Iná estava esperando seu irmão quando o tal cara apareceu, eles saíram do carro e algo deve ter mudado em sua mente, porque aquele homem parecia ser o certo.
Ela estava esperando em um ponto específico, Ramiro havia lhe dito para fazê-lo, e então, eles estavam lá.
O tempo que passaram separados, cinco meses no máximo, foi o mais longo que passaram longe um do outro. Ramiro era seu irmão mais velho, seu protetor, seu anjo, seu melhor amigo, seu tudo.
Ela não consegue se lembrar de um momento de sua vida em que ele não estivesse presente, sorridente, mesmo depois de passar por coisas que ele não queria lhe contar, mas ela sabia, porque sempre soube.
Ela o conhece melhor do que ele mesmo.
Ramiro é osso duro de roer, mas também é um coração de manteiga, é gentil, carinhoso, inteligente, trabalha duro, cuida de todos ao seu redor, é a pessoa que se colocaria na frente de uma bala para salvá-la.
Além disso, ele é a pessoa por quem ela se colocaria na frente de uma bala, centenas de vezes, se necessário.
E talvez ela devesse ter chegado mais cedo, porque gostaria de estar lá para ver seu irmão se apaixonar perdidamente por aquele homem.
Ela odiava a ex-mulher de Ramiro com todas as suas forças e chegou a bater nela algumas vezes, mas não o suficiente.
E quando Ramiro se assumiu gay, ela foi a primeira pessoa a quem ele contou, e ela entendeu muitas coisas.
Não foi uma surpresa saber que ele era gay, foi uma surpresa saber que ele estava em um relacionamento...
Porque, sinceramente, depois de tudo o que Raimunda fez, esse cara tinha que ser muito especial para fazer com que Ramiro aceitasse algo sério novamente.
Mas, ela ainda tem suas dúvidas sobre isso, Ramiro a protege, mas ela pode e vai atacar por ele, se necessário.
Eles não eram apenas irmãos, eram mais do que isso, eram maiores do que isso.
Quando Iná nasceu, Ramiro tinha treze anos de idade e seus remendos de família finalmente se desfez porque, com o nascimento dela, seu pai havia desistido de tentar consertá-la.
A linhagem da família é... Peculiar, por assim dizer.
Ramiro é o primeiro filho, ele foi aguardado com bênçãos e amaldiçoado assim que seu pequeno corpo viu a vida, para que ele vivesse, sua mãe teve que morrer, e ele nunca foi perdoado por isso.
Ele não sabe muito sobre isso, mas sua mãe foi, é e sempre será o amor da vida de seu pai.
Isso faz com que ele seja o responsável por tirar esse amor, um amor que somente a morte poderia separar, e foi o que aconteceu.
Não é necessário mencionar que o relacionamento dele com o pai nunca existiu de fato, certo? Ele foi criado por sua madrinha, aquela que sua mãe havia escolhido para ele e que, por acaso, trabalhava na casa.
Pouco tempo depois, talvez até cedo demais, seu pai se casou novamente, com uma mulher que, se você perguntasse a Ramiro, combinava muito bem com Antonio.
Amarga, rude, arrogante, má, egoísta.Para dizer o mínimo.
E com o casamento, os filhos... No plural. Irene deu à luz Daniel e Lucca quando Ramiro tinha cinco anos, e eles foram os melhores amigos de todos os tempos, cresceram brincando de pega-pega entre as plantações de soja... Até que Lucca morreu, por razões desconhecidas, aos seis anos de idade.
E, quando Ramiro tinha treze anos, Iná.
Filha de uma mulher que Antônio tinha por fora, como muitas outras, embora ela tenha sido a única que ele foi incauto o suficiente para engravidar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
FATE
FanfictionDestinos tendem a se realizar independente de nossa vontade, e caminhos a se cruzarem sem que a gente perceba. Dois homens com passados diferentes agora compartilharão do mesmo futuro. KELMIRO AU