Capítulo 25

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O DIAMANTE

— Posso te levar a um lugar? — Tom pergunta. Acabei de sair do chuveiro, puxando uma escova pelo meu cabelo molhado e emaranhado.

Passo as cerdas através de um nó particularmente brutal, sem me importar com a forma como os fios se quebram.

— Querida, você está machucando seu cabelo. Deixe-me escová-lo.

Sentindo-me derrotada, deixo os ombros caírem, me arrasto até ele e me sento no chão entre seus joelhos abertos.

Ele pega a escova de mim e gentilmente começa a passá-la pelas mechas ensopadas, desembaraçando devagar o esfregão na minha cabeça.

É prazeroso, mas estou cansada demais para apreciar.

Mais duas semanas se passaram, e é uma batalha constante de altos e baixos. Acontece que um dos homens me transmitiu clamídia, o que só
cimentou a sensação de sujeira arraigada profundamente em meus ossos.

Chorei, confessei meu diagnóstico a Tom e chorei ainda mais quando ele não me deu nada além de apoio. Fui tratada, mas aquela repulsa persistente permanece, afundando suas garras em meus tecidos.

Ele deve ter usado todas as palavras da língua inglesa para me assegurar que não sou nojenta ou que não me vê de forma diferente, mas isso não mudou como eu me vejo.

Tom estava certo. A felicidade é passageira; no entanto, nas últimas semanas, fez tudo ao seu alcance para me ajudar a manter qualquer
aparência de paz.

Terminando com a escova, ele a coloca na cama e junta meu cabelo.

Quase engasgo quando ele começa a trançar.

— Onde diabos você aprendeu a fazer isso? — pergunto. Estou tentada a girar como um cachorro perseguindo o próprio rabo, apenas para poder testemunhar isso.

— Ruby me ensinou — ele responde calmamente. — Houve uma jovem que eu salvei há alguns anos, e ela não deixava ninguém a tocar, além de mim no começo. Adorava tranças no cabelo, então aprendi a fazê-las para ela. Fiquei bom pra caralho nisso, também.

Meu lábio treme, e sou forçada a chupá-lo entre os dentes para conter o soluço.

Desgraçado.

Justo quando eu acho que não posso me apaixonar por ele mais do que já me apaixonei, ele vai e faz essa merda.

Não há como negar que será um ótimo pai um dia e, embora o pensamento me assuste, não quero que ninguém, além de mim, tenha o privilégio de ver isso acontecer.

— Ah — sussurro.

— Me dê o elástico — diz ele. Levanto meu braço, e ele o puxa da minha mão e amarra a trança.

— Obrigada — murmuro, me levantando e me virando para encará-lo. Estou em uma estranha guerra interna, onde quero rastejar para o seu colo, mas o pensamento de realmente fazê-lo me faz explodir em urticária. — Para onde você queria me levar?

— Eu quero te mostrar uma coisa… alguém, também. Pensei que talvez ver isso pudesse… te ajudar.

Minhas sobrancelhas se erguem, mas concordo, curiosa sobre o que ele acha que poderia me ajudar. No que me diz respeito, sou uma causa perdida. Sem esperança. Desamparada. E todos os outros sinônimos para essas palavras, também.

HUNTING ANGELINNEOnde histórias criam vida. Descubra agora