Vai manter sua promessa?

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Quando menos percebi, eu estava em um lugar estranho, parecia um templo antigo, ele era de madeira, junto de algumas estruturas de ossos, sua coloração, próxima de um vermelho alaranjado, enquanto olhava em volta, percebia que parecia um lago raso vermelho, provavelmente sangue. Olhando para o horizonte, sem fim, minhas narinas ardiam com o cheiro forte no ambiente, algo que eu não conseguia identificar, mas não era nem um pouco agradável. Olhando para cima, não tinha céu, era tudo muito escuro, onde a luz central era o próprio templo.

Ao me levantar um pouco, senti minha pressão baixar um pouco e minhas pernas tremerem um pouco. Lentamente, de uma forma que arrastava os pés para caminhar, criando pequenas ondas de sangue, fui em direção ao local na minha frente, que até o momento parecia vazio. De novo, essa sensação de silêncio, o som dos meus passos no sangue misturado a minha respiração pesada se tornou um só, mas isso não ajudava em nada na situação.

Ao me aproximar, vejo uma figura idêntica a minha sentada em uma espécie de trono, ele tinha os mesmos traços e o mesmo cabelo, mas seu corpo era repleto de marcas... marcas idênticas ao Sukuna.

- O que foi garoto? Vai ficar parado aí quanto tempo? - Ele sorria de uma forma debochada, era impossível não reconhecer Sukuna.

- Onde estou? - Ao chegar perto dele, sentia meu coração acelerar. Medo?

- No meu interior. Você não quis escutar a explicação do ritual e só foi aceitando, mas enfim, resumidamente, parte da minha alma agora está no seu corpo. - Me sento na escada do tempo e ele se senta do meu lado.

Suas roupas também eram diferentes das minhas, ele usava um quimono branco e azul escuro, no final das contas, meus olhos eram chamados para suas marcas no meu peitoral. Isso gerou um conflito interno ainda maior do que estava esperando, entendo que seu corpo era muito mais forte e diferente do meu, mas ainda tinha a minha aparência. Quando percebi que ele me pegou no flagra, desviei o olhar, mesmo sabendo que ele provavelmente estava com aquele sorriso convencido.

- Por causa do dedo que eu engoli? - Só de lembrar da sensação de engolir aquilo, meu estômago se embrulha.

- Por que mais seria? Óbvio que foi. Mas isso tudo que está vendo, não é físico.

- Então não é real?

- Só porque uma coisa não é palpável, não quer dizer que não é real. Memórias, sentimentos, tudo isso é real, esse lugar também. Toda vez que você estiver aqui, sou eu que vou estar no comando do seu corpo.

- Pera, comando de comando mesmo? Tipo controlando meu corpo?

- Isso, você não vai ter lembranças disso e nem vai saber o que eu fizer, terá que confiar em mim. - Agora sim eu estava assustado, o que caralhos ele estava fazendo com meu corpo? Eu tenho medo só de pensar nas atrocidades que ele pode fazer. - E antes que pergunte, a minha alma estando no seu corpo, a forma que você está me vendo, é como você é visto pelas pessoas ao seu redor.

- Mas...

- Já fiz o que precisava, pode voltar agora, moleque. - Ele acena pra mim. Aquele maldito sorriso.

Ao abrir os olhos, vejo que estou jogado no meio da rua, em frente a casa do curandeiro da vila. Ao entrar, vejo ele costurando a perna de Choso, isso me trouxe um embrulho no estômago, mas um alívio, meu irmão estava sendo curado. Sukuna cumpriu com o que disse, ele realmente me ajudou... Mesmo que não tenha sido um pacto... no momento que ele propôs, senti que ele estava tão nervoso quanto eu com a situação.

Ele me ajudou por vontade própria?

- Você é o garoto que trouxe ele aqui né? Você tá melhor já? Você parecia meio perdido...

- Estou sim, eu só... eu só... estava nervoso com medo pela vida do meu irmão. - O homem me olhou desconfiado mas ignorou, voltando a cuidar do meu irmão. O que o Sukuna fez com meu corpo, para eu "parecer perdido"?

"Vocês humanos são tão confusos, suas cidades são tão complexas por motivos nenhum, que lugar difícil de achar, em."

- O que?

- Não falei nada, senhor. - O senhor voltou a me olhar desconfiado.

- Eu jurei ter escutado algo...

"Fui eu moleque idiota" - Escutei de volta. Comecei a olhar em volta, procurando de onde vinha a voz.

"Moleque imbecil, acabamos de conversar e eu falei que tem parte da minha alma do seu corpo, de onde você acha que vem a porra do som?" - Dessa vez reconheci com clareza a voz do Sukuna, lembrando do que ele falou, fiquei vermelho, envergonhado de não ter pensado nisso.

Eu fiquei em silêncio, se falasse com ele, o curandeiro que já estava me achando estranho, iria me achar mais esquisito ainda. Com nenhuma resposta minha, Sukuna parece ter entendido que eu o tinha reconhecido.

"Não se preocupe com seu irmão, ele vai ficar bem, a ferida não foi tão grave" - Sai da casa do curandeiro indo para um lugar um pouco mais afastado.

- Espero que sim. Obrigado por ter salvado dele.

"Não me agradeça, moleque, vou considerar como quites se você vier todos os dias para a floresta me ver."

- Não posso, meu irmão estando machucado, eu vou precisar trabalhar para sustentar nós três.

"O que tanto os humanos precisam para sobreviver? Água, comida, o que mais?" - Ele parecia irritado, provavelmente por eu ter rejeitado sua proposta.

- Mas aqui eu tenho minha família. Preciso cuidar deles.

" Não falei pra você morar comigo, pedi que venha todos os dias, imagine o tempo que você ficaria trabalhando, fique esse tempo comigo, eu lhe dou água e as melhores carnes." - Ele começou a levantar argumentos que não tinha como refutar, meu irmão sempre se matava de trabalhar para trazer água e comida para casa, então... eu deveria fazer o mesmo por ele... Eu sei que fiz o acordo antes que iria vê-lo as vezes e minha ideia era ir espaçando cada vez mais esse tempo, mas pela minha família, eu faria isso todos os dias.

"Vou considerar seu silêncio, como um "sim", então assim que isso terminar, pegue e leve seu irmão para casa, amanhã quando o sol nascer, venha até mim."


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Eai meu povo lindo? Espero que tenham gostadoooo

Se acharem algum erro ou algo que esteja confuso, pode comentar que eu arrumo ou explico

Se cuidem, bebam água, se vacinem e até a próxima babys SZ

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