Adeus

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Foi súbito, o peito parecia ter se quebrado, a dor era de como se uma faca estivesse sendo girado dentro de si, suas pernas ficaram moles, seu corpo parecia não responder mais a nenhuma ordem. Seus olhos estavam ainda abertos, a movimentação em volta dela como fosse um filme em câmera lenta. O que estava acontecendo? Seu ar não estava presente mais, ela sua mente estava confusa e acelerada. De repente ocorreu uma escuridão, um frio e de longe ela ouvia vozes, não conseguia compreender muito bem o que estava acontecendo.  Seus olhos tornaram - se uma mar de águas salgadas e os olhos azuis pareciam um oceano amedrontado.

Sentiu seu corpo ser sugado por uma força, uma força brusca que a fez estar de pé em frente ao seu corpo enquanto os enfermeiros e médicos tentavam ressuscita-la. Ela observou suas mãos, seus pés, e todo o peso do mundo havia sido retirado do seu peito, ela estava sentindo - se em paz como nunca antes. Um senhor e uma moça vestidos de branco se aproximaram dela, sem que sua boca se mexesse ela perguntou quem eles eram e o que estava acontecendo.  Sua dúvida era se estava em um sonho, ou um pesadelo, se ela iria morrer. O senhor disse que não era um sonho e muito menos um pesadelo.

- Aquele é o seu corpo material falhando, indo embora e esse - Apontou para ela - é seu espírito vivo. Ninguém morre, todos voltam para a casa.

A voz do homem era calma e todo o medo que ela estava sentindo começou a desaparecer, por algum motivo ela não estava mais com medo de morrer. Ela sentia uma imensidão de sensações boas que não fazia a querer voltar, mas confessou não estar entendo.

- Não estou morta, mas não estou viva?

A moça se aproximou e coloco a sua mão na dela. Sorriu carinhosamente compreendendo a confusão

- Nesse momento você está tendo um desdobramento do seu espírito, você foi retirada do seu corpo para nao sofrer. Mas se você vai com a gente ou não desta vez você poderá decidir - Ludwika franziu a testa - Deus está lhe dando a chance de viver em Terra um pouco mais, ou então de partir com a gente.

- Mas porque eu posso decidir? Achei que essas coisas era diretamente com ele .

O senhor e a moça sorriram

- Normalmente é, mas por motivos dele você ganhou essa oportunidade, o seu tempo acabou...

- Meus filhos, duas delas ainda são crianças, não quero deixa - las ... E, ela respirou fundo, e não quero deixar a Paulina nesse momento. Não sei se é...

- Errado?

A mulher perguntou vendo nos olhos da outra o medo de perante a Deus estar errada.

- Não, nada é errado perante Deus se for amor. E o amor de vocês vem de outras vidas, de outros acontecimentos. Vou mostrar um pouco para você - ela fechou os olhos e Lud começou a ver várias pessoas como casais, homens e mulheres, homens e homens como amigos, mulheres em um convento juntas, foram flash dela com a Paulina em vários momentos mas em outras vidas - você viu?

- Somos nós duas? Em todas essas imagens? Isso é real? Você quer dizer que estivemos juntas de outras formas?

O senhor foi quem falou dessa vez

- Sim, você tem os destinos entrelaçados, já foram várias coisas juntas, mas desta vez ....- Ele parou e sorriu - perdão não tenho ordens para dizer o resto. Mas seu amor por ela é genuíno, seu tempo está acabando minha filha, você precisa decidir.

Lud ouviu a voz de suas filhas lhe chamando, ela foi transportada diretamente para o quarto das meninas e as viu brincando e chamando por ela. Sua alegria por ver as meninas foi instantânea, mas ao mesmo tempo sentiu tristeza por imaginar que não poderia ver elas crescerem. A mulher voltou a se aproximar dela e mostrou para ela como as meninas cresceriam e disse que ela estaria com elas a todo momento.

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