Medo contínuo.

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Minha tia junto a mim descia as escadas da casa Crow até o andar de baixo.
Aquela mesma voz na minha cabeça me atormentava dizendo coisas horríveis em minha mente, "você é filho de um monstro, e vai se tornar um assim como ele", "não consegue vencer os obstáculos que o destino te põem, pois você é um fraco", "nunca vai ser capaz de salvar os Não-humanos ". Eu tentava a todo custo ignorar aqueles pensamentos negativos mas ainda assim eles me consumiam.
Quando cheguei ao andar de cima andei até a sala de estar e lá pode ver a figura de meus fiéis amigos todos me aguardando, acho que Darcy já havia contado a todos eles que eu tinha melhorado, e já estava até mesmo de pé.
Quando eu entrei na sala fui recebido por um abraço coletivo, todos os Não-humanos da casa me abraçavam até eu ficar sem ar.

(Miss Crow)- Pessoal por favor, Jace estava inconsciente até pouco tempo.

Logo aquele caloroso abraço chega ao fim, e as perguntas começam.

(Nico)- Como você está melhorou?

(Frank)- Seu pai é o assassino de Não-humanos?

(Eugênio)- Meus estudos comprovam que desmaiar aleatoriamente não é comum jace.

Gaspar então toma a frente.

(Gaspar)- Crianças por favor se acalmen, o Senhor Norman deve estar com a cabeça âmbitos cheia.

(Miss Crow)- Aliás já que voces sabem que o Jace está bem não precisam mais focar acordados, vamos todos para cama agora.

Todas as crianças em cincronia soltam um grande "Ahhhhhhh".
Mas obedecem a ordem de Miss Crow subindo cada um para o seu quarto, antes de subir Morgan veio correndo e me abraçou novamente, depois de me dar um sorrizinho meigo ela voltou as escadas subindo para o andar de cima.

(Miss Crow)- Bem vocês também, já está muito tarde.

Agora era Miss Crow que estava subindo para seu quarto, logo em seguida Gaspar, Anna e Meduso, restando ainda na sala somente Darcy e eu.

(Darcy)- Fico feliz que esteja melhor.

(Jace)- Melhor devido às circunstâncias.

Darcy e eu sorrimos em um momento de poucos minutos, e logo subimos também para nosso quartos.
Já estava tarde mas eu não tinha sono. Entrei no meu quarto e fechei a porta, depois me deitei na cama e só fiquei vendo as horas passar, não preguei o olho à noite inteira, fiquei panas pensando em minha vida... Jared Crow meu pai? Acho que minha fixa ainda não tinha caído, tudo aquilo era difícil de engolir.


● ● ●

Logo o dia amanheceu, a Luz do sol refletia em minha janela atingindo meu rosto, eu mal dormi a noite inteira a cada instante era um momento de tensão, pois algum exilado poderia invadir nossa casa e matar a todos nós!
Pensava em todo o risco que corríamos ao estar em nossa casa, afinal Jared cresceu aqui e sabia da nossa localização, o fato de ele não ter matado Eugênio mas sim ter deixado ele viver e chegar até a Ilha do Corvo era uma ameaça, ele queria nos assustar e brincar com o nosso medo.
Meu próprio pai era um monstro que matava os de sua própria espécie, a vida dos Não-humanos já era difícil sendo a minoria em todo o mundo, tendo que se esconder da sociedade e das pessoas comuns, sem contar aprender a controlar os talentos sobrenaturais, para piorar ainda tínhamos que se preocupar com a ameaça dos exilados... Meu pai era como o rei dos monstros, o rei dos exilados.

Depois de muito tempo refletindo sobre minha própria vida, decidi me levantar e começar o dia, apenas fingindo que estava tudo bem e que não corríamos o risco de morte!
Abri cuidadosamente a porta de meu quarto para não acordar ninguém, ainda era cedo e quase todos estavam dormindo, tentei fazer o mínimo de barulho possível passando pelo corredor dos dormitórios na pontinha dos pés, desci as escadas até o andar de baixo e andei até a cozinha, lá encontrei Gaspar que já cedo trabalhando com os deveres domésticos.

(Gaspar)- Bom dia Senhor Norman, está melhor desde ontem?

(Jace)- Bom dia Gaspar... acho que sim, já estou aceitando o fato de Jered Crow ser meu pai.

(Gaspar)- Sabe de uma coisa Jace, você não precisa encarar dessa forma, só porque Jared é seu pai isso não quer dizer que você é uma pessoa ruim como ele.

(Jace)- É difícil pensar nisso Gaspar.

(Gaspar)- Eu entendo, demorei muito tempo para aceitar meu talento, então aprender a controlá-lo.

(Jace)- Eu sei que foi difícil.

(Gaspar)- Sempre é difícil, mas olhe ao seu redor, existem pessoas ao seu lado que estão tentando te ajudar a passar por essa fase.

(Jace)- Sim realmente, sou grato a vocês por isso.

(Gaspar)- Hora Senhor Norman, isso é fazer parte de uma família! Minha amada Beka me mostrou o que é fazer parte de uma família.

(Jace)- Sinto por ela não estar mais aqui hoje.

(Gaspar)- Ah nobre Jace, eu sinto falta dela todos os dias, mas sei que ela está por minha espera.


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