No grande reino de Jerusalém, onde as aparências governam, um rei misterioso com uma máscara esconde mais do que cicatrizes; Ele esconde um coração partido e a dor da solidão que o rodeia. Sob a máscara que cobre seu rosto, ele se move como uma somb...
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Em uma cabana, o ferreiro trabalhava incansavelmente, sem pausas. Aos poucos uma linda mulher se aproximou, olhando para o homem.
- Não irá fazer uma pausa para comer? - Sem respostas, Lily inspirou profundamente.
- Eu não quero, obrigado. - Depois de longos segundos, Balian resolveu se pronunciar.
- Meu irmão, queria dizê-lo que mesmo nas noites mais escuras, estarei ao seu lado, segurando sua mão e guiando seu coração de volta à luz. - Ele a olhou. - Pois o amor que partiu deixou raízes que florescerão em sua memória. - Seus olhos enchiam de lágrimas ao lembrar-se de sua falecida esposa.
De repente, eles ouviram cavalos com soldados de aproximando.
- Aquele é o homem, aquele é o homem! - O padre dizia para os cavaleiros.
Balian rapidamente parou o que estava fazendo, deixando sua irmã no mesmo lugar onde ela estava.
- Precisamos que ferrem os cavalos, precisamos de comida e vamos pagar! - O cavaleiro à frente se pronunciou, ainda olhando bem para Balian e automaticamente para a jovem mulher que estava mais atrás.
Balian aceitou e olhou para seu ajudante, mandando-o silenciosamente a trabalhar.
- Com licença, trarei a vocês o que comer. - Lily estava empolgada com a chegada desses homens, eles pareciam ser pessoas com bastante dinheiro. Então, se ela os tratassem bem, eles iriam pagar bem pela hospitalidade.
Enquanto ela saiu, seu irmão começou a pegar ferraduras novas e coloca-las nos cavalos.
Não demorou muito e Lily apareceu com uma bandeja em mãos, nela havia um pouco de comida para os homens.
- Aqui está, fiquem à vontade. - Colocou a bandeja na mesa e deixou que eles se servissem.
Minutos se passaram e o líder dos cavaleiros resolveu fazer um pedido, que deixassem os três a sós. Ele a lamentou pela perda de Balian, a perda de sua família.
- Eu conheci sua mãe... - Lily prestava atenção em tudo o que aquele homem falava para seu irmão.
Ela ainda tentava processar o que ele havia dito, ele realmente conhecera sua mãe? Mas, ela entrou em choque ao saber que ele era seu pai.
- Tenho que pedir perdão a vocês dois. - Abaixou a cabeça e fechou os olhos, ele parecia realmente arrependido.
Balian o ignorou rapidamente, saindo de perto do homem. Porém, Lily ao olhar para seu pai, foi correndo até ele o abraçar.
- Papai. - Ela sempre sonhou em encontrar seu pai, ela sempre teve esperanças.
- Minha filha, minha linda Lily. - Ao ouvir o homem pronunciar o nome de sua irmã, Balian se virou e encarou o homem.
- Olhe Balian, ele realmente é o nosso pai. - A jovem estava emocionada com tudo aquilo.
- Eu sou Godfrey, o barão de Ibelin. Tenho cem homens sob meu comando em Jerusalém, se vocês vierem comigo, terão uma vida e a minha gratidão... É isso!
- Seja quem for, milord, nosso lugar é aqui! - Lily que estava pronta para aceitar, se entristeceu com a decisão de seu irmão.
- O que fazia daqui o seu lugar, agora está morto! - Só de olhar para a cara de seu irmão, Lily temia o que poderia acontecer. - Vocês não me verão de novo, se desejam algo de mim, peçam logo.
- Eu queria... - Lily foi interrompida por seu irmão.
- Não queremos nada! - Ela olhou brava para ele e cruzou os braços.
- Lamento por suas atribulações. - Godfrey colocou sua toca e olhou para ambos. - Que Deus os protejam. - E caminhou para seu cavalo.
Eles estavam indo embora, mas Godfrey voltou para falar com eles uma última vez.
- Jerusalém é fácil de achar, vão até os homens que falam italiano e continuem até falarem outro idioma. Adeus. - E sem enrolação, foi embora.
- Por que fez isso? Nós podíamos ter a chance de termos uma vida melhor, longe do que nos afeta.
- Chega, Lily. O nosso lugar é aqui, não lá.
- Mas ele é nosso pai.
- E você é tão ingênua para acreditar nisso?
- Como você acha que ele saberia sobre a gente, sobre a mamãe e até meu nome?!
- Você só se esquece que qualquer um pode saber nossos nomes ou nossa história, poderiam muito bem ter perguntado para as pessoas dessa pequena vila.
- Mas... - Lily foi interrompida novamente por ele.
- Chega, Lily. Volte a fazer as massas, temos que sair para vendê-las.
Ela estava cansada, sabia que a pequena discussão não valeria de nada. Simplesmente Lily saiu chorando de lá, seu irmão não queria ouvi-la.
Enquanto isso, depois que ela saiu correndo, balian continuou seu trabalho até o anoitecer.
Ele estava sozinho, até escutar uma voz atrás de si.
- Eles teriam o levado para Jerusalém. Para longe, longe disso tudo. - Balian não dava a mínima para o que esse homem falava. - Sou seu confessor, Balian eu lhe digo, Deus os abandonou!
Como uma serpente venenosa, ele desferia palavras cruéis contra o ferreiro.
- Este povoado não quer vocês aqui. - Como Balian não disse nada, ele mais uma vez tentou o atacar, desta vez tocando em uma parte que ainda doía nele. - Se aceitar a cruzada, talvez alivie a situação da sua esposa no inferno.
Isso já era demais, ouvir tudo aquilo estava sendo torturante e o homem somente queria paz.
- Essa é a verdade, ela é uma suicida, ela está no inferno! O que ela fará lá sem a cabeça?! - Ele sorriu debochado, Balian não se aguentou e afundou a espada em suas mãos naquele padre, o jogando contra o fogo.
Aos gritos o padre se debatia, sendo queimado vivo. Ele esbarrou na cabana e começou a queimar todo o material de madeira.
Aquele homem caiu no chão morto, Balian sem perder tempo teve que fugir, mas não antes de pegar sua irmã.
Ele acordou a jovem naquela noite e a puxou para fora da pequena casa que eles tinham, pegou um cavalo e montaram no animal.
Balian não tinha rumo, mas levava sua irmã consigo e repensava em tudo o que havia acontecido.
- Eu estou com muito sono, o que aconteceu? - Lily estava quase se soltando de seu irmão, já que ela estava quase dormindo.
- Cuidado para não cair do cavalo...
Quebra De Tempo...
O dia já havia amanhecido, estava caindo flocos de neve e os dois estavam em uma pequena estrada.
Balian avistou pessoas mais a frente, não podia enxergar muito pela neblina, mas aos poucos o homem foi se aproximando deles.
Ao se aproximarem, Lily pôde reconhecer seu pai. Ela ficou feliz em saber que o seu irmão havia aceitado a proposta, mas sua alegria não durou muito ao ouvir as palavras de seu irmão.
- Eu, eu matei um homem. - A mulher ficou desesperada, eles haviam fugido por esse motivo.
- Não fique desse jeito, todos temos um passado sombrio.
- É verdade, que em Jerusalém eu possa pagar os meus pecados... E os da minha esposa?
- Nós podemos saber juntos. - Godfrey disse para seu filho.
Lily pensava no que o irmão disse, a culpa o consumia cada vez mais e ela tinha a plena certeza que quem fez isso havia sido aquele padre, que sempre ousava inventar mentiras contra ela e seu irmão.
