do tempo de vida do corpo que ele utilizava, e nada do que é real corre perigo. Imagine um mundo de paz, onde apenas harmonia, saúde, diversão, ânimo, amor e pureza existem! Como seus habitantes agem quando a velhice leva o corpo de alguém que conhecemos... a falecer?
— Tenho certeza de que são mais amorosos que os seres humanos da Terra. Acho que sofrem muito.
— Sim, somos mais amorosos que o povo da Terra. Mas pelo contrário! Não sofremos; nós conhecemos a vida! Vocês vivem como quem só conhece a morte e duvidam do até mesmo acham que sabem sobre ela, do que ela lhes significa, duvidam até mesmo da vida. Sabemos que os corpos possuem um tempo limite, mas a alma é eterna e a vida continua para o Espírito, que é puramente consciência, mas que se manifesta em corpos espirituais e materiais de acordo com a dimensão em que se encontre atuando.
— Como assim? Não sei se entendi bem.
— Os espíritos habitam corpos físicos na dimensão material densa em que estamos, pra cumprir certos deveres designados pelo Criador de Todas as Coisas, para a nossa evolução, mas um dia chega o momento do descanso e isso não nos assusta; nos alivia. Nós temos contato com o mundo espiritual, nossa espiritualidade avançada nos permite estar conectados com outras dimensões da consciência. Só conhecemos a vida, Saturno! A vida! A união, amor e felicidade!
— As pessoas falecem e não deixam dores nos que ficam?
— As pessoas nunca falecem, seus corpos sim. Nesses mundos quase todos possuem mediunidade: nalguns, são todos mesmo e são capazes de ver os que já deixaram a dimensão material, mesmo sem as tecnologias que facilitam esse processo em mundo que ainda estão se desenvolvendo em nível de amor. Além disso, nesses mundos, em que a cada vida conserva-se a memória da anterior, compreende-se muito bem a imortalidade da alma. Lembra-se que eu lhe disse que me lembro de minhas vidas anteriores ao seu lado?
— Lembro sim.
— Cá estou eu de novo! — disse olhando-me profundamente nos olhos, vividamente — a morte é uma ilusão! Somos almas eternas, vivas! Você me conhece faz tempo, estamos sempre juntos das pessoas que amamos em nossas vidas e o espírito livre do véu do esquecimento que perdura nos seres dos mundos como este, se lembram de todas as suas existências. Só os corpos materiais tem fim. Nada pode destruir as almas e isso é uma Lei imutável no universo. Tudo o que fazemos antes de atingir a perfeição resume-se a entrar e sair de veículos de matéria da 3° dimensão, usando-os apenas para cumprir deveres necessários para subir a escada da evolução, cujos passos são dados adiante sempre que nos posicionamos na direção do amor e da paz.
Quando ela pronunciou empolgada as palavras "cá estou eu de novo" senti-me acordar! Como se a vida se iniciasse definitivamente nesse mágico momento. Continuei a entender o que ela dizia, mas ao mesmo tempo, senti-me mergulhando em um sentimento de amor e respeito; como se eu me lembrasse por instantes, de tempos muito felizes, em que reinava tamanha pureza em meu interior, que descrever, mesmo que com belas palavras, não resumiria a quantidade de luz que iluminava meu coração dentro dessas lembranças. Uma força de esperança e confiança na maravilha a que a evolução das almas há de nos submeter, uma imparável vontade de fazer todo ser vivo ao meu redor se sentir bem, de ajudar, enorme desejo de ser útil, mesmo que isso demandasse esforço e dedicação.
Ela continuou sua explicação mas dessa vez, não era um resumo, era um grande e sábio esclarecimento:
— Para se perceber a justiça Divina, preciso é que se compreenda a existência daquilo o que é imaterial: o espiritual. Sem o espiritual não haveriam espíritos; se nos corpos não houvessem espíritos; o ser seria deletado com o falecimento e não haveriam reencarnações; sem a reencarnação, Deus seria injusto, pois somente uma chance daria às criaturas para acertar, pondo-as em situações injustamente desiguais, condenando-as ao fogo eterno por errar nessas condições, o que seria a mais completa falta de amor para um ser que, ciente de que não as fez perfeitas, maltratá-las por sua falta de perfeição. Ao passo que outras, nascendo longe dos problemas e necessidades que levam os indivíduos a sobreviver da maldade, seriam gratuitamente levadas ao céu após a morte, sem esforço nenhum. Que justiça e amor teria um "deus" que dessa forma agisse? Deveis compreender o conceito de bondade e considerá-lo por completo, em seu significado máximo, acima de toda a bondade que se possa imaginar existir; a esse nível está a Consciência Criadora, Toda-Sábia e competente, que não faria regra alguma sob a vida que lhe denotasse desleixo e falta de perfeição na elaboração de cada uma delas. Ela nos induz a compreensão e o perdão a todos os indivíduos que falham pelo caminho, pois Ela mesma é o mais puro amor e os perdoa, esteja o indivíduo vivo ou não. Acreditam que este "Deus" bíblico é justo, mas que talvez deseje que tenhamos misericórdia completa com os maus somente até que percam a vida; que ao perecerem, serão esquecidos no fogo os que se perderam no desafio da vida, como se nem mesmo fossem parte da criação; porém, digo-lhe, Saturno, vivo ou morto, essa misericórdia nunca se altera e Deus dá aos justos e aos injustos todo o seu amor.
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Caminhando à Paz, com Amor
SpiritualUm jovem desenhista relata seu encontro com um ser extraterrestre, extremamente sábio e pacífico, que demonstra amor por tudo o que vê, que lhe mostra sua missão de mensageiro na Terra e que, ao decorrer do tempo, lhe ensina sobre coisas que todos s...