Capítulo 14

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— Melzinho?

— Papai, deixa eu mimi mais um pouquinho...

— Já passou das onze e meia, filho. — Baekhyun não queria deixar o filho se acostumar em dormir até tarde logo no seu primeiro dia de recuperação, ele tinha que manter o sono regulado para quando voltasse para a escola não sofrer com isso. E naquele sábado ele estava com manha demais para acordar, esta já era a terceira vez que Baekhyun o chamava para acordar. — Se você não levantar agora, você só irá tomar café, não irá almoçar e, ah, eu vou pedir para o tio Lu não vir te visitar já que você só quer ficar na cama.

— Não, papai! — Seojun gritou, tirando a coberta do rosto com tudo ao ouvir seu pai dizendo que diria ao chinês não ir mais o visitar. — Eu já acordei, papai. Olha, olha meus olhinhos abertos!

— Estou vendo, amor. — Baekhyun ainda estava parado encostado no batente da porta e sorriu para o pequeno que lhe olhava piscando rapidamente e exageradamente.

Seojun ergueu os bracinhos não direção do pai pedindo colo e o mesmo foi na mesma hora para perto da cama. Tirou a coberta de cima do corpo do menor e o pegou no colo, ouvindo ele soltar um "ouch" baixinho.

— Não doeu tanto, papai.

Baekhyun sorriu encarando o filho, este que lhe deu um beijo de esquimó, e na hora que ele deitou a cabeça em seu ombro direito, o sorriso do castanho se desmanchou e uma feição preocupada apareceu. Ele estava tão aflito com o que houve, ele queria poder estar no lugar do seu filho e não o vendo sentir dor.

Segurando firme e ao mesmo tempo com leveza as coxas de Seojun, o levou até o sofá e o deixou sentadinho com as costas apoiada e as perninhas esticadas.

— Você vai querer cereal ou vai querer iogurte com morango, amor? — Baekhyun quis saber enquanto segurava suas mãozinhas qual café da manhã o outro queria, o deixando escolher, e o viu semicerrar os pequenos olhos e as orbes pretas em sua direção; o castanho já sabia da resposta.

— Hm... quero os dois, papai!

— Você não acha que está sendo abusado? — apertou o narizinho do menor, o fazendo quase franzir o mesmo lugar.

— Eu tenho que ficar bem logo, né, papai? Acho que comer bastante, tipo bastantão, eu vou ficar forte e aí eu vou voltar pra escolinha rapidão. — como um garotinho de cinco anos estava usando sua persuasão?

— Você é inacreditável, Byun Seojun. — o mais velho então bagunçou os fios ralos e se levantou. — Tá bom, eu já volto então.

— Eba! — o pequeno deu um gritinho animado e sorriu largo e até gargalhou de alegria mostrando todos seus dentinhos de leite perfeitamente enfileirados.

Baekhyun só ficou o olhando por uns segundos pensando que não demoraria muito para ver o seu pequeno banguela, com sua primeira janelinha. Acabou imaginando e rindo sozinho, seria a coisa mais fofa, isso ele tinha certeza.

Ligou a televisão e colocou um desenho que não houvesse nada de violência e foi para a cozinha. Ao voltar para a sala, deixou uma bandeja com o recipiente de cereal com leite e uma colher no colo do menor e o deixou comer. Antes de voltar para a cozinha ele disse ao filho para o chamar quando terminasse que logo iria voltar com a outra refeição.

Já na cozinha novamente, Baekhyun se adiantava em fazer o almoço. Ele amava comida coreana, mas também sempre amou as outras comidas não típicas da sua cultura. Ele estava na dúvida se faria ou galinhada ou escondidinho de frango, e acabou escolhendo o último. Comida de origem brasileira era um fraco para o castanho. E quando estava na metade do procedimento, ouviu o grito do seu filho lhe chamando e então o Byun pegou da geladeira um pote de plástico descartável onde havia morangos já cortados, assim como o litro de um um litro e meio de iogurte de morango, pegou um recipiente do armário e levou tudo para a mesa. Adicionou o iogurte no recipiente e depois foi a vez dos morangos bem vermelhos e que estavam com cara dóceis. Do jeito que Seojun, e também Baekhyun, gostava.

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