Não há

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Emma ouve vozes no corredor da delegacia…

“Ah não, justo na hora de ir embora!” Joga a cabeça para trás em sua cadeira e só espera eles chegarem.

-Srta Swan, o que está acontecendo nessa cidade?_Indaga Leroy.- Minha casa foi tomada por insetos nojentos que me dão… Argh… Agonia._Leroy da um gritinho suspeito e todos o olham com cara de riso e até Swan tenta segurar o riso.

-Leroy…_A cara do homem era impossível Emma se deixou levar e riu…Leroy não achou a mínima graça e a delegada engoliu sua risada, tinha que ficar séria.- Certo…_ Limpou a garganta- Leroy isso é caso para detetizador. Eu não sou uma, apenas protejo a cidade de crimes mais graves… não de insetos que invadem as casas, conversem com a…

-Ja estou aqui Srta Swan._ Aquela voz… maldita voz, Emma sentiu seu coração doer de tão rápido que batia, seu peito ardeu, os cidadãos da cidade abriram passagem para a mulher morena passar, parecia câmera lenta. Emma estava com as duas mãos apoiadas em sua mesa e assistia aquela cena como num filme, os olhares não se desgrudaram, Regina sentia o mesmo, aquela emoção tomava conta das duas. Regina ouvia uma música em sua cabeça, sua cabeça ia explodir, queria Emma, queria sua Emma, o coração de Regina quase parou, sua pupila dilatou, sua respiração ofegou… Só as duas sentiam aquilo, do mesmo jeito, da mesma proporção e pode se dizer que até mais forte.-Se acalmem… A delegada já me enviou o número do melhor detetizador de todo o estado e ele virá aqui para resolver nosso problema, vão para casa e tentem se acalmar… por Deus, são só alguns bichinhos._Olhou para Leroy que a olhava ofendido.

-Só bichinhos?_Leroy diz mais uma vez com a voz afeminada e Emma mais uma vez não segurou a risada fazendo com que todos rissem juntos, só a prefeita que ficou seria admirando o sorriso que nunca mais viu mas também nunca saiu de sua cabeça.

A população foi embora depois do pronunciamento da prefeita. Regina ficou por último e quando estava prestes a sair da sala da delegada ouve Emma a chamar.

-Sim?_ Regina se virou para ela e de novo a mesma sensação.

-Se são só bichinhos, por que tive que ir pessoalmente a sua casa?_Emma questiona já sabendo o real motivo.

Mil coisas passaram na cabeça de Regina, mil explicações, mas só uma era real. Mas como ela mesmo pensou, será que a loira iria acredita? Perdoar?

Regina senta na cadeira em frente a delegada e suspira.

-Voce sabe…_Regina sente suas mãos tremerem.- Eu… só queria conversar com você, faz tanto tempo…_ Regina da um sorriso tímido, Emma ouviu, com toda certeza ouviu mas não acreditou.

Como ela podia pedir algo assim?

Depois de tudo???

Depois de tudo que Emma sofreu?

Depois de Emma rasgar o próprio coração e entrega-lo na mão dela?

-Como você acha que isso seria possível?_Emma pergunta ainda indignada com o pedido e pela primeira vez viu Regina vulnerável, triste.

Emma se levanta, vai de um lado ao outro sem parar e de repente tudo volta, o apito debaixo daquela cama, o sumiço de sua ex professora logo após a relação de amor entre as duas.

Sim, para Emma foi amor, amor que nunca ninguém tinha lhe dado, mas para Regina estava longe de ser amor.

-So me responde uma coisa!_Emma pede e Regina a olha com lágrimas nos olhos.

-Eu só te respondo se você me ouvir primeiro._ Regina levanta, ela também sofreu, Emma não sabia metade de tudo o que tinha acontecido para ter aquele desfecho maldito que as maltratam ainda depois de anos.

Emma nega e pede para que ela saia.

Regina nega.

Emma implora para que ela saia.

Regina fecha a porta.

Emma se encolhe na parede apenas visualizando a morena caminhar até ela.

-Va embora Regina!_Manda mas Regina continua seu caminho ate ela.

-Eu não vou sair daqui, até você me ouvir, uma última vez e se depois você não quiser me ver nunca mais, assim será.

Regina chega perto o suficiente para cada uma sentir suas respirações.

-Não há nada que você possa dizer que vá curar…_Levou a própria mão ao coração, Regina sofreu vendo.

-Há!_Disse.

-NÃO HÁ, VÁ EMBORA!!_Emma grita e a mão esquerda da prefeita até sua boca, Emma arregala os olhos sentindo a mão macia dela em sua boca, fecha seus olhos, que merda de sensação foi aquela que a arrepiou.

-Emma!_Regina pediu, seu nariz foi aos cabelos loiros a sua frente, sua mão saiu da boca de Emma e desceu ao pescoço, Regina sentiu aquele cheiro, Regina sentiu a pele branca de Emma se arrepiar, sua boca beijou a ponta da orelha de Emma, os dedos no pescoço foram para a nuca e ali puxou os longos cabelos loiros, elas se olharam, a alma das duas estava exposta, isso era amor, não tinha como nenhuma das duas negarem e por mais que tentasse nunca iria mudar.

Regina encurtou o espaço dos corpos e suas lágrimas caiam por seu rosto, ela pousou as duas mãos no rosto da loira e seu polegar da mão direita passou pelos lábios finos da delegada, seu olhar desceu até a boca de Emma, as respirações ofegantes estavam sincronizadas, só faltava 1 milímetro para o beijo tão desesperado, tão cheio de saudades.

-Va embora Regina… por favor…_Emma pediu chorosa._Você só vai me machucar, você só me destrói…_As lágrimas desciam descompassadas sobre o rosto de Emma.- Aquele garotinho é dele, não é?_ Fez a pergunta que queria, Regina virou bruscamente pegando suas coisas.-Me responde Regina, só me responde!_ Pediu chorando a morena que também se desfazia em lágrimas. Regina virou de frente para a loira, abriu a boca mas nada saia… Emma só conseguia chorar como da última vez que se viram, Regina estava destruída, queria morrer ali mesmo e acabar com tudo aquilo mas a loira queria uma resposta e ela faria, mas não ali.

Falling SlowlyOnde histórias criam vida. Descubra agora