A semana seguiu em um ritmo estranho. Depois de ver Gus na cafeteria, tentei ao máximo empurrar aquele momento para o fundo da minha mente. Era inútil pensar sobre isso. Ele tinha seguido em frente, e eu precisava fazer o mesmo.O trabalho continuava cansativo, e Lari fazia o possível para me manter ocupada. Ainda assim, havia momentos em que eu me pegava perdida nos pensamentos, revivendo aquele instante no balcão.
Mas não demorou para que a vida seguisse seu curso. Na semana seguinte, Gus partiu para a turnê. As redes sociais estavam cheias de notícias sobre os shows, os fãs comemoravam, e sua carreira estava indo exatamente para onde ele sempre quis. Isso significava que ele não voltaria para a cidade tão cedo.
Era estranho perceber que ele estava realmente longe agora. Que, dessa vez, não havia mais chance de um reencontro casual. E talvez isso fosse o melhor.
Eu estava tentando seguir em frente. Me focava no trabalho, nos estudos pra entrar numa faculdade, e evitava qualquer coisa que me puxasse de volta para o passado. Mas então, o passado resolveu me encontrar.
Na sexta-feira, depois de um dia longo na cafeteria, voltei para casa exausta. Eu só queria tomar um banho e dormir cedo, mas, assim que virei a esquina da minha rua, senti meu corpo congelar.
Ele estava ali.
Alexandre, meu ex namorado, aquele que fez eu me odiar por anos.
A última pessoa que eu queria ver.
Meus passos hesitaram, minha respiração ficou irregular. Fazia três anos desde a última vez que o vi, desde que ele destruiu tudo o que eu achava que sabia sobre relacionamentos, desde que me fez duvidar de quem eu era.
E agora ele estava ali, encostado em um carro.
Ele percebeu minha presença e sorriu.
- Geo? Quanto tempo.
Meu coração disparou, mas não de um jeito bom. Era como se eu tivesse sido jogada de volta ao passado, presa em uma sensação que eu nunca mais achei que sentiria novamente.
Minha mente gritava para eu dar meia-volta e sair dali o mais rápido possível. Mas minhas pernas pareciam presas ao chão, como se meu corpo ainda estivesse tentando entender se aquilo era real.
Alexandre deu um passo na minha direção, e meu instinto foi recuar. Eu não queria estar ali, não queria olhar para ele, não queria ouvir nada do que ele tinha para dizer.
- Você nem vai me cumprimentar? - Ele perguntou, com aquele tom casual, como se fôssemos velhos amigos se reencontrando depois de anos.
Senti um arrepio percorrer minha espinha.
- O que você está fazendo aqui? - Minha voz saiu baixa, quase falhando.
O sorriso dele se alargou, como se estivesse se divertindo com a minha reação.
- Tô de volta à cidade. Resolvi ver como estava minha garota.
"Minha garota."
O jeito que ele disse aquilo me fez sentir um gosto amargo na boca. E principalmente, nojo.
Respirei fundo, tentando manter minha expressão neutra. Ele não pode me afetar mais.
- Não sou sua garota, Alexandre.
Ele arqueou uma sobrancelha, surpreso. Por um segundo, achei que ele fosse insistir, mas, em vez disso, ele riu baixo e balançou a cabeça.
- Você mudou, hein? - Ele deu mais um passo em minha direção, e eu recuei de novo. Ele notou. - Relaxa, Geo. Só queria conversar.
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𝚘 𝚐𝚊𝚛𝚘𝚝𝚘 𝚍𝚘𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜 𝚌𝚊𝚜𝚝𝚊𝚗𝚑𝚘𝚜 | Lil Peep ✮
RomanceGeovana, é uma menina de 17 anos marcada por traumas de um antigo relacionamento conturbado, e pelas dificuldades em lidar com o pai autoritário. Carregando inseguranças que parecem impedir qualquer chance de recomeço, ela se deixa convencer por Lar...