Melodias e Teias ― Homem aranha.

capítulo 4.

Eu divido o quarto com Aelia, ela faz faculdade de ciências da computação mas nós não somos amigas, ela sempre está estressada e me trata com indiferença então deixo ela de lado e fico fingindo que ela não existe e ela faz o mesmo durante a semana toda.
Após aceitar o convite de Peter para sair no sábado, a semana passa rápido, mas minha mente está constantemente ocupada com pensamentos sobre ele e sua identidade secreta como Homem-Aranha.
Às 18 horas em ponto, encontro-me com Peter no local combinado. Ele parece animado e sorridente, o que me deixa ainda mais confusa. Será que ele está apenas agindo normalmente, ou será que ele sabe algo que estou tentando descobrir? Enquanto tento manter uma fachada de normalidade durante o encontro, é difícil ignorar a tensão que se acumula entre nós.
― Eu não costumo a ir em encontros, ninguém nunca me convidou para isso ― digo ― eu deveria te beijar ou algo do tipo?
Escuto uma risada vindo de Peter e me sinto mais nervosa ainda, como se eu estivesse sendo um desastre.
― Não precisa me beijar, Selina ― Peter bebe um gole de seu suco. ― Mas seria incrível se você quisesse tanto quanto eu quero.
Estou sentada em uma lanchonete encantadora, onde a atmosfera é tão acolhedora que parece envolver todos os que entram. As paredes são pintadas em tons suaves de amarelo e branco, criando uma sensação de calma e tranquilidade. Grandes janelas permitem que a luz do sol entre, iluminando o espaço e destacando a beleza dos pequenos detalhes decorativos.
― Esse lugar é bom, vou convidar meus pais para comer aqui como algum dia ― digo mudando de assunto para não responder ao flerte de Peter
― Você não conhece essa lanchonete? ― Peter estava confuso ― É a mais famosa da região, onde você nasceu?
― Westview ― respondo e vejo Peter arregalar os olhos com a informação
― A cidade que estava sob o controle da Wanda? Wanda Maximoff? ― Peter pergunta ― Como foi?
― Sim, essa mesmo ― respiro fundo ― É difícil explicar tudo isso que aconteceu, é como se eu fosse uma marionete, eu não conseguia me mexer por conta própria
O clima que já não estava mais tenso, começava a pesar novamente. Peter mudou de assunto várias vezes para me fazer esquecer disso mas quando lembro uma vez, isso me atormenta pelo resto do dia, ela fez tudo isso sem se importar com todas as vidas que ela estava controlando.
― Terra chamando Selina ― Peter estala os dedos tentando me fazer voltar a prestar atenção em suas falas.
Depois de alguns minutos decido ir embora por sentir que não estava conseguindo me concentrar no encontro e Peter me pareceu compreensivo. Ao entrar em casa vejo Aelia se arrumando, ela raramente saí do quarto mas as vezes ela saí com uns amigos do curso dela.
― Voltarei tarde hoje, vou levar a chave então não precisa deixar a porta destrancada ― Aelia avisa ― o encontro foi tão ruim assim para você chegar com essa expressão de velório?
― Foi ótimo, eu só lembrei de Westview e isso cortou meu clima ― respondo
― Tente meditar, isso é muito bom para esses pensamentos ― Aelia abre a porta ― Tente por 10 minutos hoje.
Ao me sentar na beira da cama, fecho os olhos por um momento, tentando processar todas as informações e emoções que surgiram durante o encontro, não consigo deixar de sorrir. Este encontro com Peter Parker foi mais do que eu jamais poderia ter esperado.
Decido seguir o conselho de Aelia e reservar um tempo para meditar. Sinto-me um pouco cética no início, já que nunca pratiquei meditação antes, mas estou disposta a experimentar qualquer coisa que possa me ajudar a encontrar um pouco de paz interior em meio ao caos que me atormenta desde Westview.
Respiro fundo, enchendo meus pulmões de ar fresco, e fecho suavemente os olhos. Sinto-me um pouco desconfortável no início, tentando encontrar a posição perfeita para meditar, mas logo me permito relaxar.
Concentro-me em minha respiração, sentindo o ar entrar e sair de meu corpo. Inalo profundamente, enchendo-me de energia e vitalidade, e exalo lentamente, liberando todas as tensões e preocupações
Enquanto me sento em minha cama, buscando paz e tranquilidade através da meditação, mergulho profundamente em minha própria mente, tentando afastar as preocupações e tensões do dia. Respiro profundamente, permitindo que cada respiração leve embora a ansiedade que me envolve.
À medida que me entrego ao estado de relaxamento, sinto uma sensação estranha começar a se formar ao meu redor. Uma corrente de energia mística parece pulsar através de mim, criando um zumbido inquietante em meus ouvidos.
Tento ignorar a sensação, me concentrando ainda mais em minha respiração, mas de repente, tudo muda. Uma fenda mística se abre diante de mim, como se um véu invisível entre os mundos tivesse sido rasgado.
Sinto-me sendo sugada para dentro da fenda, e de repente, estou em lugar que não reconheço. O ar é pesado e carregado com uma energia diferente.
Tento me orientar, mas tudo ao meu redor parece distorcido e irreal. As sombras dançam ao meu redor, assumindo formas. Meu coração dispara de medo, e eu luto para manter minha sanidade enquanto a sensação de desorientação me consome.
Por alguns minutos intermináveis, estou presa nesse mundo estranho, lutando para encontrar uma saída. Então, de repente, como se o véu entre os mundos se fechasse novamente, estou de volta ao meu dormitório, tremendo e confusa.
Leva um momento para me recuperar do choque, enquanto tento entender o que acabou de acontecer. A experiência deixou-me com uma sensação de inquietação e dor de cabeça.