2015

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Steve

Eu e minha mãe andávamos pela Universidade de Moscou. Dessa vez, ela reclamava que a temperatura estava próxima dos dez graus negativos. A neve grossa debaixo dos nossos pés deslizava no estacionamento, pelo menos pudemos vir com o aquecedor ligado.

Eu estava congelando.

Não esperava nada menos da Rússia, ainda mais depois de conhecer o que provavelmente era a mulher mais fria que já conheci.

Natasha Romanoff.

Quando vi seu nome na lista de competidores, eu não acreditei. Tive que ler cinco vezes para checar se não estava sonhando.

Depois da nossa patinação silenciosa, eu nunca mais vi Natasha, porque ela foi embora no dia seguinte.

E eu pensei nela todos dos dias que se sucederam.

Comecei a seguir ela no instagram, e ela era bem ativa. Sempre que Natasha postava alguma coisa, eu consumia famintamente. E embora tivesse passado dois anos, eu ainda perdia o ar quando via ela pela internet.

Não arrisquei mandar uma mensgaem, nem usando o Google Tradutor. Seria humilhante demais correr o risco de escrever algo errado. Então eu apenas adorei Natasha Romanoff de longe.

Mas claro, eu vivi minha vida esse tempo. Já tinha vinte e um anos. Estava avançado na faculdade e tinha melhorado muito. O programa de esportes e o treinador mudou, e nós melhoramos muito. Tínhamos uma grande chance esse ano, e eu começava a pensar que a insistência da minha mãe de que eu iria para as olimpíadas algum dia, poderia ser verdadeira.

Rapidamente o time de hóquei de Princeton tinha se tornado referência, e esperava que ficássemos no pódio. Também já não era tão ansioso mais, meu nervosismo estava controlado. Isso até chegar lá com a possibilidade de ver Natasha.

Já estava ali há um dia, e nada. Talvez porque, como ela frequentava a Universidade, seu dormitório fôsse longe do dos convidados.

Hoje iríamos fazer os testes no gelo, e de repente, eu tinha ficado muito nervoso.

Entrei pela porta, já olhando ao redor. Observei as pessoas lá, patinadoras e times de hóquei, e procurei cabelos ruivos. Achei um ou outro, mas não era ela.

  - Steve!

Me virei e vi Bucky. Não podia deixar Natasha me distrair assim, eu tinha um objetivo, tinha meu time, e eu iria me dedicar a isso.

Não resisti e olhei ao redor, antes de ir ao vestiário. Coloquei meu uniforme e todas as proteções, tirei meu taco da capa. Todos olharam para mim.

Agora eu era Capitão.

  - Vamos lá.

Éramos o segundo time a entrar no gelo, de acordo com a escala.

  - Lembrem-se, sem demonstrar demais. Apenas reconheçam a arena. Todos os adversários estão olhando e anotando nossos movimentos.

Concordaram. Entramos lá, já aquecidos, e comecei a patinar. Peguei o disco com o responsável e agradeci. Coloquei no meio, e começamos um tranquilo amistoso, onde patinamos pelo gelo de um lado ao outro, treinando passes. Dei instruções, concentrado, e depois fizemos tiros ao gol. Nem todos acertaram, mas era porque Thor, nosso novo goleiro, era ótimo.

Eu me preparei e lancei o disco.

A rede tremulou, e eu sorri, dando lugar ao próximo. Percorri a arena, observando os times ao redor. Todos eles olhavam para nós, claro, nós fizemos isso mesmo. Os patinadores, individuais e em grupo, já se preparavam.

Cold As Ice - Romanogers shortficOnde histórias criam vida. Descubra agora