a morte.

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São Petesburgo, 1837. Império Russo.

Yelena Belova Pov.

-Não se atreva a fazer isso, Yelena Belova.

Já faziam algumas horas que eu tinha deixado Katherine Bishop em casa, eu estava nesse momento me revirando em meus lençóis, lembrando de toda a tarde em que passamos no meu observatório, em como eu tinha repetido o ato do mesmo mais algumas longas vezes durante todo o dia.

Eu tive Kate Bishop, em minha pele, em meus lábios e arrisco a dizer que ela conseguiu encostar em até alguns de meus órgãos vitais. Meu coração batia como se quisesse afirmar que existia, meus pulmões não cansavam de acusar uma necessidade de ar. Mesmo longe ela me tirava de minha órbita.

Era como um ciclone... Kate Bishop era ciclone.

Ciclone? Júpiter... Meus olhos se fecharam por um momento, recordando-me das observações feitas sobre a Grande Mancha Vermelha. Um ciclone...

Era madrugada mas quem ligava, não? Me levantei da cama em um solavanco, correndo as escadas até meu observatório. O telescópio já estava perfeitamente angulado, aproximei meus olhos da lente e aí estava ela, a grande mancha vermelha. Seria um ciclone em Júpiter? A pressão atmosférica teria de ser imensa para isso:

-Que susto, Yelena! Pensei que fosse assombração! - Natasha resmungou entrando no recinto, arrumada?

-Onde vai vestida assim? Está magnífica, realmente, vermelho combina com você... - A mulher teve sua respiração travada na garganta, isso denunciava que algo ela iria aprontar. - Não perca tempo mentindo. Me confesse seus planos diabólicos.

-Eu... Tenho um encontro.

-Já viu que horas marcam o relógio? Pode ser um sequestrador.

-Ei, você tem a musa dos olhos azuis e eu quero a minha dos olhos vermelhos. E eu a conheço, já tinha visto em alguns jantares, o máximo de perigoso é o pai dela ser um conde, dizem que é vampiro.

-Olhos vermelhos... Conde... Jantares, pai vampiro... - Eu ligava as peças do quebra cabeças tentando descobrir quem seria o felizardo. - Anda atrás do filho Maximoff?!

-Ah! Yelena! Acertou a família, mas errou o alvo. Pietro?! Ele é um sonso... Lento...

- Então... A filha do Conde Vlad?! A irmã mais jovem? Wanda né? E não acredito que ele seja vampiro, apenas tem a íris dos olhos diferentes. Porém por via das dúvidas, prometa-me que voltará cedo e sem marcas... Não quero uma irmã morta viva. - Brinquei com a mulher, que me atirou uma almofada antes de descer as escadas. Ri sozinha antes de voltar a atenção para Júpiter.

Precisava de um telescópio melhor, fiz o caminho de volta ao meu quarto, pensando se no dia seguinte a faculdade estaria disponibilizada para meu uso. Seria uma boa desculpa para levar a Bishop para conhecer a biblioteca. Passaria lá após o café da manhã para convida-lá, seu pai já tinha afeição pela minha pessoa, não seria difícil.

...

Já eram 11 da manhã quando bati à porta da residência dos Bishop, uma mulher branca, alta de olhos azuis me recebeu, seu olhar me mediu de forma um tanto quanto exigente. Parecia avaliar minhas vestes. Devia ser a mãe de Katherine. Por sorte minha família sempre investiu nos tecidos de nossos vestidos, justamente para evitar olhares como os que recebi agora:

-Posso ajudar?

-Eu... Sou Yelena, Yelena Belova. Filha do Barão de São Petesburgo, Alexei Shotakov. Vim falar com Katherine Bishop.

Tortured Poets DepartamentOnde histórias criam vida. Descubra agora