Charles Chevalier

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Nunca fiquei assim tão entediada na minha vida. Nada pra fazer nesse mundo, e ainda por cima é sábado. Mas ninguém me convidou pra sair e eu tenho preguiça de convidar alguém pra sair comigo. E o lixo do meu celular não ajuda, nada pra fazer nesse aparelho, até parece que eu já vi todos os vídeos do tiktok porque começou a aparecer uns que eu já curti. Bizarro.

Eu tô agora deitada na minha cama olhando pro teto usando meus últimos neurónios pra pensar em algo interessante pra fazer e amém, eu lembrei do meu melhor amigo. Vou pra casa dele infernizar a vida dele. Eu nem sei se ele tá em casa ou não, mas não tô afim de avisar que vou pra lá e ele ter tempo de fugir. Foda seria ele não estar em casa, mas mesmo assim tô indo lá.

Saio de casa já meio arrependida por conta do frio que tá fazendo, mas continuo o caminho mesmo assim por um bem maior; irritar o Charles. Amém que a casa do sujeito não é muito distante da minha, são uns 10 minutos de caminhada até lá, isso se eu for caminhando rápido.

Finalmente cheguei na casa dele, e como eu já sou praticamente de casa — a mãe dele me ama — apenas entrei no quintal deles, mas eu tendo um pingo de decência bato a porta da entrada e espero alguém atender, vai ver tão fazendo algum ritual e eu entro do nada interrompendo tudo.

Poucos segundos depois a senhora Chevalier abre a porta pra mim me dando um abraço bem apertado, até demais. Me afasto ligeiramente pra ela me soltar se não é capaz de eu ficar sem ar.

— Boa tarde, titia. Por acaso o Charles está em casa? — Eu com a maior cara de santa perguntando isso pra ela, nem parece que sou o capeta que inferniza o filho dela.

— Ele saiu a pouco, mas disse que não iria demorar muito. — A senhora responde de forma direta porém não sendo arrogante e me dá um espacinho na porta para que eu entrasse. — Se quiser pode ficar lá em cima no quarto dele esperando por ele.

— Ok, licença. — Entrei, agora é só esperar minha vítima chegar. — Já vou subindo.

A mãe da vítima assentiu com a cabeça enquanto eu me dirigia para as escadas já pensando no que fazer lá em cima. Chegando no quarto atiro minha mochila na cama dele e vou direto para as gavetas dele vasculhar e ver se acho alguma coisa interessante. Mas não achei porra nenhuma, vai ver tá tudo escondido em outro sítio.

Após a revista rápida eu me deito na cama dele mexendo no meu celular. Só pra olhar mesmo já que não tem nada pra fazer naquele aparelho.

Onde que foi esse miserável que tá demorando uma eternidade pra voltar. E eu nem tô lá a 10 minutos. Uns 5 minutos depois da minha reclamação vejo a porta do quarto abrindo, mas óbvio que não vai abrir sozinha, éo Charles, minha vítima. Logo que ele se depara comigo deitada na sua cama como se fosse a minha, ele me olha com uma expressão de confusão que logo em seguida é substituída por uma de surpresa, que garoto bipolar. Eu faço cara de surpresa extremamente exagerada só pra tirar sarro da cara dele, ele revira os olhos e se aproxima da cama se sentando na beira.

— Veio aqui fazer o que? — Que garoto grosso, por isso que eu gosto de irritar ele.

Dou de ombros indicando que nem eu sei, mas na real eu sei perfeitamente.

— Onde você foi? Fiquei uma eternidade te esperando aqui. — Mentira, eu só fiquei uns 15 minutos esperando ele, não é pouco mas também não é muito.

— Tava fazendo coisas importantes. Não sou desocupado igual você que só sabe ir pra casa dos outros sem avisar. — Olha só que abusado essa peste.

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