29 - Serpensartia - pt.2

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"Mas é que hoje vai ter festinha, aqui dentro do meu barraco..."
Parei 😅

🌊🌊🌊



Jiang Cheng estava tirando os braceletes de bronze que iam quase até os cotovelos dele sob o olhar de XiChen. Ambas as peças tinham um dispositivo oculto que faziam com que lâminas saltassem dos mesmos e elas eram tão afiadas que fariam um estrago no Jiaoren ou animal do mar que viesse contra Cheng, ou pior, contra Lan Huan.

O serpensartia enrolou os cabelos compridos dele num coque no alto da cabeça e ao olhar para o lado, viu um par de olhos dourados escuros o olhando com carinho e admiração e olhou para a pedra onde havia posto os braceletes, sentindo o rosto queimar. Em cinquenta anos Cheng não havia se acostumado ao jeito que XiChen o olhava e ficava completamente desmontado quando era olhado daquela forma da qual estava sendo agora e sentiu um par de braços em torno de si o abraçar com carinho.

_Marido é?

_Eu sabia que você iria dizer algo como isso...

Xichen suspirou, pequenas bolhas subiram quando ele fez o gesto.

_Perdão senão o agrada Cheng. Não falo mais.

Jiang Cheng se desvencilhou de Lan XiChen, unicamente para pegar um dos braceletes e se virar de frente para ele.

_Eu... bem... Não que não me agrade ou algo do tipo, mas eu estava esperando você tocar no assunto... – ele pegou um colar que estava num compartimento do bracelete – Eu ando com esse colar comigo há bem uns trinta anos. – XiChen abriu um sorriso enorme, não acreditava que finalmente seria pedido em casamento e prontamente enrolou seus cabelos brancos e ficou no aguardo de Cheng colocar o colar nele – Você aceita se casar comigo Lan XiChen?

_Sim. Por toda a minha eternidade, em todas as minhas vidas, todas as vezes que me pedir.

Jiang Cheng sentiu os olhos queimando com as lágrimas vindo à eles e nadou para trás do outro, fazendo Lan Huan sentir os dedos dele em sua nuca, fechando o cordão com um fragmento lilás e rosa do coração do oceano, que ele tocou com as pontas dos dedos. XiChen sentiu um beijo no pescoço e ouviu:

“Eu desistiria da minha eternidade apenas para tocar você.
Pois sei que de alguma forma você me entende.
Você é o mais perto que vou estar do paraíso...”

A canção de Cheng pra ele. Era impossível Huan não sentir a vibração remexendo dentro de si quando o outro cantava pra ele. O segundo príncipe pôs as mãos pra trás e puxou Cheng para si e, sentiu o peito dele contra suas costas, as mãos do Jiaoren em sua barriga e XiChen começou a descê-la para a cauda.

_Eu não sei se devo começar algo com você,...

_Você já começou no segundo que a primeira nota saiu dos seus lábios!

_...pois você não tem freio. – completou Cheng como senão tivesse sido interrompido.

_Você que é um sem vergonha entre quatro paredes e eu que não tenho freio!?

XiChen sentiu a ponta do nariz de Jiang Cheng em seu pescoço enquanto o serpensartia cantarolava baixinho, as notas descendo para um grave que mexia com o Carcharodon diante dele e ele sabia. Era assim desde a primeira vez.

XiChen se virou e abraçou Cheng, o beijando e sentiu uma mão carinhosa em meio aos seus cabelos e outra em suas costas, traçando carícias, como se desenhasse as linhas de um mapa, que conhecia bem e Jiang Cheng conhecia cada pedacinho dele de tanto que o já havia amado, entorpecido de prazer e enlouquecido. Lan Huan se sentia livre enquanto era segurado com uma pegada bruta do Serpensartia, que fazia de um tudo para sempre se controlar e não dar uma descarga elétrica de baixa voltagem nele, principalmente quando se beijavam, às vezes era inevitável. Ele também se sentia amado de uma forma da qual não conseguia nem mesmo descrever em palavras, mas a intensidade dos beijos já era o suficiente para Cheng, que puxou os cabelos da nuca dele, lhe expondo bem o pescoço, o beijando ali, descendo para a clavícula.

_Cante para mim, eu quero lhe ouvir Huan.

XiChen fez que não e riu, adorava provocar WanYin.

O Carcharodon sentiu as costas baterem de leve na pedra fria e azulada atrás de si e passou as pontas as unhas na mesma ao ouvir o canto de Cheng em seu ouvido, enquanto uma das mãos dele entrava na abertura de sua cauda e o tocava com conhecimento e uma certa maestria no que fazia.

_Cante para mim amor meu, meu marido da qual eu amo.

XiChen sentiu as escamas dos braços e cauda se arrepiar com a voz de Jiang Cheng em seu ouvido e recebeu mais beijos no pescoço, enquanto era tocado e quando deu por si, os seus gemidos, saíam em forma de canto, seu corpo ficando mais e mais suscetível.

_Bom menino. – XiChen sentiu uma mordidinha no queixo e foi pego pela cintura e beijado, sendo imprensado contra a pedra da parede, mas não se importava nem um pouco com isso.

Jiang Cheng começou a aprofundar mais ainda o beijo em Lan Huan, o fazendo suspirar e depois o puxou mais para si, começando a penetrar no outro, sentindo as unhas dele lhe arranhavam as costas, sabia que teria que ser curado depois, já que não teria cara para encarar o irmão mais velho do seu agora esposo, com as marcas das unhas dele estampada para quem quisesse ver.

Quanto mais Cheng se enterrava em XiChen, mais alto ele cantava e mais agudo o canto dele era, o que o fez calar com os beijos, reduzindo o canto dele a gemidos no fundo da garganta e rosnadinhos.

XiChen não evitou dar um pulinho quando sentiu uma corrente elétrica passar por sua língua e viu um par de olhos ametistas o encarando de forma preocupada.

_Eu estou bem. Já estou acostumado com isso... Não pare de me beijar e nem de se enterrar em mim como estava fazendo.

_Você manda. Só não seja tão escandaloso.

_E você não seja tão contido! Seja o safado de sempre!

Jiang Cheng riu e mexeu o quadril e voltou aos beijos com Lan XiChen, o sentindo vir de encontro à ele, se movendo no mesmo ritmo e sintonia, as caudas enroscadas, as batidas do coração no mesmo ritmo, assim como os beijos, aquele Jiaoren diante de si era seu parceiro, seu igual, o amor de sua vida, de agora e para sempre.

O Jiaoren roxinho atingiu seu ápice e abraçou XiChen, que sentia o sangue rugir nos ouvidos e o beijou na testa.

_Eu amo você.

_Eu amo você.


🌊🌊🌊


A manhã seguinte veio e Wen Qing olhava Wei Wuxian, que estava diante dela, com um sorriso no rosto, por tudo que ela estava oferecendo à ele para que provasse, ele estava comendo e elogiando.

_Eu amo hóspedes como você, que não tem frescura pra comer.

_Nunca tive sabe? – falou ele de boca cheia – Mas ultimamente ando comendo mais que tubarão em cardume de sardinhas.

_Você parece nossas hóspedes grávidas.

_Aaaaah... bem... - disse ele sem jeito.

_Tudo bem querido. Não estou julgando. Rebemos alguns Octopus como você por aqui. Fique tranquilo. Eu não vou contar para ninguém.

_Conte para a sua esposa, pois eu não tenho segredos com o meu esposo.

_Ninguém além dela. – disse a Serpensartia de cauda branca – E por falar em seu esposo, vem ele aí, e pelo semblante, está preocupado.

_Saí sem avisar por estar com fome e ele precisar descansar.

_Seu marido é um Carcharodon, eles são um poço de preocupação. Não dê bronca nele por ser preocupado.

_Sim.

_Bom dia Wei Ying. – ele recebeu um beijinho nos lábios – Você está bem?

_Sim. Eu só vim comer algo. A senhora Wen estava me dando tudo que tem aqui para provar e eu amei cada uma das comidas.

_São por conta da casa. Presente para esse papai simpático.

O casal sorriu sem jeito e agradeceu a gentileza com uma reverência.

_Vou trazer algo para o seu marido também. Não esqueça do que me prometeu.

_Não irei.

Wen Qing saiu e Wuxian comeu um bolinho de atum com algas.

_O que prometeu à ela amor? Se é que pode e for da sua vontade me dizer.

_Que eu não te daria bronca nunca por ser preocupado. – ele sorriu ao ver WangJi ficar com um sorriso bobo nos labios e fez carinho no rosto dele – Ela me disse que os Jiaorens da sua raça são muito preocupados. Ela não precisava me dizer isso. Eu vejo no seu olhar o cuidado que tem comigo.

_Assim como eu vejo a seu.

_Lan Zhan, será que a mãe já acordou?

_Deixe a sogra descansar. Não se esqueça que ela te carregou o caminho todo. Assim como vou pedir para deixar meu irmão e Cheng dormir mais um pouco.

_Eu deveria acordar aqueles dois por terem me acordado!

Lan Zhan começou a rir.

_Como se a gente não fosse igual.

_Acho que pior.

O príncipe riu e o abraçou, lhe dando beijinhos em meio aos cabelos.

Além Mar (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora