゚・ ᴄʜᴀᴘᴛᴇʀ 37 ・ ゚

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♯ S/N POV




Mudanças nunca foram atrativas para mim. Uso o mesmo tom de vermelho nas minhas unhas por quase dez anos, escuto a mesma playlist por quase cinco e compro os mesmos produtos de maquiagem a três. Por que me arriscar se eu estou confortável? Essa sempre foi minha crença. Mas mudar é necessário, é importante para seu desenvolvimento pessoal e emocional. Isso sempre foi o que tentaram me convencer a acreditar.

Fingir que eu não estava entrando em uma crise por ter que me mudar para uma cidade que nunca fui daqui dois meses estava sendo mais difícil a cada passo que eu dava.

Hoje eu me matriculei na universidade, assinei a maioria dos contratos com a imobiliária e comprei a passagem. Minha cabeça estava a mil, ainda mais depois de tudo que aconteceu ontem. Ainda conseguia sentir o calor dele, seu cheio que era uma mistura de sabonete de alecrim, perfume amadeirado e nicotina e sua boca traçando um caminho sobre meu corpo.

Eu só queria aproveitar minha própria companhia em silêncio. Sem ninguém para me importunar, mas sei que eu não sou nenhuma otimista que consegue ficar acompanhada de seus pensamentos duvidosos.

Eu precisava de paz e sossego. Eu precisava dele, mas não estava pronta para admitir a mim mesma que fui fraca e deixei meu coração me controlar.

Eu precisava da mesma intensidade de calmaria e adrenalina para não deixar minha mente me sabotar. Mas como?

Olhei para a rua com os primeiros sinais de uma primavera colorida. Há exatamente um ano eu havia decidido superar tudo e voltar a viver. O tempo passa tão rápido.

Coloquei meu roupão mais confortável, peguei as comidas mais calóricas do armário e liguei a tv. Com certeza esse não é o jeito mais maduro de lidar com problemas, mas está entre os mais eficazes.

Eu estava bem. Estava entretida com o reality show de crianças malucas e babás super maduras, e me perguntava se conseguia estar no lugar delas (provavelmente eu iria assassina-los com uma arma de brinquedo). Até meu celular começar a vibrar. O nome iluminava a tela. Eu não sabia o que fazer. Podia ser uma emergência. Podia ser apenas uma bobeira. Mas só de pensar em seu nome eu me sentia uma adolescente. As borboletas voando no estômago me davam ânsia.

- Malditas. - Resmunguei antes de levar o celular para o ouvido. - Alô. -

- Preciso de você, agora. -

- O que? -

- Mikasa está tendo um ataque nervoso. - Sua voz era abafada.

- Como assim? Tipo, como os de antes? -

- Pior, por favor S/N, vem logo. - Ele parecia desesperado. - Ela está na minha casa. Precisamos de você. -

Precisamos. Ele também precisa.

 𝐒𝐭𝐚𝐫𝐛𝐨𝐲 - Levi Ackerman x Fem!readerOnde histórias criam vida. Descubra agora