imortalidade

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São Petesburgo, 1837. Império Russo.

Yelena Belova Pov.

A noite com Katherine foi sensacional, após toda a nossa pequena aula sobre vulcões, a levei pra casa, a família dela já tinha chegado. Pude ouvir ela resmungar sobre um possível sermão da parte de sua mãe por ter deixado o tal homem sozinho. Desci do cavalo junto da mesma, sua casa tinha os tons de azul oxford em todas as partes, desde as flores no jardim da frente, as telhas que adornavam o telhado:

-Bom... Devo me despedir, querida Bishop. - A garota sorriu, eu via sua respiração descompassada, assim como a todo momento desta noite. - Te verei novamente?

-Talvez. Sabe meu endereço, pode escrever... Ah! Gosta de Shakespeare?

-Acho que todos gostamos.

-Semana que vem, meu irmãos e eu sempre fazemos um tipo de clube de representação de Shakespeare. Lemos alguma de suas peças e interpretamos. Gostaria de vir?

-É claro. Vou aparecer, com certeza.

-Ótimo! Quarta-feira, ás duas.

-Vou esperar de forma ansiosa para te ver novamente.

-Eu também... Obrigada. Eu esperava que fosse um desastre. - Ela sorriu, da forma mais linda que já vi, antes de inclinar levemente o corpo em minha direção e beijar meu rosto, tendo para si o canto de meus lábios.

-Até mais, Bishop. Parece que acordamos alguém. - Murmurei a última parte ao notar as luzes da casa se acenderem, um homem alto poucos minutos depois abriu a porta afoitamente.

-Katherine Elizabeth Bishop! Onde se enfiou?

-Papai... Eu estava com a Baronesa Belova. A festa estava chata e... Mamãe tentou me empurrar para um barbado! - O homem sorriu, parecia aliviado ao terminar de analisar a filha e não a ver com nenhum arranhão.

-Ela reclamou o tempo todo de como a deixou falando sozinha com o Conde. Vai ouvir um bom discurso amanhã de manhã. Baronesa?

-Meu pai é barão. Yelena Belova Romanoff, muito prazer, senhor Bishop.

-O prazer é meu, agradeço por trazer minha filha. Pensei que a tinham sequestrado... - Eu ri, acenando positivamente com a cabeça, olhando rapidamente para os olhos azuis da garota atrás dele.

-De fato, sua filha é uma mulher de beleza imensurável, é fácil se preocupar com pessoas mal intencionadas. É uma companhia... Até que agradável. - A morena revirou os olhos após minha última fala e o homem riu.

-Fico feliz que ela tenha conhecido alguém gentil e decente. Certo Katherine?

-Claro, papai.

-Fico feliz de ter conhecido alguém tão... Extraordinária, como sua filha. Bom, eu preciso ir, está tarde e minha família me espera. Foi um prazer, senhor Bishop, e... Até quarta-feira, Katherine Bishop.

Me despedi dos dois calmamente antes de segurar as rédeas do cavalo para o guiar tranquilamente pelo caminho até minha casa. O devolveria de manhã. Devia ser de Antonia.

Cheguei em casa em um tempo recorde, as luzes estavam acesas, entreguei o quadrúpede ao Scott, nosso cocheiro, assim que coloquei os pés em casa, três pares de olhos me atingiram:

-Onde estava pequena Belova? - Meu pai questionou se levantando enquanto dava um gole no que parecia ser um chá de cheiro horrível.

-Em meu observatório, aquela festa parecia um convento, como foi o restante dela? Aposto que não perdi muita coisa.

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