40º CAPÍTULO

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Mesmo depois do que aconteceu, Taehyung ainda continuou me enviando mensagens, e como eu não o respondia, a frequência foi diminuindo com o passar dos dias, até parar de vez. Mesmo despedaçada, tive que ser forte. Não havia possibilidade de agradar a sua família e continuar comigo, e essa foi uma escolha que ele não soube fazer e que eu tampouco ia obrigá-lo.

Eu o amava, isso não tinha mudado, mas eu me sentia rejeitada, frustrada, chateada, irritada e principalmente decepcionada. Havia muitas emoções negativas em relação à ele e meus sentimentos pareciam constantemente estrar brincando de gangorra dentro de mim. Às vezes, eu queria encontrá-lo e xingá-lo de todos os nomes possíveis, e outras vezes eu só queria que ele me abraçasse e dissesse que ia tudo ia ficar bem. Pelo bem da minha sanidade, e para garantir que não fizesse algo que eu poderia me arrepender, decidi evitá-lo até o ponto que eu conseguisse esquecê-lo.

Continuei tentando levar minha vida normalmente, mas era difícil simplesmente ignorar e esquecer de tudo que aconteceu entre nós. Tudo em meu apartamento lembrava a ele, era torturante ter que voltar para lá depois do expediente ou passar os finais de semana ali, sozinha. 

Por sorte, no trabalho, eu não o via mais, o que acabou se tornando meu refúgio. Estava fazendo várias horas extras só para não ter que voltar para casa e encontrar o fantasma de Taehyung vagando por ali. Constamente eu sentia como se nossas memórias me persseguissem.

Não sei ao certo como os meninos do BTS souberam de nosso término, se foi através de mim, depois do meu desabafado com Aimy e Jimin, ou se foi ele que se abriu. Só sei que quando dei por mim, já estavam todos sabendo. 

A primeira vez que os encontrei depois de tudo isso, todos pareciam tão perplexos quanto eu, também disseram ter sido pegos de surpresa. No geral, não aprofundaram muito no assunto, mas lamentaram muito a situação e recomendaram que esperássemos um pouco e tentássemos conversar outra vez. Mas essa conversa não aconteceu.

Após esse encontro, outros ocorreram, como constumávamos fazer. Mas imagino que alteravam qual de nós convidar, para não criar nenhuma situação desconfortável. Mesmo que isso me deixavasse aliviada, era estranho estar com eles e não ter Taehyung por perto, parecia que falta uma peça.

As semanas foram se passando e nada mudou entre nós. Apesar de preocupados, os meninos tentavam evitar tocar no assunto, e tentavam demonstrar suporte cada um à sua maneira.

Jin me chamou para comer algumas vezes e tentava me fazer rir a todo momento. Namjoon demonstrava preocupações de pai, se eu estava comendo, dormindo, saindo. Yoongi era mais difícil de ser visto, mas quando eu tinha sorte de encontrá-lo, me proporcionava conversas muito profundas. Hobi, onde quer que eu o visse, sempre me animava, mesmo que às vezes nem ele parecesse estar tão bem. Jungkook me convidava para partidas de jogos, e na maioria das vezes, ia contra seu instinto competidor e me deixava ganhar. Jimin, junto com Aimy, eram meus amigos mais próximos, quase como confidentes, então nos falávamos com frequência.

Aimy, que já era minha melhor amiga, se tornou mais próxima e mais presente, acho que além da afinidade que tinhámos, os laços se estreiram ainda mais por ela ter passado por algumas situações similares no passado.

Independente dos motivos que culminaram em nossa separação, nenhum dos nossos amigos tomaram um lado. O que me deixou mais tranquila, pois sabia que eles estavam ali por mim, da mesma forma que estavam por Taehyung, o qual mesmo que eu não devesse, continuava me preocupando.

Contudo, imagino que deve ser complicado servir de apoio para os dois lados, porque ao longo de nossas interações, percebi que estavam tomando cuidado de não falar de um para o outro, provavelmente para evitar problemas. Por esse motivo, foram raras as oportunidades que deixaram escapar alguma informação sobre Taehyung.

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