Capítulo 08 segunda parte

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O DIAMANTE

— Você tem um cabelo tão bonito — uma voz suave e incomum diz atrás de mim.

Inalando bruscamente, eu me viro, assustada com a intrusão inesperada.

É ela. 

A garota que Jerry carregava no ombro quando cheguei. A garota com fogo e gelo em seu olhar, e o mesmo sorriso assustador nos lábios que me mostra neste momento.

Longos cabelos loiros enrolados até a cintura e profundos olhos castanhos me encaram da porta. Ela está um pouco curvada e terrivelmente magra.

Estou de pé diante do espelho de corpo inteiro, tentando fazer uma trança francesa no meu cabelo. Rio me acordou rudemente esta manhã ao invadir o quarto, jogando em mim um par de calças jogger macias e uma camiseta, e exigindo que me preparasse antes de bater a porta atrás de si ao sair.
Tenho até medo de perguntar para quê.

Meus sete dias de purgatório acabaram e só de pensar em estar acordada me dá náuseas.

Estava à espera de mais instruções, então, para não ficar parada, estou tentando arrumar meu cabelo de forma que não caia sobre o meu rosto.

— Uh, oi — digo, tentando me recompor.

Chego instantaneamente ao meu limite, tensa sob seu olhar investigativo. Há algo totalmente enervante sobre sua presença.

Ela se endireita e caminha mais para dentro do quarto, ficando a alguns centímetros próxima de mim.

— Quer minha ajuda?

Meu instinto é dizer não. Quero muito expulsá-la para que eu possa respirar novamente. Mas seria sábio fazer amizade com a garota assustadora em vez de torná-la inimiga.

Então, aceno com a cabeça, mantendo meu olhar nela enquanto se aproxima de mim. Está usando um longo vestido branco quase transparente – as curvas de seu corpo e seus mamilos escuros aparentes.

Mantenho meus olhos distantes, tentando dar a ela um pouco do respeito que tenho certeza de que não recebe dos homens nesta casa.

Hesitante, viro as costas para ela e a observo atentamente pelo espelho. Ela sorri mais largo, exibindo dentes tortos ao pegar meu cabelo. Pressiona toda a sua frente nas minhas costas, e uma sensação de mal-estar coagula no meu estômago quando sinto seus mamilos roçando
contra mim.

Franzindo minhas sobrancelhas, eu me afasto, me sentindo estranha.

Ela ri, mas não se aproxima.

Em vez de juntar meu cabelo, ela me acaricia. Escova os dedos contra meus fios castanho-acobreados, parecendo quase saborear a sensação.

Meu desconforto aumenta, mesmo quando ela finalmente junta todo o meu cabelo. Pelo menos, é gentil comigo, seus olhos atentos à tarefa.

— Qual o seu nome? — pergunta ela, passando a mão pelo meu cabelo para desfazer os nós.

— Angel — respondo. — O seu?

— Como você deixou seu cabelo tão macio? — ela pergunta, em vez de responder. Estreito meus olhos, não gostando de sua evasão.

HUNTING ANGELINNEOnde histórias criam vida. Descubra agora