7 - Conversa

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Lan WangJi se encostou na cabeceira da cama a pedido de Wei Wuxian e abraçou uma almofada em formato de gatinho que o pai havia dado pra ele há muito tempo, ele dormia abraçado àquela almofada.

Lan WangJi se encostou na cabeceira da cama a pedido de Wei Wuxian e abraçou uma almofada em formato de gatinho que o pai havia dado pra ele há muito tempo, ele dormia abraçado àquela almofada

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_Me conte. – pediu Wei Ying se sentando de frente para Lan Zhan, bem pertinho dele.

Lan Zhan segurou a mão de Wei e pôs a palma sobre o peito dele, sobre o lado em que ficava o seu coração. O outro ficou imóvel sentindo as batidas fortes e descompassadas do Jiaoren, ansiedade pura e simples que ele sentia.

_O meu pai sempre foi preconceituoso... Ele sempre viu com abominação machos que se relacionavam com outros machos, fêmeas com outras fêmeas, mas tinha e tem nojo e ódio mortal pelos do seu povo Wei Ying. Os Octopus, como eu te disse podem transformar o corpo num todo ou apenas parte dele. O tio Lan Hai, esposo do meu tio QiRen, gostava de ter aparência de macho, e como você, preferia a cauda que o fazia ágil, aos tentáculos. Em geral, ele usava os tentáculos apenas para lutar. Nem eu, com toda minha força, consigo ir contra um Octopus bem treinado como o tio Hai era. Mas ele queria filhos. Não abriu mão da aparência de macho, mas modificou a cauda dele, onde fica nosso aparelho reprodutor, e todo o seu interior e engravidou do tio QiRen.

_Ele amava muito o seu tio.

_Sim. Um Jiaoren geralmente só ama uma vez na vida e o amor precisa ser correspondido, ou ele adoece e vira espuma do mar.

_Que triste.

_A minha mãe morreu assim. O meu pai, por poder e cobiça foi deixando de amá-la e com isso, ela adoeceu e se foi. A essência dela está com Gran Mamare agora e suas lembranças com as carpas de Mentalist ou pode ser revivida por seu próprio povo.

_Sinto muito Lan Zhan...

Mais lágrimas desceram pelo rosto do Jiaoren, brilhando em vários tons.

_Meu pai me odiava por eu ser como sou... Ele sempre me chamou de aberração... Colocava várias Jiaorens para cantar para mim e nenhuma delas me atraía, eu sempre preferi o canto grave dos Jiaorens. Às vezes levava amigas minhas para o quarto e ficamos conversando e depois elas juravam que tinham dormido comigo. Era horrível viver assim... Era horrível ter que fingir ser algo que não sou para não ouvir o que eu ouvia... Eu era consolado pela mamãe, depois pelo meu irmãozinho que nem sabia o porquê de eu estar chorando tanto, até que eu arrumei o melhor amigo da minha vida, o Coral. Ele era um peixinho vermelho que eu salvei e eu contava tudo para ele e sempre que eu estava muito mal, ele entrava no meio dos fios dos meus cabelos e se aninhava aqui... – ele levou a mão de Wei até a nuca e ele começou a fazer carinho ali – e eu me sentia muito melhor.

_Ele deveria ser um peixinho incrível.

_Ele era... Mas a vida de um peixinho de recife é curta e ele acabou morrendo e virando espuma do mar. O meu mundo caiu ali, eu perdi o melhor amigo que eu tinha e isso me doeu mais do que tudo. Mais do que qualquer palavra, mais do que qualquer maus tratos... Eu conheci Gran Mamare nesse dia.

Além Mar (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora