Depois de dormir quase o dia todo, acordei com minha mãe me chamando por volta das 18:00.
— Filha, você viu seu pai? — ela perguntou, com um tom curioso.
— Vi ele quando cheguei da escola. Por quê, mãe? — respondi, ainda com os olhos meio fechados de sono.
— Nada, você vem jantar comigo? — ela perguntou.
— Tô descendo, mãe. — falei, me levantando da cama.
— Tá bom. — ela respondeu.
Desci e fui em direção à cozinha para jantar com minha mãe. Nos sentamos à mesa enquanto conversávamos.
— Mãe, amanhã a Lari me chamou para um show em uma boate, eu posso ir? — perguntei, sem saber se seria uma boa ideia.
— Claro que pode, vai ser bom para você. Você quase não sai de casa. — respondeu ela, com um sorriso.
— Só vou porque ela implorou mesmo. — falei, rindo.
— Vai, se divirta um pouco. Só cuidado para não beber muito álcool, viu? — ela me alertou.
— Pode deixar. — respondi.
Terminamos de comer e ajudei minha mãe a arrumar a cozinha e limpar a bagunça.
— Filha, já que seu pai não está em casa, eu vou sair com umas amigas minhas. Não quer vir? — ela perguntou.
— Não, mãe, pode ir. Se divirta bastante lá, tá? — respondi, tentando esconder minha tristeza.
— Pode deixar, filha. Vou me arrumar então. — ela disse, indo para o quarto.
Após alguns minutos, ela desceu.
— E aí, como estou? — perguntou, fazendo uma volta para mostrar sua roupa.
— Caramba, mãe, você está muito linda, hein. Tem certeza que não vai ver um namorado? — falei, brincando.
— Quem sabe o que eu vou encontrar lá, né? — ela respondeu, rindo.
— MÃE??!. — ri de volta, sem acreditar.
— ahaha vou lá, filha. Estou com a chave. E por favor, se seu pai chegar bêbado, apenas se tranque no quarto ou saia de casa e vá para a casa da Lari, tá bom? Não deixe ele encostar em você. — ela me deu um olhar sério.
— Pode deixar, mãe. — respondi, com a voz baixa, sentindo um aperto no peito.
— Até depois, filha. — ela me disse antes de sair.
— Até. — falei, sem muita energia.
Minha mãe saiu e fiquei sozinha. Subi para o meu quarto, tomei outro banho e coloquei a mesma roupa que estava antes. Desci para assistir algo na TV, mas nada de interessante estava passando. Então, coloquei um rock para tocar. Eu adoro ouvir rock e bater o cabelo como uma doida.
Por volta das 22:30, meu pai chegou completamente bêbado. Eu estava na sala e, infelizmente, ele veio direto em minha direção.
— CADÊ SUA MÃE?! — ele perguntou, gritando, com o cheiro forte de álcool.
— Não sei. — respondi, tentando manter a calma.
— NÃO SABE OU NÃO QUER FALAR QUE ELA SAIU? — ele gritou, se aproximando de mim.
— EU NÃO SEI, VOCÊ TÁ FEDENDO A ÁLCOOL, SAI DE PERTO DE MIM! — gritei de volta, já irritada.
— EU SEI QUE SUA MÃE SAIU. ELA FOI VER OUTRO HOMEM, NÉ? AQUELA VAGABUNDA! — ele começou a gritar ainda mais.
— VOCÊ CALA A SUA BOCA! NÃO FALA ASSIM DA MÃE, VOCÊ É UM FILHO DA PUTA QUE TRAI MINHA MÃE A ANOS. BEM QUE MERECE UM PAR DE CHIFRES MESMO! — falei, sem conseguir segurar a raiva.
— VOCÊ TÁ ACHANDO QUE TÁ FALANDO COM QUEM? EU SOU SEU PAI, SUA VADIAZINHA! — ele tentou vir para cima de mim.
Ele veio em minha direção, mas estava tão bêbado que mal conseguia ficar em pé. Aproveitei que ele tropeçou e caiu no chão para correr para fora de casa. Peguei meu celular no sofá e saí o mais rápido que pude dali.
Corri sem direção, só correndo, sem pensar em nada. Já estava chorando. Me sentei numa calçada qualquer e desabei em lágrimas. Eu não aguentava mais. Não aguentava mais aquele desgraçado destruindo minha vida.
Liguei para a Lari.
— Lari, você tá em casa? — falei, entre lágrimas.
— Sim, Geo. O que aconteceu? Não me diga que o seu pai... — ela começou, já sabendo a resposta.
— Sim, ele chegou bêbado de novo e veio pra cima de mim. Mas eu consegui sair a tempo. — falei, chorando ainda mais.
— Puta merda, aquele desgraçado. Vem dormir aqui, Geo. — ela me convidou, com uma voz preocupada.
— Tá bom, daqui a pouco eu chego, Lari. — falei, tentando me acalmar.
— Vem logo, tá? — ela pediu, do outro lado da linha.
— Tá bom. — respondi, enxugando as lágrimas.
Me levantei da calçada e fui em direção à casa da Lari. Eu ainda estava chorando, não conseguia parar. Eu não estava mais aguentando a situação. Só queria que tudo acabasse.
Deixem uma estrelinha pra me motivaaaar 😞
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𝚘 𝚐𝚊𝚛𝚘𝚝𝚘 𝚍𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜 𝚌𝚊𝚜𝚝𝚊𝚗𝚑𝚘𝚜 | Lil Peep ✮
RomanceGeovana, é uma menina de 17 anos marcada por traumas de um antigo relacionamento conturbado, e pelas dificuldades em lidar com o pai autoritário. Carregando inseguranças que parecem impedir qualquer chance de recomeço, ela se deixa convencer por Lar...