Capítulo 29

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O CAÇADOR

Inclino minha cabeça para o lado, encarando o homem correndo com perplexidade.

— Por que ele corre desse jeito? — pergunto, genuinamente preocupado se Rick gosta de se prender a objetos estranhos. Talvez um tenha ficado preso porque, Jesus Cristo, quem corre assim?

— Isso… essa é uma boa pergunta — Gustav responde pelo meu fone de ouvido, soando tão confuso quanto eu. Ele assiste através do drone pairando sobre o cara correndo desajeitadamente.

Temos rastreado Rick Boreman desde que fugiu da casa de Francesca.

Ele não foi difícil de encontrar, apesar de seus melhores esforços para se manter escondido. Tenho certeza de que machucou sua pequena alma
enrugada ter milhões de dólares e não ser capaz de desaparecer para uma ilha tropical com strippers e boquetes. Acho que o cara não fritou tanto o cérebro com drogas para não estar ciente do enorme alvo em suas costas.

Ele é uma das duas pessoas responsáveis por sequestrar minha garota, e isso não é algo que eu vá amenizar.

Suspiro, aponto minha arma e atiro, a bala atingindo-o na parte de trás do joelho e mandando-o para o concreto com um grito agudo.

— Maldito chupador de pau! — ele grita, sua voz soando como a de um menino de doze anos de idade. Ele até parece um garoto que acabou de aprender a xingar e faz isso a cada duas palavras, porque está tentando ser descolado.

— Você realmente quer me chamar de chupador de pau quando é isso que você tem feito nos últimos quatro anos para sobreviver? — retruco, arqueando uma sobrancelha ao me aproximar dele.

Estamos em um beco úmido, com lixo espalhado dos dois lados, caindo das lixeiras cheias. Ou, talvez, haja uma família de guaxinins lá dentro, jogando para fora a podridão indesejável. O que me faz pensar se ficariam com o corpo de Rick depois que ele morresse.

O pavimento está molhado e frio, e uma lâmpada laranja zunindo está pendurada na entrada do beco, iluminando o suficiente para me abençoar com um rosto marcado de varíola e cabelos oleosos enfiados sob um gorro.

— Vá se foder — ele cospe, suas mãos trêmulas segurando seu joelho ensanguentado. Ou o que resta dele. Está se balançando para frente e para trás, gemendo de agonia, enquanto me encara com ódio.

Até Angel tem um olhar mais ameaçador do que isso, e ela nunca me odiou de verdade. Não como Rickety Dick aqui está prestes a fazer.

Eu me agacho e percorro meu olhar pela sua forma, dissecando-o como ossos de merda fossilizada. Os orientadores do acampamento de verão nos obrigaram a fazer isso um ano, e tudo o que eu podia sentir era um desgosto total. Ocorre o mesmo quando olho para esse homem patético.

Na época, eu não conseguia entender qual era o objetivo daquele exercício. Agora, suponho que tenha sido útil, porque Rick aqui não é diferente. Uma pilha de merda com ossos alojados dentro de si, em algum lugar; e, ao contrário da primeira vez, vou gostar de tirar cada um dele.

Um por um.

— Essa não é a parte da qual você deveria se envergonhar. É quais paus você está chupando. Xavier Delano te lembra algo?

Ele rosna, desviando o olhar e se recusando a responder.

Max lhe deu três milhões de dólares por sequestrar Angel. Mais da metade já se foi.

HUNTING ANGELINNEOnde histórias criam vida. Descubra agora