No hospital
12h00O tempo voou hoje. Cuidei de muitas crianças e tive conversas difíceis com pais preocupados e assustados. Foi doloroso descobrir que lidar com o olhar de dor e medo deles é uma das partes mais difíceis do meu trabalho. Entendo perfeitamente o estresse que estão enfrentando; estão vendo seu bem mais precioso passar por dificuldades, sem poder fazer nada além de esperar e torcer. Já deveria ter almoçado, mas me encontro perdida em meus próprios pensamentos. Sou trazida de volta ao presente pelas batidas na porta. Respondendo um "entre", vejo Carlisle entrar na sala, com uma xícara de café nas mãos, observando a bagunça na minha mesa.
Carlisle: Trouxe um café para você. - dou um sorriso para ele e pego o café.
Liz: Obrigada. Nem vi a hora passar, o sono já estava me pegando. - digo rindo, apontando para a cadeira e convidando-o a sentar. Ele se senta e me olha. Após apenas dois dias juntos, tenho certeza do que somos, e sei que ele sabe desde o momento em que colocou os olhos em mim. Mas tudo ainda é confuso em minha cabeça. Este universo ainda é confuso demais, porém não posso negar que ele é um pedaço de mau caminho.
Carlisle: Você já almoçou? - ele questiona. Eu tomo outro gole de café e olho para o relógio, já são 12h30.
Liz: Ainda não. Eu tinha combinado com o Dr. Sloan de almoçar com ele. - Carlisle faz uma cara não muito boa. - Mas, estou sem um pingo de fome e ainda tenho vários exames para verificar. Acho que vou ficar por aqui, se sentir fome, irei mais tarde ao café que tem aqui do lado.
Carlisle: Se quiser, podemos ir juntos. - ele diz, olhando para mim. Sei o que ele quer, e talvez não seja tão ruim assim me aproximar dele. - Imagino que sua última refeição tenha sido pela manhã, é um tempo muito longo para ficar sem comer.
Liz: Vai agir como meu médico agora? - questiono, rindo. - Estou acostumada a fazer jejum; fique tranquilo, não irei cair pelos corredores.
Carlisle: Se precisar de um médico, eu posso ser. - ele sorri de um jeito nada Carlisle dos livros; ele está flertando. Decido ignorar isso.
Liz: Está em sua pausa para o almoço? - questiono, tomando meu café, que está delicioso. - A propósito, este café está maravilhoso.
Carlisle: Estou. Comi uma das invenções culinárias de minha filha e passei para comprar dois cafés. Fico feliz que tenha gostado. - Sei que é mentira e que provavelmente ele só foi comprar o café de verdade.
Liz: Sou nova na cidade, mas as pessoas falam. - ele me olha. - Como é ser tão novo e conseguir cuidar de tantos adolescentes? Eu tenho apenas o meu irmão, e já não dou conta muitas vezes, e olha que ele nem é mais adolescente. - Ele ri, e eu não aguento e acompanho ele na risada; sua risada parece uma melodia dos anjos.
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Presa em Crepúsculo
FantasíaJamais imaginei o que a vida reservava para mim. Não antecipei adentrar em um mundo tão distinto do meu, um universo que apenas conheci através de filmes, livros e devaneios. A realidade vira de ponta cabeça quando nossos sonhos se tornam reais. Aqu...