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Epílogo

Steve

Respirei fundo, tenso. Aquele desafio era difícil, talvez o mais difícil que eu enfrentei na vida. Poderia me trazer consequências horríveis. Aos cinquenta anos de idade, é difícil suportar esse tipo de coisa.

Mas era necessário.

Devagar, passei o espanador no suporte.

As medalhas bateram uma na outra, fazendo um tilintar que me fez parar no lugar.

  - Steve. Está mexendo nas minhas medalhas? - O grito veio lá debaixo.

  - Droga - resmunguei, tentando sair dali e colocar a culpa no gato, mas Natasha se materializou atrás de mim, me assustando. - Jesus! Eu só estou limpando!

Natasha pegou o espanador da minha mão e observei ela atentamente arrumar suas milhares de medalhas. As antigas, da infância, as da época da Universidade, as duas medalhas do Mundial, ouro e ouro, e então as das Olimpíadas.

Uma de bronze.

Duas de ouro.

Ela parou, analisando-as. Me aproximei, abraçando Natasha por trás. Eu e ela ficamos encarando aquilo, pensando na vida que tivemos.

A vida magnífica.

Até porque, eu era casado há vinte anos com Natasha Romanoff.

Patinadora russa duas vezes medalhista de Ouro nas Olimpíadas, bicampeã mundial, campeã e bronze no Campeonato da Europa, campeã da final do Grnad Pize, detentora de três recordes mundiais, etc.

E eu era seu fã número um.

Ao lado de sua medalha, tinham as minhas. Inclisve uma medalha de bronze da Olimpíada.

Eu e Natasha nos casamos, e anos depois adotamos um garoto de nove anos, James. Agora ele era casado e tínhamos um neto recém nascido. Eu acompanhei toda a carreira de Natasha, até ela se aposentar.

Depois, descobrimos nosso amor por viajar. Eu me voltei totalmente para o jornalismo esportivo, eu viajei o mundo escrevendo sobre esportes, enquanto Natasha realizava os sonhos dela. Me tornei comentarista, há dez anos e sabia que estava muito mais feliz do que estaria em mil anos jogando hóquei.

Tinha conseguido superar minha ansiedade e escrevi um livro chamado "atleta e ansioso", também foi uma jornada de autodescoberta. Natasha, claro, ainda tinha epilepsia e nós dois lidávamos com isso. Mas nunca voltou a ser tão ruim como quando ela competia.

Eu não tinha arrependimentos, e sabia que ela também não.

Até porque, eu finalmente tinha descobrido minha maior paixão.

Natasha Romanoff.

  - Pode fazer pipoca? - pedi. - Eu vou colocando no canal.

  - Sim. Sem manteiga.

  - Natasha.

  - Já viu seu colesterol? Pelo amor de Deus. Nem parece que você era atleta.

Revirei os olhos, enquanto Natasha desceu as escadas e eu larguei meu espanador. Desci também, levando travesseiros e cobertores. Estava nevando lá fora, conseguia ver a área rural de Nova Jersey da janela da sala. Me sentei no sofá, esperando até o símbolo das Olimpíadas aparecer na tela à nossa frente.

  - Natasha! Vai começar.

  - Estou indo!

Ela veio até mim, sentando ao meu lado com um balde de pipoca. Natasha observava os patinadores indo de um lado ao outro, com brilho nos olhos. Eu observava ela, notando as diferenças em si, que eram as mesmas que as minhas.

Algumas rugas, alguns cabelos brancos escapando a tinta ruiva que ela passava no cabelo. Mas a maioria ainda era o mesmo. Seu cheiro, seu jeito, sua beleza.

E seus olhos. Frios como gelo.

(...)

Vamos as considerações finais
🇺🇸🤍🏒⛸🇷🇺

Cold As Ice - Romanogers shortficOnde histórias criam vida. Descubra agora