Lindo, Profano, Sagrado. 🔞

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**ALERTA DE GATILHO: SANGUE (leve) **

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O amor era lindo.

Nunca havia deixado de ser.

Mas amar as vezes machuca, e sua pior cicatriz é a saudade.

Daquele que veio e não vem mais.

O amor ainda é lindo, agora mais claro e límpido, dormindo nos braços de seu dono.

O amor pode até ir, se for de verdade, não chega longe.

Não haveriam palavras em nosso idioma que seriam capazes de descrever a sensação que Ramiro teve ao chegar em casa naquela madrugada de mãos dadas com Kelvin.

Era como se o mundo ao redor voltasse a ter cor, se via de longe, brilhava, reluzia.

Até o senhor da portaria sorriu ao ver o loiro entrar, sempre simpático, era impossível não gostar de Kelvin.

Iná estava preocupada, quase doida, Ramiro deveria estar em casa há horas.

Ligou para os amigos, nada.

Luana não fazia ideia de onde o preto estava, Rodrigo não havia estado com ele e Jonatas não o tinha visto desde sexta feira.

Não queria acreditar que seu irmão teria ido atrás de Kelvin, eles haviam tido tantas conversas sobre isso.

Ela o deu conselhos, tentou ao máximo fazê-lo entender que o espaço pedido pelo loiro não podia ser invadido assim. Hesitou muito, demais até.

Quando passou das nove da noite e Ramiro não tinha sequer respondido suas mensagens, ela cedeu e ligou para Kelvin.

Sem resposta. Uma, duas, três vezes.

Seu coração apertou, lembrou do dia do acidente. Não podia ficar sem Ramiro, ele sempre havia sido sua única família, o destino não seria tão cruel a ponto de tirá-lo. Tentou se comunicar com o irmão novamente, repetidas vezes.

“Nego, onde cê tá? Me liga.”

Não lida. Entregue.

“Ramiro? Me manda sua loc.”

Não lida. Entregue.

“Ramiro Neves. Se tu não me responder até 00h eu vou chamar a polícia.”

Lida.

“Oi Naná. Tô com o Kel, to bem, bem demais.”


“Filho da puta.
Podia ter avisado. Vem pra casa, os dois.”

Mas não podia jamais esconder o sorriso que se formou em seus lábios, a felicidade espalhando por seu peito, saber que seu irmão e seu cunhado finalmente haviam se acertado ao que parecia, que Ramiro não só estava vivo mas estava vivo.

Porque ela sabe que Kelvin é a pessoa certa para seu irmão e é incrível como foi singular o sentimento quando ela o conheceu.

Vê-los juntos parece certo, é como assistir a um eclipse completo.

Iná entende como deve ser difícil amar seu irmão, Ramiro é esquisito e talvez apenas aos olhos dela, mas ele é um pouco superprotetor e Kelvin é a liberdade moldada como pessoa.

Mas, de alguma forma, eles eram perfeitos um para o outro. Eles se equilibravam na medida certa, cada um era igual como oposto.

Kelvin trouxe toda a alegria, o brilho e a vida que Ramiro precisava em seus dias.

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