▌𝗛𝗘𝗔𝗥𝗧 𝗢𝗙 𝗚𝗟𝗔𝗦𝗦, 𝗏𝖾𝗀𝖺𝗌𝗉𝖾𝗍𝖾 !¡

[15] 𝗦𝗲𝗻𝘁𝗲𝗻𝗰̧𝗮 ⋆

SER QUERIDO.

Desde que me entendo por gente, esse tipo de sentimento parecia estar longe do meu alcance. Quando me casei - por assim dizer - esse sentimento ficou ainda mais longe, logo me contentei com toda a miséria emocional que seria destinada a mim.

Então ele veio.

Vegas parece genuinamente feliz por me ter por perto, mesmo que eu realmente não saiba como agir e o que possa lhe oferecer agora. O alfa disse que estava apaixonado, que me queria aqui ao seu lado. Claro que pensei que tudo não passava de uma brincadeira de sua parte. Afinal, por que alguém como ele iria ter algum tipo de interesse amoroso em alguém como eu? Mas então ele me quer e, quando nos beijamos... Foi suave, gentil e transbordava sentimentos que deixavam meu estômago gelado e meu peito quentinho. Seus lábios eram macios, sua língua doce e seus toques carinhosos. Vegas é um em um milhão!

E como afirmação de tudo o que eu disse, ele está aqui na cozinha, preparando nosso almoço. Quer dizer, eu não sinto fome, porém Vegas insistiu que o acompanhasse e cá estou.

Um alfa preparando comida para um ômega. Pode acreditar? Eu nunca imaginei que esse tipo de coisa aconteceria na minha vida.

─ Então Pete, prefere mal passada ou não?

─ Acho que mal passada está bom. ─ Respondi baixo.

O observei andar de um lado para o outro na cozinha, sempre sorridente e falante, me contando sobre pequenas coisas de sua vida e perguntando sobre a minha, sobre meus gostos e - indiretamente - fazendo planos para um futuro não muito distante, como ir ao cinema, passear no parque com Venice e muitas outras coisas simples, mas que pareciam perfeitas para se fazer. Tentei conter meu sorriso, mas foi impossível.

Estávamos numa atmosfera muito agradável, que foi interrompida com o choro do meu filhote. Pedi licença e fui até o outro andar. Lá estava ele, senta8d na cama com os olhinhos cheios de lágrimas, em seus lábios um biquinho trêmulo e quando me viu, estendeu seus bracinhos gorduchos em minha direção, abrindo e fechando as mãos.

─ Mama, mama.

Ele balbuciava me pedindo colo.

─ Oh meu bebê, eu já estou aqui. ─ O peguei no colo e logo ele se aninhou a mim. ─ Quer comer?

Desci as escadas com ele agarrado a mim. Seu cheirinho estava muito em evidência, talvez estranhando o ambiente novo que estava. Venice sempre foi um filhote quieto, só chorava em momentos como esse, quando se sentia só ou quando precisava muito de alguma coisa, como qualquer outra criança da sua idade.

Quando descemos, Vegas estava lá nos esperando com um sorriso enorme no rosto, parecia brilhar! Muito foto. Ele veio.

─ Olá, filhote. ─ Se aproximou. ─ Dormiu bem?

Venice o respondeu em sua língua de bebê, depois sorriu para o alfa. Parecia saber que era seguro estar ali.

─ Então venha. ─ O pegou dos meus braços. ─ Vamos comer alguma coisa. ─ Foram na frente, deixando meu ômega muito satisfeito com tudo.