Faço o que for preciso para salvá-lo

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Quem é vivo sempre aparece, né meu povo?

Não vou me justificar kkkkkkk socorro (eu amo vocês, eu juro)

Vou deixar um aviso que esse capitulo é um pouquinho mais "pesado", então se tu tem estomago leve, da uma pulada no meio do capitulo pro final.

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Um grito arrepiou todo meu corpo.

- O que foi isso? De onde veio? - Olhava para os lados, atordoado, procurando pelo dono do grito.

- Moleque, estamos conversando, não desvie sua atenção.

- Mas, eu ouvi um grito... - Outra vez o grito foi ouvido e comecei a correr em direção a ele. Eu sei que não deveria deixar Sukuna falando sozinho, mas o som que escutei era tão estridente, tão agoniante.

Enquanto corria, tropeçava no que tinha pela frente naquela floresta exageradamente escura. Os gritos pareciam mais perto, o desespero parecia maior, em contrapartida, minhas pernas começaram a cansar, meus músculos pareciam querer se partir. Por mais que eu quisesse parar, eu não conseguia, só de pensar que alguém poderia morrer pelo meu luxo de querer parar.

Quando menos percebi, tudo pareceu mais silencioso do que o comum, não escutava os gritos, meus passos e muito menos o vento, com exceção de um som... O som de algo sendo mastigado.

Acelerei meu passo, o máximo que pude, mesmo com os joelhos querendo falhar, até ver a origem de toda essa agonia. Tudo parecia ainda um pouco distorcido, pela falta de luz que tinha nos meus olhos, que já estavam turvos pela corrida.

- Choso? - Senti minha garganta entalar com o ar e tudo ficar pesado. Na minha frente, a poucos metros de mim, meu irmão agonizava em desespero, mas em silêncio, como se tivesse desistido de lutar pela sua vida, como se estivesse em transe. Uma criatura verde estava acima dele, sua perna completamente aberta, sendo devorada lentamente, pulsando e jorrando sangue. Como isso foi acontecer?

- Correu de mim, só para ser um humano ser devorado lentamente por uma maldição? Depois falam que o sádico sou eu. - Senti a risada baixa de Sukuna perto do meu ouvido.

- Ajude ele... - Minha voz suplicou tremula.

- Por que eu deveria?

- Por favor, não posso perder mais ninguém... - Quanto mais eu olhava, mais eu tremia. Não saber o que fazer era pior do que saber e dar errado, pois se desse errado, pelo menos você tentou.

Por um momento de falha do meu corpo, consegui dar um passo pra frente, para ajudar meu irmão, salvar ele, mas fui impedido, senti as mãos de Sukuna me segurando, ele parecia me segurar com o máximo de força que podia, foi quando sentia que ele tremia também, mas... por que?

- Por favor, por favor Sukuna, me ajuda! - O desespero de ser impossibilitado de salvar meu irmão, fez com que toda a agonia saísse de uma vez, lá estava eu chorando de novo.

- Eu não quero se machuque, fique longe.

- Prefiro morrer se for preciso pro meu irmão ser salvo. - Me debati desesperado de todas formas para sair dos braços do Sukuna. - Sukuna, vamos fazer mais um acordo, qualquer coisa que seja, por favor, eu estou implorando. - Quando mais eu falava, mais ele parecia querer me segurar.

- Não posso, eu fiz o acordo que iria manter você seguro, deixar você se soltar, é contra o acordo. - Quando percebi que ele afrouxou minimamente as mãos, parecendo pensativo, me soltei indo ao encontro do meu irmão, tentando puxar ele para longe da criatura. Quando sentiu meu toque, Choso parece ter retomado a consciência do que estava acontecendo.

- O que está fazendo aqui? - Abracei ele em angústia, ele estava suando frio e tremia também, senti suas unhas na minha pele, como um pedido de socorro agoniante.

- Vou te tirar daqui - Continuei puxando ele, sendo mais difícil pois além do seu peso, a criatura não o soltava. Minhas mãos já estavam completamente sujas e escorregadias pelo sangue. Vejo Sukuna se aproximar e fico com mais medo ainda dele me afastar novamente, mas ele não faz isso.

Ele encosta na criatura, que finalmente levanta o rosto. Ela era maior do que parecia, seus olhos eram negros e profundos, parecia ter duas bocas, sendo uma muito maior, que agora estava banhada em sangue. A maldição olhou inicialmente somente para o rei das maldições, mas em seguida, parou e olhou para nós dois. Ela parecia querer ver algo e em seguida, começou a sangrar pelos olhos, como se estivesse chorando.

Ela parecia estar entrando em colapso, olhando para a perna do meu irmão, como se tivesse percebendo o que fez. Esfregava as mãos de forma compulsória, tentando tirar o sangue das próprias. Os sons que ele fazia pareciam gritos distorcidos, claramente estava confuso.

Sukuna segura a criatura, como se a acalmasse e fizesse esquecer o que estava acontecendo, virou ela de costas pra gente e a maldição saiu correndo para o outro lado, como se nada tivesse acontecido.

Quando volto a olhar para Choso, ele já estava inconsciente, mas ainda respirando, seguro meu irmão, tentando levantar ele no meu colo, para o levar de volta para a vila. Ele não iria aguentar levantar e muito menos se eu fosse arrastando ele. Olho para o rei das maldições em busca de ajuda.

- Não me passa ajuda garoto, não posso sair da floresta para a vila dos humanos, pelo menos não nesta forma.

- O que quer dizer com isso? - O rei se agachou até minha altura.

- Tem uma coisa que você pode fazer, é um ritual antigo. - Ele passava as mãos no meu rosto, "limpando" o sangue do meu rosto. Ele parecia pensativo sobre algo, mas eu não estava com tempo para pensar nisso agora.

- Pare de enrolação, o que preciso fazer?

- Não quer saber o que acontece?

- Não, quero salvar meu irmão.

- Tudo bem... - Ele segura o dedo indicador esquerdo da sua mão superior e começa a puxar.

Com um pouco mais de força, escuto um "crack" do seu osso quebrando e ele continua puxando. Vejo a pele rasgando e ele faz uma pequena expressão de dor, arrancando o dedo completamente.

- Coma. - Estende o dedo pra mim. Meu estômago revira.

- O que?

- Estou mandando comer. Não falou que queria minha ajuda? Então coma e eu vou te ajudar.

Pego o dedo, ele ainda estava quente e escorria sangue, Sukuna me encarava, esperando eu comer. Fecho os olhos e coloco o dedo na minha boca, mas meu corpo continua se negando a engolir, a textura era muito parecida com pele humana, deixando mais agoniante. A ânsia me pedia para colocar para fora.

O rei segura meu rosto e enfia a mão na minha boca, empurrando o pedaço de carne na minha garganta. Meu corpo parece piorar a angústia, não bastando a ânsia, me fazendo sentir o gosto do vômito, junto com o gosto do sangue, minha garganta se tranca, me deixando com falta de ar, para não engolir.

- Como você é fresco. - Ele finalmente empurra tudo, sentindo o dedo descer pela minha garganta e tira a mão da minha boca.

Ele se afasta e vejo seu corpo paralisar, mas não tive tempo de questionar, sentindo minha visão escurecer...

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Eai meu povo lindo? Espero que tenham gostadoooo

Se acharem algum erro ou algo que esteja confuso, pode comentar que eu arrumo ou explico

Se cuidem, bebam água, se vacinem e até a próxima babys SZ

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