The Neighbor

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Segunda-feira

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Segunda-feira.

Erika respirava profundamente enquanto sentia o peso da consciência esmagar as suas costas sem nenhuma piedade. Ela não deveria ter jogado lixo no quintal do vizinho por cima do muro, mas somente fez isso porque ele arruinou seu precioso sono na madrugada de hoje.

A moça que está sentada no sofá verde-floresta, pensando nas possíveis atitudes agressivas que o homem ou a mulher poderia tomar, possui problemas para dormir. Pra conseguir, precisa engerir benzodiazepínicos, e os efeitos colaterais dessas pílulas no corpo dela são péssimos, pois além de lhe deixarem tonta, prejudicam a memória.

Bom, às duas horas da manhã, após maratonar O Incrível Mundo de Gumball, estava quase dormindo nesse móvel, entretanto, subitamente o barulho do martelo e da furadeira surgiu, ficando por bastante tempo. Então, motivada pela fúria fez o que fez às seis horas do amanhecer. Agora o arrependimento havia batido na sua testa arranhada.

Ele vai brigar comigo. Me xingar. Me bat...

A campainha tocou encerrando essas reflexões obscuras. Como ninguém iria visitá-la, Erika supôs que o novo morador estivesse no outro lado da grande porta cinza.

Merda.

Suspira nervosa. Ela levantou-se do maldito sofá ganhado de sua irmã há dois anos trás e caminhou lentamente até a entrada escolhendo quais palavras seriam necessárias 

Não é culpa sua, Erika.

Ok, isso não foi totalmente necessário, enfim, o som suave se repetiu quando a mão direita já tocava a maçaneta prateada. Receosa, abriu a porta. A pessoa do lado oposto era um homem alto, quase tão branco quanto a mesma. Ele sorria igual o Finley, o boneco ventríloquo.

— Bom dia! Meu nome é Alexander Carmine. Sou o novo morador do quatrocentos e quarenta e quatro. Espero que esteja tendo uma manhã agradável apesar do incômodo que te causei. Vim me desculpar.— O discurso provocou uma certa confusão da mente dela. Ele não tinha visto a sujeira no próprio jardim?

— Ah...— Ela não sabia o que dizer.— Meu nome é Erika, sem acento no E e com K.

Ela se sentiu burra.

— É um prazer, senhorita. Pensei que não tivesse alguém aí. Na maioria das vezes que estive na vizinhança, suas cortinas estavam fechadas.— E ainda estão porque a claridade refletida nos vidros transparentes é incomodante. Preferia mais o escuro como um tatu-bola na toca.

— Você...

— Minhas câmeras de segurança a capturaram jogando lixo nos meus arbustos. Parecia bem furiosa.— Com toda certeza, os demônios do inferno poderia compará-la com o pecado da ira facilmente.

— E tava, quer dizer, estou um pouco. Por que você usou uma furadeira e um martelo de madrugada?

Os vizinhos restantes não tiveram aborrecimento também?

— Comprei uns lustres na parte da tarde, então, a entrega demorou. Incluindo, demorou demais por causa do endereço, o entregador não entendeu minha letra de imediato. E sim, eu poderia ter instalado hoje, mas meu filho tem medo do escuro. Ele tem três anos.— Aquilo não foi verdadeiro, porém, o peso da consciência aumentou.

— Nossa, sinto muitíssimo. Sério, perdão. Eu... eu vou limpar aquela bagunça, só irei comer algo primeiro.— Alexander intensificou seu sorriso.

— Agradeço essa gentileza. A senhorita pode comer na minha humilde residência, se quiser.— Sinceramente, somente a ideia de ir na casa dele lhe deixava desconfortável, imagina acrescentar alguma refeição feita naquela mansão chamativa.

— Não, obrigada.

— Eu insisto!

Ué?

— Você acabou de falar "se quiser".

— Eu disse? Uau! Não me lembro. Olha, de qualquer forma é uma falta de respeito recusar o pedidos dos outros, não acha?

Na realidade, o vizinho lembrava, e a mulher de longos cabelos pretos sabia que agia esquisito. Aliás, embora tenha causado um problema mediano, ela tentou imaginar a personalidade da esposa.

A Srª Carmine age esquisito igual esse cara?

Pensar nisso faz tê-la curiosidade mesmo não possuindo ansiedade para conhecê-la.

— Não, não acho.

— Poxa, minhas panquecas são maravilhosas, meu filho ama, ele nem quis o Mucilon.

— Desculpa, até logo.— Ela fechou a porta. Foi pra cozinha decidida em comer rápido, assim resolveria a questão do lixo num estalar de dedos.— Lilith, não!

Sua gata tricolor (que surgiu alguns anos trás no jardim dos fundos) queria derrubar uma caneca especial rosa do balcão de mármore claro. Por sorte, conseguiu impedir.

— Malvada.— Diferente das crianças, gatos são obedientes e legais.— Desce.

Ao iniciar o preparatório da refeição, podemos nadar um pouco na vivência do advogado criminalista:

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